É muito comum que as pessoas torçam o nariz quando se fala de seguros. Você, muito provavelmente, percebe o seguro como uma despesa, no que está coberto de razão, não obstante seja necessário avaliar o tema por outros prismas. Um deles, é analisar o papel das seguradoras na economia nacional.
Fato é, todavia, que uma atividade econômica não se justifica pelo papel exercido na economia nacional. O que justifica a existência de uma atividade econômica, é o papel que ela cumpre na vida das pessoas.
Além, claro, de aumentar as despesas.
O seguro tem uma natureza peculiar, pois é o único produto do mundo que o comprador adquire torcendo para não precisar usar. Na verdade, o comprador e o vendedor compartilham o mesmo desejo. Você, comprador, ao não precisar usar, evita a dor de cabeça, enquanto a seguradora evita a indenização.
Por outro lado, essa relação com o seguro impunha um problema às companhias de seguro. Quando você contrata um seguro saúde, a própria natureza do serviço prevê um relacionamento mais próximo entre o segurado e o que ele contratou. É possível para o cliente avaliar a qualidade do serviço contratado, porque as interações costumam ser regulares. As pessoas vão ao médico fazer consultas periódicas e exames, assim como as doenças não são evento incomum.
Quando se trata de outros ramos do seguro, todavia, a experiência do cliente com o serviço inexiste. Ou inexistia.
Para se diferenciarem das demais, as seguradoras começaram a investir, no final do século passado, em serviços agregados. O propósito desses serviços, chamados de “Assistência 24 horas”, era criar valor para o segurado. Proporcionavam aos clientes a oportunidade de ter experiências com a seguradora ao longo da vigência da apólice.
Para as seguradoras pioneiras na iniciativa o investimento nesse tipo de serviço, significou ter oportunidades de fidelizar seus clientes, por meio da prestação de serviços de qualidade. Antes, o segurado não via a cara da seguradora durante a vigência de uma apólice de automóvel, exceto sofresse um sinistro. Na hora de renovar, não tinha razões palpáveis para continuar com a mesma companhia. Por essa razão, facilmente trocava de seguradora por uma indicação ou por um preço menor.
Imagine, no entanto, a situação de um segurado que contratou um seguro de automóvel e sofreu um acidente a 1200 km de casa.
Receber a indenização da seguradora pelos danos ao veículo já estava nos planos, assim como o reembolso por despesas médicas decorrentes do acidente. A coisa muda quando esse mesmo segurado recebe um serviço completo de assistência, que cuida da remoção hospitalar, inclusive aérea, paga estadia para um acompanhante enquanto esse está hospitalizado e, posteriormente, fornece transporte para que ele retorne à sua cidade.
Gerando empregos, renda e oportunidades
Como qualquer atividade econômica, o seguro gera empregos. No ano de 2015, o setor empregava mais de 45 mil pessoas diretamente, sendo que metade desse contingente era de profissionais qualificados, com curso superior ou pós-graduação. A média salarial anual era superior a R$ 100 mil.
Por que enfatizamos tanto o serviço de assistência 24 horas? Essa é só uma das facetas do universo de oportunidades indiretas geradas pela atividade seguradora. Quando falamos em rede de prestadores, pensamos logo em seguro saúde. São médicos, clínicas, hospitais, consultórios, laboratórios de análises clínicas etc.
Ao proporcionar que você possa usufruir gratuitamente desses serviços, que são pagos pela seguradora, de acordo com uma tabela pré-estabelecida, o seguro está gerando oportunidades para a expansão dos serviços médicos, além de complementar o serviço oferecido pelo governo.
Você já parou pensar na quantidade de médicos, enfermeiros, recepcionistas, radiologistas, pessoal de limpeza e nutrição, que as apólices de seguro saúde ajudam a empregar?
