O mercado de compra e venda de carros seminovos e usados se mantém em alta, sendo uma opção geralmente mais em conta, a compra de um zero de fábrica. Mesmo que o preço ainda seja o principal fator que leva a sua aquisição, é muito importante para quem compra, avaliar outros pontos como a manutenção e o seguro.
Já para quem vende, o que mais preocupa é se há possibilidade de transferir o financiamento do veículo, sem ter tanto prejuízo. A alienação findúcia é um contrato firmado entre o comprador e uma instituição financeira, que mantém o carro em seu nome até que o valor seja quitado. O comprador pode usufruir do veículo normalmente, mas só poderá vendê-lo se houver uma transferência de financiamento ou após ele ser pago integralmente.
O que é um financiamento de veículo
No último ano, as vendas de carros seminovos e usados cresceram 0,5%, e em 2019 a tendência é uma porcentagem ainda mais positiva. O alto número de carros que foram comercializados tem, em sua grande maioria, financiamentos com transferência de titularidade, de acordo com as condições econômicas do país.
Muita gente ainda tem dúvidas sobre as possibilidades de transferir financiamento e quitação à vista de um veículo usado, com receio de realizarem maus negócios. Mas diante de informações mais claras sobre o assunto, é possível que ambas as partes não saiam prejudicadas da negociação e saiam satisfeitas.
Ao adquirir um carro novo, em geral, a compra é realizada por financiamentos oferecidos na própria agência de veículos, que são ligadas a bancos. Mas não basta querer realizar o financiamento, é preciso dar entrada e aguardar a sua aprovação, após rigorosa análise de documentação e o pagamento da primeira parcela.
A maioria das financiadoras exige um pagamento de entrada, que em geral, é relativamente alto. Além disso, elas avaliam se o comprador terá condições de manter as parcelas em dia, através de fonte de renda estável, nome limpo nos cadastros comerciais e residência fixa.
Mas não é só o preparo em ter garantido o valor de entrada a única preocupação para quem faz um financiamento. Há ainda, o gasto com documentos e pagamento do IPVA, que dá em média 3 mil para um carro de 30 mil, ou 10% do valor total do veículo. Naturalmente, que é preciso uma boa organização nas finanças para o pagamento das parcelas mensais do financiamento, que costumam ser bem salgadas, de acordo com o valor da entrada e o prazo negociado. Dessa forma, assumir uma parcela mensal muito além do que as suas possibilidades, vai tornar o negócio inviável, rapidamente.
Antes de fechar o financiamento, o ideal é simular entradas e as parcelas dentro do orçamento mensal. Um carro de R$ 30 mil com entrada de 10% de seu valor, terá uma parcela mensal média de R$ 800, por 48 meses, e se houver atrasos, o valor será acrescido de multa e juros. Esses atrasos, quando se tornam recorrentes, podem virar uma bola de neve capaz de levar o banco a tomar o carro do comprador, já que ele é seu por direito.
Fechando a negociação
Não é interesse de quem inicia um financiamento, o de vender o carro antes de pagar todas as parcelas. A ideia é quitar tudo, e em seguida, até trocar o veículo por um zero, com uma boa entrada para amortecer o novo financiamento.
Quem coloca à venda um carro usado, pode estar com dificuldades em manter o financiamento assumido ou deseja adquirir um outro mais novo. A compra pode ser feita à vista, cujo valor servirá para quitar totalmente as parcelas futuras do financiamento, ou ser repassado para o novo comprador, que assumirá os valores pendentes.
A compra à vista do valor que vale o veículo naquele momento, pode levar a quitação da dívida com a financiadora. Com o pagamento à vista, é possível conseguir um desconto amenizado pelos juros previstos mensais. O novo comprador paga o valor à vista e sai com o carro em seu nome, e sem estar preso a nenhuma empresa.
Mas se for por financiamento, o novo comprador também deve passar pela mesma análise financeira, onde serão avaliadas as suas condições em manter o pagamento das parcelas. Após a aprovação, o novo comprador assume a dívida e se responsabiliza por ela integralmente, sem ainda ter o carro em seu nome e com risco de perdê-lo, caso não cumpra o compromisso de pagá-las. Caso o interessado não seja aprovado pela financeira, a transação não será efetivada.
Mas antes de colocar o usado a venda é preciso saber quais as parcelas faltam para a sua quitação total, assim como ter consciência das diferenças entre os pagamentos normais e antecipados. Deve-se também, rastrear se o carro possui outras pendências como multas, impostos pendentes e outros custos. Sem estar tudo quitado, a transação não será viabilizada. É preciso pagar tudo antes ou mesmo abater no valor total da venda com o novo proprietário.
Se o novo interessado no carro não for aprovado na financiadora, não será possível realizar a transferência de titularidade e a dívida não será repassada. Em caso de aprovação, há tarifas que podem aumentar o custo da negociação, em geral, ocasionadas por atrasos no pagamento das parcelas.
Para evitar problemas é preciso ter os seguintes cuidados:
- Confira a quantidade de parcelas que ainda estão pendentes, antes mesmo de anunciar o veículo;
- Saiba com detalhes as taxas que são cobradas pela financiadora, para que seja feito o repasse;
- Confirme se todos os impostos estão pagos em dia e se há alguma multa pendente;
- Confirme com a financiadora quais os procedimentos e documentação exigidos para repassar a dívida para terceiros;
- Fuja de contratos de gaveta, faça tudo às claras e inclua o credor, conforme a exigência da lei. Algumas pessoas acreditam que acertar um acordo “de boca” e com a transferência simples do boleto já é o suficiente, mas na prática, sem a transferência do contrato de financiamento, há vários riscos inclusive o de ser cobrado pela inadimplência do novo comprador e de multas irem para o nome do responsável pelo financiamento;
A compra e venda de carros usados e seminovos movimenta bastante o mercado de automóveis e vem crescendo novamente, a cada ano. Mas grande parte dos carros novos são financiados, o que torna o processo de vendas mais burocrático do que a mera transferência de titularidade. É preciso passar pelos mesmos critérios de avaliação que o primeiro comprador, e o carro só fica liberado após toda a quitação de pagamentos. Saiba mais como transferir o financiamento para o novo comprador em nosso site!