Um dos maiores equívocos sobre Educação Financeira é atribuir a ela, única e exclusivamente, a finalidade de ensinar finanças. Ela é muito mais que isso e leva o indivíduo a ter liberdade e qualidade de vida, pela capacidade de prosperar, não valorizar o que é supérfluo e ter a capacidade prática de conquistar seus sonhos.
A segurança material é necessária para que se possa aproveitar os prazeres da vida, garantindo-se contra os imprevistos que podem acontecer. Não há qualidade de vida, se ela não for atrelada a um futuro tranquilo, e a Educação Financeira tem papel importantíssimo nesse desenvolvimento.
A importância da Educação Financeira
A vida é repleta de escolhas diariamente e todas elas possuem implicações na decisão e requerem, em graus diferentes, uma visão equilibrada sobre a vida. Mas o equilíbrio é uma conquista da experiência e de uma mente treinada para observar melhor as possibilidades, suas consequências e o que é melhor para determinado momento.
Em uma analogia, podemos ser, ao longo da vida, a cigarra ou a formiga, isto é, uma pessoa que deseja curtir o momento, sem pensar no amanhã, ou aquela que se preserva para momentos mais oportunos. O desenvolvimento da visão sobre causas e consequências é um dos pilares da educação financeira.
Algumas escolas brasileiras incluem em seu rol de disciplinas a Educação Financeira, mas ela não faz parte ainda do currículo da maioria. Ela é essencial para que crianças e jovens possam valorizar o dinheiro e o trabalho, cujo esforço diário não deve ser desperdiçado. Eles aprendem a necessidade de economizar e a gastar seus ganhos com aquilo que realmente vale a pena, tornando-se adultos conscientes e bem preparados para a vida.
A Educação Financeira atende a dois pilares básicos: o primeiro é a organização dos gastos, o segundo é a alocação dos recursos. Esse aprendizado inclui a consciência dos limites, já que não há salários ou bens que suportem impulsos e gastos desenfreados, em algum momento, a queda pode ser difícil de ser contornada. O mesmo ocorre com a falta de investimentos, de poupança, os quais fazem com que o dinheiro se multiplique e não se desvalorize pela inflação.
Em um mundo ideal, todos são conscientes sobre seus ganhos, conseguem economizar todo mês e não são impulsivos em seus gastos. Mas a vida real está longe dessa utopia e a maior parte dos brasileiros é descontrolada financeiramente, sempre vulnerável a dívidas, independentemente do valor salarial.
Parece estranho, mas o tema ainda é tratado como tabu, especialmente pela classe média do Brasil. Tudo, porque há uma visão deturpada, segundo a qual a abordagem do tema dinheiro tem a ver com dificuldades, as quais são comumente tratadas nos bastidores. E, na verdade, falar de dinheiro na Educação Financeira existe exatamente para que a dificuldade não aconteça.
A Educação Financeira leva a uma compreensão mais ampla sobre o dinheiro, não apenas o foco em economizá-lo. É a consciência de tudo que o envolve e das responsabilidades inerentes a cada decisão financeira, oportunidades e riscos. E essa Educação Financeira é explícita em pessoas bem-sucedidas financeiramente e que conquistaram sua independência, sem necessariamente ser ricas.
Dicas fundamentais para começar agora mesmo a Educação Financeira
O ideal é começar desde cedo, mas em qualquer fase da vida a Educação Financeira é bem-vinda. Porém, para isso é preciso aceitar mudanças de hábitos e de mentalidade, bem mais difíceis com a idade.
E piora quando o salário não chega a ser suficiente para todas as contas, afastando ainda mais qualquer projeto de viagem ou aquisição de um bem. Mas é nesse patamar que a Educação Financeira é ainda mais útil, já que ela auxilia a manter as contas e os gastos dentro do parâmetro de recebimentos e também a economizar uma porcentagem mensalmente.
