Em geral, as ONGs são parte de um segmento de mercado conduzido, majoritariamente, por voluntários que dedicam seu tempo a algum projeto social. Só que a atuação de meio período e pouco sistemática por vezes leva a falhas em processos de gestão. Como consequência, o balanço econômico fica comprometido e a entidade não se desenvolve como poderia. A solução para esse problema passa por uma educação financeira direcionada a administradores de organizações do terceiro setor. Na sequência, abordaremos em detalhes a relevância da contabilidade para o sucesso de qualquer ONG. Acompanhe!
A relevância da educação financeira em ONGs
Segundo a Associação Nacional das ONGs (ABONG), o Brasil conta com mais de 350 mil organizações que operam sem fins lucrativos. Tendo em vista o cenário econômico do país, as iniciativas do terceiro setor precisam de boas estratégias para sobreviver e progredir. É a saúde financeira que permite novos planos e parcerias que garantem a sustentabilidade do empreendimento. Com capital intelectual limitado e baixo investimento externo, qual e o caminho ideal a seguir para que você tenha o controle do caixa da sua ONG?
Como funciona a contabilidade no terceiro setor
Quando tratamos de educação financeira em ONGs, é essencial primeiro abordar os aspectos específicos da contabilidade do terceiro setor.
• Conheça o seu contexto
Estar ciente do contexto no qual atual é imprescindível para o administrador financeiro de uma instituição. O primeiro passo para o gestor é estar a par das despesas e da receita mensais da ONG, pois só assim será possível estruturar as atividades. Afinal, sem um balanço de caixa favorável, as ações do projeto ficam prejudicadas ou até mesmo inviáveis. A atualização regular dos dados protege contra imprevistos e evidencia as fontes capazes de suprir eventuais demandas inesperadas. Essas informações financeiras não apenas traçam um cenário mais claro, como também ajuda na tomada de decisões melhores no futuro.
• Compreenda as particularidades da educação financeira em ONGs
A educação financeira em ONGs apresenta certas especificidades que devem ser conhecidas. Toda instituição da sociedade civil trata-se de uma organização de interesse público, que é mantida a partir de recursos de empresas privadas ou de pessoas físicas. Sendo assim, o terceiro setor está sujeito a regras de contabilidade que visam a transparência nas atividades. Portanto, é necessário prestar atenção ao realizar esse tipo de contabilidade para assegurar a lisura das ONGs. Isso significa que o uso do dinheiro deve ser sempre comprovado e justificado adequadamente.
Se a prestação de contas é correta e organizada, o resultado é um aumento na credibilidade do projeto perante os seus colaboradores. Em vista disso, a sociedade inteira se beneficia da educação financeira em ONGs. Abaixo, explicaremos as principais especificidades das ações contábeis para entidades do terceiro setor.
• Aprenda sobre as demonstrações contábeis para ONGs
Qualquer demonstração das finanças de uma ONG é efetuada com base no Patrimônio Líquido, assim como acontece com as empresas do setor privado. A grande diferença se dá na terminologia empregada no procedimento. Nas empresas privadas, por exemplo, utiliza-se o termo Patrimônio Líquido, enquanto no terceiro setor ele é chamado de Patrimônio Social.
• Balanço patrimonial de ONGs
O principal objetivo de um balanço patrimonial é indicar as condições atualizadas do patrimônio e das finanças de uma instituição. No caso de associações e organizações não governamentais, não é correto usar o termo “capital social”, visto que essa expressão é reservada para empresas que visam lucro. Para ONGs, é a descrição “patrimônio social” que deve aparecer no demonstrativo do seu balanço.
• Superávit x Déficit registrado
Com o propósito de se certificar da lisura contábil, a diretriz responsável por regular as atividades desse nicho é a Norma Brasileira de Contabilidade — NBC T 10.19.1.3. A regra veta que os resultados positivos na receita de uma associação ou ONG sejam alocados para os donos do patrimônio líquido. O possível faturamento é considerado superávit e os prejuízos são classificados como déficits.
• Demonstrações das mudanças do patrimônio líquido social
A demonstração de mutações do patrimônio social serve para evidenciar os períodos com alternações de retornos obtidos pelas ONGs, completando os documentos demonstrativos de déficit e superávit.
• Demonstrações de origem e aplicação dos recursos
A educação financeira em ONGs é crucial na fase de demonstrações contábeis. Com foco sempre na transparência das tarefas, administrador deve mostrar a origem do capital acumulado pela organização. O destino dos valores também precisa ser apresentado de modo satisfatório.
Dicas para uma maior educação financeira em ONGs
Após entender sobre os procedimentos para o controle de finanças de intuições do terceiro setor, é válido conhecer algumas dicas de educação financeira em ONGs.
• Tenha um bom sistema de organização
Além de adicionar os dados relevantes em uma planilha, arquive todos os recibos e comprovantes de transações financeiras. A educação financeira em ONGs passa, sem dúvidas, pela organização do fluxo de caixa. No entanto, mesmo com esse controle, você precisa comprovar de onde vêm e para onde vão os recursos.
• Invista em softwares de gestão
A tecnologia está a seu favor, então se familiarize com os softwares de gestão. Com a automatização de diversas etapas, os responsáveis têm maior controle do fluxo de caixa e conseguem prestar contas com eficiência. Desse modo, recomendamos que você aproveite as ferramentas disponíveis para complementar a sua educação financeira em ONGs.
Por conseguinte, a educação financeira em ONGs gera um amadurecimento do projeto e facilita a relação com os contribuintes. Se você tem os instrumentos apropriados para reduzir erros e agilizar as etapas contábeis, será possível estabelecer metas mais robustas.
• Se necessário, contrate um contador
Recorrer a um contador pode ser a solução ideal para que a sua ONG funcione sem maiores imprevistos. Esse profissional auxiliará você a emitir as guias de impostos que devem ser pagos. Em adição, ele pode colocar o seu livro contábil em ordem. Aqui, recomendamos que você busque o aconselhamento de alguém que já tenha experiência com o terceiro setor, pois ele estará mais acostumado com as peculiaridades dessa área. Essa decisão deixa a equipe com mais tempo para se dedicar mais a outras tarefas da instituição.
Em suma, o importante é compreender que a contabilidade e a educação financeira em ONGs demandam atenção especial. A prestação de contas do terceiro setor tem que apontar a origem de todo o capital recebido pela instituição. Da mesma forma, as aplicações de tais recursos devem ser descritos com transparência, apresentando a destinação de qualquer valor.
Pronto! Agora você já sabe como funciona a educação financeira em ONGs e como é importante manter as contas da organização em dia.
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