Entenda tudo sobre o momento de crise econômica

O mês de fevereiro de 2020 ficará para a história, como o início da pandemia de corona vírus no Brasil. A doença já havia causado um verdadeiro alvoroço na China, em outros países asiáticos e na Europa, mas nem a previsão mais pessimista poderia antever o que estava por vir nos outros meses.

Foi preciso parar tudo para tentar conter o avanço do vírus na população, que em poucos meses bateu índices alarmantes de mortes. Se os hospitais não estavam preparados para uma pandemia nessa dimensão, a economia muito menos diante de tudo simplesmente parado. Foi preciso mudar os hábitos, rever as necessidades e criar novas estratégias para conter a eminente crise econômica que estava começando a surgir, não só no Brasil, mas no mundo.

A pandemia do vírus e da economia

Enquanto as notícias nos jornais informavam sobre a pandemia em países como a China e Itália, o Brasil assistia ainda como um mero espectador. Era difícil acreditar que um país dessa dimensão e depois de todas as informações que vinha captando sobre os casos em outros locais, fosse sucumbir à Covid 19. Mas sucumbiu e acabou se tornando um dos com maior número de infectados e mortes pela doença.

Mesmo que o primeiro caso oficial tenha surgido em fevereiro no Brasil, ainda assistíamos com esperança de que fosse apenas uma situação isolada. Mas em meados de março o país parou e as capitais brasileiras pararam os meios de transporte, fecharam fronteiras, e só as atividades essenciais, como hospitais e mercados, se mantiveram abertos sob plantão.

O anúncio de que era necessário impor uma quarentena não deveria surpreender ninguém, já que isso já estava acontecendo com outros países. Mas foi difícil entender que não voltaríamos ao trabalho e aos estudos presenciais no mês seguinte. Na verdade, estávamos todos entrando num momento de incerteza e as imagens de covas sendo abertas para facilitar o enterro dos mortos era assustadora.

Afinal, não apenas pessoas mais velhas ou com doenças preexistentes corriam riscos de obter sintomas mais graves da covid 19, mas um número considerável de jovens saudáveis estava engrossando o número de óbitos. Notícias reais se misturavam com as fake news e a população estava à beira do pânico, entre excesso de álcool gel, máscaras ou simplesmente o desprezo pela quarentena e a ciência.

Enquanto a área da saúde se tornou estrela dos noticiários, a de economia começava a despontar com ainda mais pessimismo. O mundo inteiro focou em salvar vidas primeiro e pensar na economia depois, mas em potências como o Brasil e os EUA, o foco dos políticos sobre a economia impedia que ações mais eficazes fossem tomadas diante da pandemia. Nem as mortes cessaram, nem a economia foi controlada.

Enquanto os bancos começaram a funcionar parcialmente, escolas, escritórios e comércio fecharam as portas, sem data para retornar. Todos deveriam ficar em casa e, para isso, foi preciso impedir o tráfego de ônibus e trens, para evitar que as pessoas continuassem indo aos seus trabalhos e os chefes a exigirem suas presenças.

Mesmo com uma desobediência crescente, nos primeiros meses o brasileiro mudou seus hábitos, principalmente de consumo. O home office virou uma realidade para a maior parte dos escritórios, que precisavam se adaptar a reuniões online, filhos em casa e uma rotina que misturava os afazeres domésticos com os profissionais.

Nos quatro primeiros meses de pandemia, o desemprego aumentou 27,6% e 13,1% em comparação ao ano de 2019. E só não foi pior porque muitas empresas conseguiram driblar a crise sem precedentes, criando novas formas de fazer dinheiro, especialmente no ramo de alimentação que partiu para o delivery.

Muitas empresas fecharam por não conseguirem manter as contas com as portas fechadas. Principalmente o comércio, se viu aturdido diante das taxas mensais a serem pagas, a folha de pagamento e nada de entradas. Só quem tinha fundos de reserva e ajuda financeira de instituições, conseguiu fôlego para ressurgir.