Para começar hoje mesmo a mudar sua vida, listamos 10 dicas de educação financeira que vão causar uma grande transformação em seu dia a dia:
1 – Dinheiro não é infinito
O dito popular de que “Dinheiro não dá em árvore” é real e deve ser compreendido com a abrangência de sua limitação: uma hora ele acaba, por maior que seja a sua quantidade. Hoje, além do dinheiro em papel, há também os cartões de crédito, cheques especiais e empréstimos, que causam uma falsa impressão de que ele nunca acaba. Mas acaba sim, e todos os gastos extras com cartões e cheques têm uma conta a ser cobrada, com taxas e juros, que vão diminuir ainda mais os recebimentos.
2 – Planejamento a curto, médio e longo prazos
Há três tipos de estágio em que o dinheiro recebido deve se encaixar, que estão dentro do planejamento a curto, médio e longo prazos. Precisamos do dinheiro para pagar as contas do mês, ir a um lugar programado e adquirir algum produto necessário no momento, mas também precisamos nos organizar para situações como a viagem de férias do fim de ano e a aquisição da casa própria daqui a alguns anos.
3 – O ciclo do trabalho e do investimento
O trabalho é aquele que o abastece de recursos mensais e que dará suporte a tudo que for conta e gasto naquele período. No próximo recebimento, já comece criando o hábito de economizar uma parcela desse dinheiro, como primeira ação a ser feita mensalmente. Em geral, o mínimo é 10% do salário, sendo o restante dividido entre as contas e gastos eventuais.
Esse hábito logo irá custear os planos a curto prazo e, com a disciplina, manter o foco nos desejos mais complexos e caros. Não se esqueça de que R$ 1 hoje, com a paciência necessária, pode ser amanhã R$ 1 milhão.
4 – Conheça seus gastos
Anotar exatamente tudo que se gasta em um mês pode ser surpreendente. Além das contas básicas de uma casa, há também os custos extras que, em grande maioria, são desnecessários ou podem ser substituídos por coisas mais econômicas.
Se as despesas forem maiores que a receita, só há três saídas: aumentar a receita, diminuir as despesas ou aumentar a receita diminuindo os gastos.
5 – Cuidado com as dívidas
A palavra dívida, tende a ser assustadora e indicar dificuldade em mantê-las pagas, mas na verdade, nem sempre elas são algo negativo. Se há como pagar sem entrar em desespero, elas podem ser bem-vindas, como a aquisição de um carro ou casa, parcelas para uma viagem de férias.
6 – Saiba o que é valor e o que é preço
Quando um determinado valor é gasto em restaurantes, roupas e passeios, houve um preço a se pagar, mas a médio prazo, não terão valor, o que as caracteriza como gastos passivos. Mas a mesma quantia, se for usada para investimentos, terá um real valor pelo mesmo período.
Para fazer o certo, pense sempre que o preço nunca pode ser maior que o valor, o que evita gastos por impulsos.
7 – Menos é mais
Um erro bastante comum, é gastar mais do que ganha, a começar pela visão equivocada do salário que, com os descontos, fica bem menor do que o valor bruto. É preciso ser consciente com os gastos, para não fazer dívidas desnecessárias e desequilibrar as contas.
8 – Invista certo
Para o dinheiro render de fato, é preciso saber o melhor investimento a ser feito. Quando se deseja um valor a médio e longo prazos, há investimentos que garantem uma taxa de juros bem mais alta, desde que o dinheiro fique depositado no banco por um período determinado.
9 – Pense no futuro
Suas ações de hoje, são um reflexo de como será o futuro. Manter a disciplina pode proporcionar uma vida mais despreocupada e prazerosa no futuro.
10 – Cuidar da saúde
Parece estranho, mas a Educação Financeira também inclui se cuidar, para aproveitar o que a vida tem a oferecer no futuro. De nada adianta economizar para aproveitar no futuro, mas descuidar da saúde e ficar limitado nas ações. Permaneça em boa forma física, estude, tenha contato com amigos e familiares, assim como mantenha viva a chama da curiosidade e do aprendizado.
A Educação Financeira pode ser iniciada a qualquer momento da vida e só há benefícios em suas ações. Venha até nossa página e conheça dez dicas essenciais para reaprender a usar seu dinheiro e a ter uma nova visão da vida.