Como o mercado financeiro está lidando com a crise?

A pandemia mundial do novo coronavírus afetou a vida de toda a população, em especial na sua economia. O mercado financeiro já começou a reagir, antes mesmo que a situação de quarentena se concretizasse e os economistas estão atentos para tentar minimizar ao máximo seus possíveis efeitos negativos.

The concept of financial crisis during an epidemic.

Mas por mais capacitados que sejam os profissionais de economia, é quase impossível ter uma previsão concreta sobre os rumos que tomarão a economia, para o próximo 2021. A espreita da reação do mercado financeiro, está possíveis novas ondas da pandemia e as crises políticas, como vem acontecendo no Brasil.

A crise da pandemia

A classe média e mais baixa da população vem enfrentado grandes dificuldades em lidar com o desemprego que ganhou proporções recordes nessa pandemia. Já alimentado por sucessivas crises econômicas no país, o desemprego empurrou os trabalhadores para a informalidade. Desse modo, enquanto as vagas com carteira assinada entravam em queda, os trabalhos como autônomos explodiu.

Os trabalhos realizados em home office cresceram e se tornaram a opção viável para sobreviver diante da crise. A oferta, principalmente por alimentação delivery, foi uma das mais procuradas no período, incentivando a economia informal e as pessoas a evitarem se expor nas ruas.

Mesmo assim, não foi possível conter o empobrecimento ainda maior das classes mais baixas da sociedade. A incapacidade de prover o mínimo para o sustento da família, muitos foram obrigados a sair de suas casas e morar nas ruas, assim como o aumento dos índices de pessoas que não conseguem se alimentar minimamente ao dia.

Não só o acesso a alimentação mínima e a moradia, mas também a saúde foi bastante afetada com a crise. A contaminação pelo covid 19 é massiva, porém são as classes mais pobres que sofrem as piores consequências pela dificuldade de um atendimento médico de qualidade, vagas nas UTIs e até o uso de aparelhos.

Com a dificuldade de encontrar aporte financeiro do governo, as pequenas empresas e os microempresários foram os que mais se prejudicaram neste período. Sem reservas financeiras e com o negócio fechado, elas tiveram dificuldade em manter os salários em dia, assim como as contas e os fornecedores, obrigando a demitir, negociar dívidas e até decretar falência prematuramente.

Com o comércio fechado, assim como as empresas, o período de quarentena foi de grande expectativa para o brasileiro. Algumas das ações do Governo Federal foram a liberação antecipada de parte do FGTS e a criação do Auxílio Emergencial, que se estendeu para um determinado perfil da população.

Esse dinheiro teve uma reação positiva não só para os seus beneficiários, mas ajudou a movimentar o comércio e o sistema financeiro. Assim, os cidadãos conseguiram pagar contas mais imediatas e a manter as compras, principalmente de itens da cesta básica.

Setores como a aviação, a indústria, o comércio, o turismo, hotelaria e, principalmente, o entretenimento, foram os maiores prejudicados com a crise da pandemia.

O mercado financeiro driblando a crise

Mas mesmo com o dinheiro extra momentâneo, os cidadãos se depararam com o aumento da cesta básica, especialmente itens tão importantes quanto o arroz, o feijão e o óleo. Um pacote de cinco quilos de arroz saltou de R$ 15,00 para a média de R$ 25,00 e até R$ 40,00 em alguns pontos comerciais. E a previsão não é nada otimista, já que há indícios de que os preços aumentarão ainda mais até o final do ano.

Mas enquanto o consumidor final se prejudica com esse aumento, os produtores estão comemorando. Um dos setores que mais se beneficiaram com a crise do corona vírus foi exatamente o do Agronegócio.

A alta demanda de aquisição desses itens, provocados pela mudança de hábito do consumidor, que passou a se alimentar em casa e não na rua, assim como também de posse de auxílios financeiros, foi um dos motivos para esse aumento tão grande.

Houve também uma maior demanda internacional para exportação, fazendo países que também exportam os mesmos produtos começarem a reter parte das mercadorias como reserva para a demanda interna.

Por fim, a ultra valorização do dólar sobre o real fez com que os produtos brasileiros ficassem mais baratos para a exportação. O que atraiu novos mercados e expandiu os negócios, fazendo a produção ficar mais limitada no abastecimento da população interna.

O agronegócio é responsável por 25% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, mantendo-se imune a crise. O mesmo aconteceu também com empresas de serviços tecnológicos, que chegaram a ser ainda mais exigidas pela necessidade de trabalhos em rede.

Todas as áreas que puderam oferecer serviços não presenciais também foram beneficiadas pela pandemia. Médicos passaram a fazer atendimentos online, assim como aulas de instituições particulares e reuniões de trabalho.

É fato que as empresas precisaram se reinventar para não se prejudicaram tanto com a crise. E o principal investimento, sem dúvida, foi na área tecnológica que ajudou a diminuir os custos, a manter os funcionários conectados e ativos, assim como os clientes.

Muitas empresas ficaram tão satisfeitas com os resultados que não pretendem voltar a ter grandes escritórios como antes. A opção de home office e de pequenos espaços para reuniões presenciais, quando realmente necessário, passou a ser não só uma questão de saúde pública, mas também de economia.

É muito mais barato para uma empresa manter um funcionário trabalhando em casa, do que bancar a infraestrutura de escritórios. Além disso, a maior parte das empresas também enxugou seu corpo de funcionários, para se ajustar a sua nova realidade financeira e organizacional.

Setores essenciais como os bancos, procuram evitar o colapso financeiro através de medidas que visam injetar liquidez que facilitem o crédito, assim como adiar cobranças de boletos e impostos. Eles também estão oferecendo ajudas a famílias e empresas, como forma de mantê-los ativos financeiramente durante o período mais crítico.

Mesmo o economista mais otimista vê um futuro próximo de dívidas altas, mas que apresentam juros baixos. Esse quadro pode ser um incentivo importante para a expansão do mercado imobiliário, que já vinha crescendo antes da pandemia.

Ainda assim, as empresas ainda acreditam que é prematuro projetar o possível impacto da crise. A maior parte delas está congelada e voltando vagarosamente a ativa, pela falta de clareza sobre os rumos da economia.

Em contrapartida, a bolsa de valores teve sucessivos aumentos logo no inicio da pandemia, caracterizando uma visão mais suave sobre o futuro econômico do país. Afinal, pode ser que o resultado não seja tão ruim quanto se imaginou.

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