Educação financeira nas escolas: como implementar de forma eficiente

O termo educação financeira nas escolas é algo muito discutido atualmente. Adultos buscam entender melhor como manter o orçamento familiar controlado, pensando também como podem ensinar isso a seus filhos, logo que estes começam a dar os primeiros passos e descobrem a importância do dinheiro.

educação financeira nas escolas

Há quem acredite que ensinar sobre finanças no ambiente escolar exige muito e que será necessário trazer matemática financeira e até mercado de ações para crianças e adolescentes. No entanto, não se trata apenas disso. Economia e finanças até podem ser trazidas para os mais jovens, porém, há outras estratégias mais úteis – e de pouco investimento – que podem ajudar as escolas.

Os livros infantis e adolescentes como aliados

Na grade curricular, todo colégio inclui a leitura de algum livro complementar aos estudos, como forma de incentivar a ler mais. Na educação infantil, fábulas e clássicos juvenis são selecionados, enquanto que para os adolescentes há a proposta de outros livros, de acordo com a faixa etária deles.

A verdade é que a educação financeira pode ser agregada a esta atividade. Vários autores, como Ruth Rocha, Cora Coralina e até fábulas de Ésopo conseguem falar sobre a questão do dinheiro. O melhor de tudo é que isso é feito de maneira lúdica e divertida, sem que, em nenhum momento, crianças precisem saber fórmulas de matemática financeira ou aprendam a como enriquecer rapidamente.

Para os adolescentes, a ideia não é tão diferente, embora já seja possível fugir um pouco do lúdico. Além de livros com histórias comuns – e que no meio trazem uma lição sobre como lidar com dinheiro – eles já podem começar a ter acesso a outros textos, ligados a ideia de aprender a economizar/gastar.

Brincadeiras e projetos dentro e fora da sala de aula

Dado o primeiro passo, com os livros que fazem parte da leitura para cada faixa etária, há então a possibilidade de trazer brincadeiras para dentro da sala de aula. No caso, aquelas que ajudem de alguma forma na educação financeira das crianças.

O ideal é que esses projetos remetam de alguma forma o dia a dia destes alunos. Algumas escolas já apostam nas chamadas “mini-cidades”, um espaço para que a educação infantil – e alunos do ensino fundamental – possam vivenciar situações rotineiras. Neste espaço é possível simular a realização de compras e empregos existentes.

Apesar disso, não existe a obrigatoriedade de investir em um projeto assim tão grande. Nem todas as escolas terão condições de criar uma mini cidade. Outra opção é incluir atividades diferentes, como visitas a um supermercado ou feira-livre da cidade. Acompanhados do professor, os alunos podem entender mais sobre como funciona o processo de preços, compra e venda.

Objetivos que vão além da economia de dinheiro

O primeiro passo para uma escola que adota o ensino da educação financeira para seus alunos é determinar quais são os objetivos. É importante que vão além da ideia de economizar dinheiro. Isso é algo que muitos pais já vêm transmitindo para os filhos.

A escola assume, então, o papel de mostrar a dimensão espacial envolvida no processo de educação financeira. Desde o trabalho individual, que deve ser feito por cada pessoa, passando pelo local, regional e terminando a nível nacional e global. Afinal, o que acontece no país e no mundo também impacta as finanças.

Em seguida, entra o objetivo de economizar, de modo ético e responsável, juntamente com o ensinamento e formação da cidadania. Por este motivo, alguns colégios têm investido na “minicidade”, pois permite que as crianças vivenciem situações reais dentro de uma cidade feita especialmente para elas. Assim, desenvolve-se o conceito de se prevenir, o senso crítico, a importância do consumo consciente e a poupança.

Ensinar sobre consumo sem precisar falar de economia

Leis de oferta e demanda são assuntos para serem tratados na faculdade. Para quem ainda está na escola, seja na educação infantil ou no ensino médio, há outras formas de falar sobre consumo. No momento em que a instituição de ensino propõe uma campanha de doação de brinquedos e roupas que não são mais utilizadas, já está trabalhando a educação financeira.

Da mesma forma ocorre quando são propostas atividades de reciclagem e reuso dentro da sala de aula. Para os mais pequeninos, ensinar o reaproveitamento pode ser divertido. Já para os adolescentes, a pesquisa de preço já pode entrar em pauta.

Se existe cantina na escola e os alunos têm o hábito de comprar por lá, o professor pode fazer uma atividade simples ao propor que anotem, por uma semana, o quanto eles vêm gastando na compra de lanche e quanto poderia economizar se trouxessem de casa.

Falar sobre poupança

Alguns pais criaram uma poupança para seus filhos logo no nascimento das crianças, no entanto, ainda não falaram com eles sobre isso. Alguns até sabem da existência desse dinheiro, mas ainda não tem acesso. A escola pode e deve falar sobre poupança. Não precisa necessariamente entrar em termos técnicos, falar sobre instituições financeiras e tudo o mais. Pode apenas explicar que ao poupar ocorre a prevenção contra um imprevisto no futuro.

Crianças que já recebem mesada devem aprender que esse dinheiro pode ser guardado e não utilizado completamente na compra de algo que desejam. Durante as aulas de matemática, podem aprender o quanto esse dinheiro faz a diferença, aprendendo o básico do que é a poupança dos bancos: um local em que você coloca um dinheiro e ele aumenta um pouquinho.

O passo a passo para implementar a educação financeira nas escolas

Sabendo tudo que pode ser trazido para crianças e adolescentes dentro da sala de aula – e que todas são ótimas estratégias para implementar o estudo das finanças, desde a primeira infância, fica então a questão de por onde começar.

Se a criança nunca teve contato com essa ideia, o melhor é começar pelos livros infantis e adolescentes, para que aos poucos seja trazido na sala de aula a discussão ligada ao tema. Depois, podem ser solicitadas tarefas simples como verificar se há algo em sua casa que está sem uso, se existem coisas que podem ser reaproveitadas.

Adolescentes, a partir dos 12 anos, podem ter uma tarefa de casa mais completa: anotar no com o que estão gastando suas mesadas e trazer dados sobre os preços de alguns produtos no mercado. Dentro da sala de aula, junto com o professor, vão analisar essas informações.

Por último, se existem condições, a escola pode investir na mini cidade. Do contrário, o passeio para uma visita na feira, supermercado e até no shopping também é válido. O objetivo é que os alunos observem o que acontece na sociedade.

Para os alunos do ensino médio, além dos passeios, trazer discussões sobre cenários nacionais e internacionais é uma boa opção. Pode ser apenas uma grande roda de bate-papo, mas ainda sim todos irão aprender muito e a educação financeira nas escolas será aplicada com sucesso.

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