Se durante o período mais crítico da quarentena as ruas pareciam cenas de cidades fantasma, no processo de abertura muitos locais continuaram iguais, mas dessa vez com empresas que realmente fecharam as portas. A indústria do entretenimento, a última a retomar lentamente as atividades, foi uma das que mais sofreram com o impacto da crise.

Artistas iniciaram shows ao vivo pela internet, as chamadas lives, conseguindo atrair patrocínio diante do bom índice de visualizações. Até mesmo o teatro abriu espaço para o seu público, vendendo ingressos online e oferecendo peças para um público restrito. Mas nada se compara ao susto que os telespectadores tiveram ao ver suas novelas preferidas também paradas, enquanto outras reprises ocupavam o horário nobre da tv.

Planos e projeções para o futuro da crise econômica

O fim da quarentena proporciona um retorno as atividades bem lentas, em que a maior parte das áreas ainda não estão funcionando em sua plenitude. Mas já é possível ter momentos de laser, ir trabalhar, fazer compras no shopping e até mesmo almoçar no restaurante predileto, tudo sempre tomando os cuidados necessários e dentro de um limite predeterminado.

Enquanto algumas ruas camuflam o risco grave de contaminação, devido a atividade intensa, a maior parte ainda sofre as consequências da falta de remédios e vacinas contra o vírus. Boa parte da população ainda prefere ficar em casa, seguindo as recomendações médicas de não se aglomerar.

Os efeitos da crise econômica são evidentes. Basta uma ida ao mercado para se deparar com os preços altos da cesta básica, principalmente para a alta do arroz e do feijão. Motivo de piadas sobre o super aumento, o preço do arroz indica que houve um aumento da sua demanda, tanto pela população que está comendo mais em casa, quanto para o setor de exportação. E não há nenhuma previsão de diminuição do valor.

Como muita gente ficou desempregada ou sem renda, o Governo federal criou processos que viabilizaram dinheiro para os mais carentes. Uma dessas ações foi a criação do Auxílio Emergencial, cujo intuito era também de levantar minimamente a economia, já que o dinheiro recebido era injetado no pagamento de contas e compras de bens de consumo. Dessa forma, foi possível manter sinais mais positivos da economia brasileira, mesmo diante de tanta incerteza.

Segundo o FMI, a economia mundial está caminhando para uma recessão, sob os efeitos da pandemia. Depois de uma tímida recuperação econômica pós a crise de 2008, é natural prever o pior com tantas fábricas e centros comerciais fechados pelo mundo. Os economistas calculam que, para cada mês de pandemia, houve uma queda de 2 pontos percentuais sob o crescimento anual do país.

Além da diminuição de empregos da CLT, houve também uma abrupta diminuição da renda do brasileiro. Mesmo que não seja, diretamente, uma redução do salário, com o aumento dos preços o dinheiro mensal ficou mais curto para manter o mesmo padrão econômico e as dívidas pagas em dia.

As empresas perderam os níveis de produtividade, passando a produzir muito menos ou até mesmo nada no período. Tudo pela diminuição das vendas, o recolhimento de impostos também diminuiu, causando impacto nos investimentos necessários nas cidades.

Outro importante termômetro da crise econômica na pandemia, é a redução dos níveis de investimento no país. Com uma baixa expectativa de crescimento imediato diante da crise e sem nenhum plano mais impactante de saída, cada vez é maior o desinteresse das empresas em investir no mercado brasileiro, apesar do crescimento do dólar perante o real.

Mas enquanto alguns setores sofrem com a pandemia, como é o caso da aviação, turismo e entretenimento, outros comemoram os lucros obtidos por ela. É o caso de empresas de tecnologias, que vem sendo muito requisitadas para atender a demanda maciça.

Apesar de as previsões não serem otimistas, há uma observação de que pode haver um crescimento, mesmo que lento e pequeno, com o início da vacinação. O mercado financeiro mantém a especulação para escapar da onda negativa que vem assolando a bolsa de valores e os brasileiros seguem em busca de respirar mais aliviado em 2021.

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