MEI: 7 dicas para controlar as suas finanças e alavancar o seu negócio

Ser MEI (Microempreendedor Individual) é uma realidade para muitos brasileiros, que identificam nessa modalidade, uma oportunidade de comandar seu próprio negócio, sem a necessidade de um investimento alto. Em tempos de alta taxa de desemprego, essa é uma saída para driblar a crise e buscar sua liberdade financeira, fazendo aquilo que gosta.

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Mas a falta de experiência em gerir uma empresa, mesmo que seja de pequeno porte, pode ser um problema para quem decide ser MEI. Geralmente, pessoas com habilidades técnicas e operacionais têm dificuldade em lidar com fluxo de caixa e todos os detalhes que envolvem o negócio. E saber controlar suas finanças é a peça-chave para ser bem-sucedido na iniciativa.

É possível controlar as finanças de um MEI!

O Governo Federal vem estimulando os autônomos a se formalizar. Em seis anos, o microempreendedor individual já representa 27% do PIB brasileiro. Quem adere a essa modalidade, obtém facilidades burocráticas, já que o cadastramento é rápido e pode ser feito pela internet, além de aderir automaticamente ao Simples Nacional, o que ajuda a reduzir a carga tributária em até 40%, em comparação a uma empresa de maior porte. São oito impostos unificados em um único pagamento, e não há a necessidade de contratar um contador.

Ao estimular a formalização através da figura do MEI, o Governo, muitas vezes, passa a recolher imposto sobre um trabalho que já vinha sendo executado, mas de maneira informal, e oferece ao microempreendedor facilidades, como acesso a crédito bancário e aos benefícios do INSS, emissão de nota fiscal e até a possibilidade de contratar, no máximo, um funcionário com remuneração de um salário mínimo. Essa formalização legal tem ajudado no faturamento, que, em média, aumenta 55%.

O problema é que, quando decide se tornar microempreendedora, a pessoa recebe orientação para se formalizar sem burocracia, mas em geral, desconhece a necessidade de gerir o seu negócio. A não obrigatoriedade de um contador, não diminui as suas responsabilidades financeiras e pode tornar o negócio vulnerável a ciladas.

Independentemente do tamanho da empresa, o controle das finanças é fundamental para que ela exista e se desenvolva. Afinal, o dinheiro é o combustível que faz os negócios acontecerem, por meio do pagamento de fornecedores, salários, investimentos, contas, impostos etc.

Ter conhecimento de planilhas e de fluxo de caixa permite que o gestor saiba quais decisões tomar para progredir. Com saúde financeira, ele pode traçar investimentos, saber a hora de recorrer ao crédito de alguma instituição financeira, migrar para a modalidade microempresa (ME) e contratar mais pessoas e uma série de possibilidades que visam estruturar e otimizar seu empreendimento.

O rigor e a atenção necessária às obrigações financeiras podem ser desgastantes, ainda mais para o MEI, que também tem de lidar com todas as demais tarefas relacionadas à atividade da empresa, como a produção, compras, vendas etc. Essa combinação de gestor, técnico e operacional em uma só pessoa é um dos maiores desafios de quem opta pelo microempreendedorismo individual.

Para não entrar em colapso financeiro e prejudicar seu negócio, nunca é demais repetir: sua empresa só sobreviverá se houver uma boa gestão financeira. Um microempreendedor também está sujeito a recuperação judicial e cancelamento do CNPJ, em caso de inadimplência. No Brasil, uma pequena empresa tem uma média de dois anos de vida, um índice baixíssimo que, em 95% dos casos, é causado por má gestão financeira.

Outro dado importante para a gestão financeira, é que o MEI tem cinco obrigações que precisam ser cumpridas: o pagamento do DAS mensalmente, a emissão de notas fiscais em situações específicas, o relatório mensal das receitas, a declaração anual de faturamento no Simples Nacional e a prestação das informações do funcionário, caso algum esteja contratado.

Algumas ações são essenciais para não cair em ciladas, nem perder o controle de seu empreendimento. Trouxemos algumas dicas valiosas para ajudar no seu dia a dia, mesmo que você não tenha vivência em finanças.

1 – Aprenda

Não tem jeito, para lidar com as finanças e controlá-las, é preciso aprender os conceitos básicos de despesas, custos e receita. Há cursos específicos para gestores de microempreendimentos e que podem ser realizados online, mas conversar com pessoas experientes também pode ajudar muito.

2 – Faça um planejamento financeiro

É válido e necessário sonhar com o crescimento da microempresa, mas para que isso possa acontecer, é preciso planejamento financeiro. Os objetivos devem ser claros e realizáveis, para que os números sejam favoráveis mensalmente. O planejamento é um conjunto de ações descritas como um passo a passo, para serem seguidas à risca até a conquista das metas.

3 – Controle o caixa

Tudo o que entra e sai do microempreendimento, deve ser contabilizado e realizado como uma rotina. O primeiro entendimento é que custos são os valores pagos a fornecedores e tudo que seja essencial para a fabricação do produto ou a prestação do serviço. As despesas são relativas à manutenção da empresa, como impostos, tarifas e contas. Já a receita, são todos os valores recebidos.

Se os custos e as despesas são maiores que a receita, a empresa pode entrar em colapso rapidamente. Nesses casos, é preciso verificar minuciosamente o que está causando esse desnível, como substituir fornecedores com melhor valor de negociação, economizar energia, excesso de estoques ou mesmo erros no marketing e no comercial. O controle da receita permite agendar pagamentos, organizar compras, programar investimentos, contratar pessoas e até organizar a expansão dos negócios.

As anotações diárias devem conter o saldo inicial e os valores de entrada e de saída.

4 – Separe as finanças pessoais das empresariais

O maior erro de um empresário é não separar a conta pessoal da conta da empresa. É muito comum a realização de pagamentos de cartão de crédito e contas de luz de casa com recursos do caixa da empresa. Essa ação é o primeiro passo do descontrole financeiro.

Rapidamente, não será mais possível perceber o que é da empresa e o que é pessoal. O mesmo ocorre quando a microempresa tem uma boa receita e o microempreendedor transfere esses recursos para sua conta. O mesmo pode ocorrer quando tira valores da conta pessoal para despesas e custos da microempresa.

5 – Mantenha o controle das receitas e despesas

Tenha sempre o controle sobre depósitos em dinheiro e cheque, transferências, tarifas, saques e tudo relativo ao banco. Dessa forma, é possível distinguir recursos disponibilizados de imediato, como depósitos em dinheiro, daqueles que são programados, como os oriundos de pagamentos com cartões e cheques. Além disso, o débito de tarifas, juros e outras taxas pode desequilibrar o saldo se não houver um acompanhamento de perto.

6 – Não tenha medo de cobrar

Se há alguma pendência com o cliente, é preciso realizar a cobrança do valor. Afinal, todas as negociações são importantes para o controle de caixa de um MEI, e uma inadimplência pode causar grandes prejuízos.

7 – Pense no futuro

Todo microempreendimento tem uma programação para o futuro, como contas mensais a ser pagas e valores a receber, o que requer controle e planejamento para o negócio se manter a todo o vapor.

Tornar-se um microempreendedor individual é bem simples, mas gerir suas finanças pode ser o seu maior desafio. Para evitar colapsos financeiros e fazer com que o negócio prospere, listamos sete dicas essenciais, que estão no site. Venha!