Não há dúvidas de que o ano de 2020 entrou para a história da humanidade, por ser o início da pandemia mundial do coronavírus. Mesmo que o vírus tenha sido descoberto em 2019, dando o nome de covid-19, foi em 2020 que a doença se espalhou e provocou mudanças radicais na estrutura das cidades, na sociedade e na sua economia.
É indiscutível que a pandemia afetou o mercado financeiro mundial, pela sua grandiosidade e poder destrutivo de vidas e falências. Afinal, para conter ao máximo a proliferação do vírus, a maior parte das cidades precisou fazer lockdown e parar todos os serviços, com exceção dos essenciais. Com isso, a indústria, comércio e serviços foram prejudicados e precisaram se reinventar ou fechar as portas.
A pandemia mundial
Ao fazer um resumo das consequências econômicas da pandemia, não são só as perdas que ficam em evidência. É curioso observar que os ricos e, principalmente, os bilionários, ficaram ainda mais ricos nessa crise mundial, enquanto o número de pessoas pobres e abaixo da linha da pobreza subiu sensivelmente.
Países como os EUA e a China estão em ascendência na economia, enquanto a Europa freou seu crescimento. É curioso observar que os EUA, mesmo encabeçando o número de mais mortes pela covid-19 em números absolutos no mundo, conseguiu manter sua pujança econômica com uma vacinação rápida de sua população e um plano de investimento nas famílias e empresas americanas.
Até o fim do governo Trump, o país viveu tempos que oscilava entre o investimento na ciência e o negacionismo. Muitos locais não aderiram ao distanciamento social e lockdown, fazendo o vírus avançar ainda mais rápido e matasse o maior número de pessoas no mundo, até o momento.
Mas com a posse de Joe Biden e o foco maciço em vacinar toda a população, o mais rápido possível, os rumos americanos foram alterados. Assim como nos outros países do mundo, o desemprego cresceu muito, causado pelo comércio e indústria que precisaram fechar as portas. O congresso americano aprovou gastos médios de 3 trilhões de dólares, para ajuda imediata a população e pequenas e médias empresas.
A crise econômica sem proporções causada pela pandemia afetou de forma diferente a população. Em especial, mulheres e minorias sofreram mais as suas consequências, não só nos países subdesenvolvidos, mas também nas nações mais ricas. O número de pessoas endividadas, passando necessidade e até fome cresceu assustadoramente, levando alguns até mesmo a submoradia e as ruas.
Mesmo que o vírus seja democrático contamine qualquer pessoa, independente de seu gênero, cor, raça ou classe social, as pessoas mais pobres e periféricas passam por mais dificuldades em obter ajuda sanitária, ficam mais expostos a contaminação e são os últimos a serem atingidos nas medidas protetivas.
A China também fechou 2020 com crescimento positivo e as perspectivas é que para 2021 seja ainda melhor. Seu PIB cresceu 18,3% só no primeiro trimestre, recorde até então.
O mundo em expectativa sobre o amanhã
Antes da pandemia, a economia brasileira viveu momentos de crise, levando os índices de desemprego e inadimplência a números alarmantes. Mas para o ano de 2020, havia boas perspectivas de um crescimento maior, que logo foi desapontado pelo início do lockdown no Brasil.
A maior parte das cidades fecharam seus serviços não essenciais e o comércio fechou as portas. Com a incerteza do tempo que precisariam se manter fechados, o avanço do vírus entre a população e a falta de perspectiva sobre remédios e vacinas, o mercado financeiro entrou em pane.
O número de desempregados desabou, seja porque as empresas precisaram enxugar seu quadro de funcionários ou mesmo porque o local fechou as portas. Quem não tinha reservas ou não recebeu ajuda do governo, não conseguiu sobreviver a meses de portas fechadas.
No Brasil e no mundo, a economia precisou pisar no freio e as pessoas se restringirem a suas casas, evitando ao máximo saírem de casa. Negócios online foram privilegiados e obtiveram grande crescimento, inclusive pessoas que usaram a criatividade para se reinventar, conseguiram um inesperado sucesso nesse período de crise.
O mercado de ações apresentou queda acentuada, cujos setores mais agredidos pela pandemia foram o de turismo e entretenimento. Com a paralização e o funcionamento posterior restrito, os setores mais prejudicados foram o de atividades artísticas, companhias aéreas e turísticas, fábricas especialmente de veículos e alimentos.
O impacto da pandemia na economia mundial é o maior em extensão, especialmente quando se vê a velocidade com a disseminação regional e setorial do vírus. Com o fechamento de tudo que não é essencial, os primeiros a fechar e últimos a abrirem são as casas de shows, teatros e cinemas.
