Quais as perspectivas para o futuro do dólar

Numa economia fragilizada por crises políticas, a pandemia mundial só fez com que as incertezas fossem ampliadas ao máximo sobre as perspectivas do futuro, especialmente quando o assunto é dólar. O ano de 2020 foi bastante difícil para a economia brasileira, com índices recordes de desemprego, hiperinflação e uma significativa alta do dólar que chegou até R$ 5,68 em outubro, com pico em R$ 5,80 em maio.

imagem de vários dólares

Mas em dezembro o dólar começou a cair, em valores abaixo dos R$ 5 de quase todo o ano de 2020. Como a escalada de aumento nas últimas semanas, a queda surpreendeu economistas e gestores do mercado econômico. Essa novidade abriu uma janela para a economia, mudando um pouco as possibilidades para 2021, mesmo que seja apenas mais uma das muitas variáveis previstas. Claro, que todas as perspectivas ainda se baseiam na possibilidade de controle da pandemia, que seja capaz de amenizar os dados profundos que causou no mundo, não só humano como também econômico.

As taxas históricas do dólar em 2020

Segundo o Banco Central, a estimativa de crescimento da economia brasileira para 2021 cada vez diminui mais, a partir de consulta prévia com as instituições financeiras no Brasil. A queda do PIB em 2020 para 1,68% indica que ele tende a manter esse número ou mesmo cair ainda mais, se não houver mudança significativa na retomada da economia.

Já o dólar, que teve alta recorde em 2020, encerra o ano com média de R$ 4,35. Mas essa diminuição não ajuda a melhorar o otimismo dos economistas, mas já é relevante diante do quadro atual. Eles afirmam que o cenário do dólar pode piorar muito no Brasil, baseado no aumento de casos de coronavírus no Brasil.

Com o surgimento da pandemia de corona vírus, houve uma abrupta alteração do cenário econômico. As moedas de países emergentes tiveram uma grande desvalorização, dando espaço para que o dólar comercial tivesse uma alta histórica no Brasil, que culminou com o valor de R$ 5,84 em maio de 2020. O crescimento foi na média de 37%.

É normal que exista uma flutuação no valor do dólar, durante uma crise econômica. E no Brasil, as crises levantam o seu valor, sendo raríssimo os momentos que o dólar tenha apresentado queda significativa sob esse motivo.

Além da pandemia e da notória instabilidade política que pontuou a década, a economia americana mantém a confiança de sua moeda no mercado internacional. Mesmo com as crises econômicas mais recentes, os EUA continuam líder entre os países mais ricos do mundo.

A instabilidade econômica e política do Brasil fez com que o investidor de outras nacionalidades fosse perdendo a confiança em investir no país. Chamado de risco-país, esses dados ajudam a demarcar os países considerados emergentes, apresentando o potencial de cada um para a entrada de moeda estrangeira e suas transações. Há ainda a Taxa Selic, que teve uma queda histórica em 2020, que desestimulou ainda mais o investimento estrangeiro no Brasil.

Como o dólar é uma das moedas mais fortes e com solidez no mundo, os países emergentes a usam para proteger o seu capital. Ele é comprado, principalmente em situações peculiares que denotam ainda mais incerteza, ajudando a disparar os preços.

Com incertezas no país e na sua economia, o mercado sempre pende para aquilo que lhe proporciona maior solidez, que é o dólar. Dessa forma, sua alta é progressiva, à medida em que o Brasil não consegue controlar a pandemia e a grave crise econômica piorada por ela.

Otimismo para o Brasil

Quando o dólar tem alta, não dificulta apenas a sua compra para turismo e investimento, mas eleva os preços de produtos e serviços importados. O mesmo ocorre com insumos que alimentam a produção industrial.

O mecanismo nem sempre é compreendido pela população. Mas quando o real é depreciado, todo os produtos direta ou indiretamente importados tem os preços aumentados, para acompanhar a alta do dólar e repassar ao consumidor parte do ônus. Dessa forma, acirra ainda mais a competitividade.

Mas os danos a economia que geram hiperinflação, só são definidos a partir da quantidade da importação feita no Brasil. Quanto mais produtos e serviços pagos em dólar, mais o dólar é depreciado e os preços aumentados.

A ausência de respostas mais concretas sobre o impacto econômico mundial causado pela pandemia. Enquanto em 2020 a insatisfação dos empresários brasileiros com a economia só piorou, para 2021 há perspectiva de uma ligeira melhora. Em 2020, foi grande o número de retiradas de dólares no Brasil e que acelerou ainda mais diante da pandemia, para serem investidos em outros países, principalmente nos EUA. Esses investimentos incluem ações, renda fixa e investimentos, vitais para manter o equilíbrio do mercado e inflação controlada.

A projeção do déficit primário para 2021 é de que ele permaneça em 2,80%, tal como o de 2020 e sua relação com o PIB, de 11,63%. Enquanto o déficit nominal e o PIB, deve ser de 6,50%.

Na balança comercial, a previsão é de um superávit comercial de U$ 52,75 bilhões. Enquanto o rombo no balanço de pagamentos permanece alto, de U$ 15,30 bilhões. Mas os analistas afirmam que o IDP deverá ser suficiente para cobrir esse déficit, com previsão de U$ 67,00 bilhões.

Apesar de tudo que ocorreu em 2020, economistas de várias partes do mundo, porém, são otimistas com a economia brasileira para 2021. E principalmente, há uma avaliação de que a cotação do dólar cairá para a margem de U$ 4,25 dólares no começo do ano, dando mais fôlego as importações.

O principal motivo deste otimismo, mesmo com todas as crises e prejuízos no meio da pandemia, é a consolidação da situação fiscal. Os empresários entendem que é bastante provável que o governo atuará de maneira mais enérgica sobre a dívida pública.

Esse fôlego ganho no final de 2020, faz o Brasil se destacar dos outros países da América Latina, a partir da valorização da sua moeda. O México também tem boas perspectivas de crescimento, enquanto a Argentina tem uma expectativa negativa de sua economia, com provável queda de sua moeda, repercutindo na alta do dólar.

Não será surpresa no mundo pós pandemia, que a economia americana e de outras nações ricas, vão se recuperar rapidamente. Além da potência no mercado, elas já possuem grande aprendizado em se reerguer diante de situações críticas e graves. O que só reforça a aposta no dólar, que mantém inflação baixa nos EUA e mantém sua hegemonia e poder no mundo.

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