Só que a rede de prestadores não se restringe a esse ramo de seguro. Nos dias atuais, todo seguro de automóvel, residencial ou de vida possui serviços agregados. Quando você enguiça o seu carro ou tem uma pane elétrica em sua residência, a seguradora aciona profissionais para solucionar o problema, caso esteja coberto pela apólice contratada por você.
Você acha que parou por aí?
Tem mais.
Em 2018, havia ativos no Brasil, mais de 91 mil corretores de seguros, entre pessoas físicas e jurídicas. Parte do que você paga em prêmio vai para a sua corretora de seguros, que gera empregos e paga impostos.
Sem contar com as plataformas de atendimento. Até o início do século XXI, as seguradoras geravam empregos diretos ao manter suas próprias plataformas. Nos últimos anos, devido ao alto custo dessas estruturas, esse serviço foi terceirizado, mas continua empregando milhares de pessoas.
Entregando segurança pessoal e patrimonial
É claro, no entanto, que você acha tudo isso muito bonito, mas qual o benefício entregue pela seguradora ao segurado? O que você ganha com isso?
É uma pergunta fácil de responder. Caso você não tenha uma apólice de seguro saúde e fique doente, o que acontece? Ou você pagará caro pelo atendimento hospitalar, ou terá que recorrer ao SUS, que nem sempre é um primor de excelência.
Caso você não tenha seguro de vida e chegue a hora de ajustar as contas com São Pedro, como fica sua família? Caso você tenha seguro de vida e acidentes pessoais, você será indenizado em caso de acidente previsto e, em caso de morte, oferecerá uma proteção aos seus familiares, por meio da indenização devida pela seguradora.
Já pensou você estar pagando as prestações do financiamento do seu automóvel e ele ser roubado? Caso não tenha seguro, o que acontece? Você fica com a dívida e sem o patrimônio.
Logo, pois, o seguro é, sim, uma despesa, assim como a conta de luz, telefone, internet, aluguel e TV a cabo. Só que a cada despesa corresponde a um benefício. O benefício do seguro é a sua segurança pessoal e patrimonial.
Nada como poder colocar a cabeça no travesseiro e dormir um pouquinho mais tranquilo, não é mesmo?
Sem contar, claro, com os serviços de 24 horas, que você deve usar sempre que necessário. Muitas pessoas não prestam atenção nessa cobertura e acabam pagando por serviços que poderiam usufruir gratuitamente, pagos pela seguradora. Fique atento a isso!
Ajudando no crescimento da economia nacional
Para falar do papel das seguradoras na economia nacional, bastaria dizer que, em 2017, o faturamento do setor de seguros, saúde suplementar, previdência complementar e capitalização alcançou R$ 428,9 bilhões. Isso significa dizer que o setor contribuiu com 6,5% do PIB.
A questão poderia ser encerrada com esses números, mesmo sem lembrarmos do universo de negócios que giram ao redor do mercado segurador. Só que o setor de seguros tem uma peculiaridade. Efetivamente, para que o setor tenha solidez e confiabilidade, é necessário que as seguradoras tenham gigantescas reservas de capital para garantir que seus compromissos sejam honrados.
Você sabe para onde vai a maior parte dessas reservas? É investida em papéis do tesouro, que é uma forma de proteger o capital e dar rentabilidade às reservas. Com isso, o setor de seguros é um dos mais importantes financiadores do governo, ajudando o país a investir em desenvolvimento, crédito, infraestrutura e serviços, que ajudam a alavancar a economia, pois geram emprego, consumo, novos negócios e mais impostos.
Depois destas informações, que são apenas superficiais, sobre o papel das seguradoras na economia nacional, é bem provável que você olha a atividade seguradora com outros olhos.
Esperamos que este artigo tenha sido útil para você. Acreditamos que disseminar conhecimento é uma forma de ajudar a melhorar a sociedade e o país em que vivemos. Navegue pelo nosso site, leia outros artigos e informe-se sobre outros temas relacionados!