O mesmo acontece com viagens. Afinal, mesmo que para quem deseja fazer uma viagem para o Brasil ou exterior, encontra muitas fronteiras fechadas, restrições parciais ou fechamento total de locais turísticos e muitos serviços sem operações. Com a queda brusca, agências de viagens, hotéis e, principalmente, empresas de aviação, passam por muita dificuldade em sobreviver e encabeçam a lista de ações em queda na bolsa de valores.
O senso comum de autopreservação, aliado as restrições obrigatórias, impede que viagens e entretenimentos com aglomeração façam parte do planejamento das famílias no momento atual. E como não há previsão mais objetiva sobre quando será possível voltar às atividades normais, a programação fica restrita ao futuro mais distante.
Seguindo no lado oposto, setores como supermercado e farmácias se viram em alta no período da pandemia. Com as pessoas mais tempo em casa, o consumo triplicou, fazendo com que o setor de alimentação mantivesse crescente. O mesmo acontece com a farmácia, item de primeira necessidade para cuidados pessoais e medicamentos.
Empresas que produzem e comercializam proteína animal também obtiveram crescimento com a crise. Assim como o comércio de eletro eletrônicos, seja em lojas físicas ou por aplicativos, com uma busca grande por aparelhos celulares, TVs e outros equipamentos que visam conforto em casa.
Mas o fenômeno de crescimento ficou mesmo para o mercado online. As ações do grupo B2 tiveram um crescimento potente, levando as lojas virtuais a superarem as físicas de grandes nomes como as Americanas e Submarino. A Magazine Luiza, que já abocanhava boa parte do mercado varejista online, teve um gráfico ascendente desde o começo da pandemia, com alta média de 91%.
A crise econômica da pandemia tem uma lógica básica: se não há demanda, não há vendas. E sem vendas, não existe receita. E, consequentemente, as indústrias não conseguem escoar seus produtos e as demissões acontecem em grandes proporções. É um ciclo em que quanto mais gente empregada e recebendo seu dinheiro, maior será o consumo, maior as vendas e maior a produção industrial, que leva a necessidade de novas vagas de emprego.
Uma das diferenças da economia do Brasil com a de outros países desenvolvidos é que há ainda uma dependência grande pelo comércio e o setor de serviços, o que causou um impacto econômico ainda maior, do que os que produzem em maior número bens de valores agregados. E não se trata apenas de não criar receitas porque os estabelecimentos estão fechados, mas porque a demanda foi diminuindo gradativamente, afetada pelo desemprego.
Sem dúvida, a velocidade com que os países vêm vacinando sua população, é o fator mais imediato para o retorno do desenvolvimento de sua economia. Com isso, as perspectivas para o Brasil diminuem ainda mais, já que o país entrou atrasado e de forma mais lenta que boa parte dos países, provocando um aumento veloz no número de infectados e de mortos por covid-19.
Há ainda a falta de um programa realmente eficaz, que ajude as empresas mais afetadas pela crise. O auxílio emergencial, que atende parte de pessoas com baixa renda e que se viram ainda mais desamparadas na crise, não supre as demandas mínimas de sobrevivência. Essas questões em conjunto, influenciam profundamente nas notas de classificação de risco, que são dadas pelas agencias de rating.
Essas notas indicam a confiança dos investidores externos sobre o país. Durante um ano de pandemia, inúmeras empresas fecharam suas portas no país, por não sentirem mais segurança econômica no investimento diante da crise crescente.
Apesar de tudo, o quadro produtivo do Brasil não será destruído com a pandemia e a consequente queda de demanda. Será preciso, de fato, reconstruir a economia com um país endividado e as finanças desestruturadas, mas as perspectivas são positivas. Principalmente nos setores que o país já era competitivo antes da pandemia.
A saúde da economia está estreitamente ligada a saúde de sua população. Os países que estão conseguindo manter o controle da expansão do vírus estão conseguindo trazer um novo gás a retomada da economia. É preciso que as políticas de controle, a infraestrutura do sistema de saúde e a imunização da população, estejam aliadas a projetos que visem reascender a economia.
Para quem pouco foi afetado pela crise econômica, investir é a melhor solução, já que foi ainda mais evidenciado a importância de manter recursos de reserva para não sofrer os danos de uma emergência. Há ativos na bolsa de valores com preços interessantes no momento e que podem trazer muitos benefícios no futuro. Porém, o mercado é unânime em pedir cautela a todos os investidores, independente do seu porte monetário.
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