Construção de patrimônio: como a economia doméstica influencia no objetivo?

Você certamente já ouviu falar em economia doméstica, mas talvez ainda não tenha parado para aprender sobre esse tema tão relevante para a saúde de suas finanças, o seu futuro e o de sua família.

Parabéns por acessar este artigo que pode ajudar a mudar sua vida e fazer com que você enxergue suas finanças sob uma outra perspectiva.

O que é economia doméstica?

Para entender o que é economia doméstica, vamos entender primeiro o que é economia. A economia é uma disciplina que tem como propósito fazer a gestão de recursos, seja a pública, seja a privada. Quando falamos em economia privada estamos, efetivamente, falando de empresas e pessoas físicas, o que inclui, portanto, a economia doméstica.

Praticar a economia doméstica é fazer a correta gestão dos seus recursos para alcançar os seus objetivos de vida e gerar uma situação financeira confortável. O nosso propósito, portanto, é mostrar como fazer a correta gestão dos seus recursos.

Construção de patrimônio

Patrimônio, do ponto de vista financeiro, é tudo aquilo que você pode monetizar, transformar em dinheiro, inclusive os recursos monetários que você tem investidos em aplicações financeiras.

Seu apartamento, seu automóvel e todos os seus bens duráveis são patrimônios que você pode vender e transformar em dinheiro. Nas empresas, quando você tem dívidas maiores que o patrimônio, isso significa que você tem um patrimônio negativo.

Você vai encontrar diversas notícias que dão conta do alto grau de endividamento das famílias brasileiras. A grande maioria delas tem patrimônio negativo, pois suas dívidas superam o valor dos bens de que dispõem. Essa é uma situação preocupante, pois, supondo que essas famílias fiquem sem renda, nem vendendo todo o patrimônio conseguirão pagar as dívidas.

Planejamento como base da economia doméstica e da construção de patrimônio

Muitas pessoas torcem o nariz quando ouvem falar de planejamento, como se fosse algo dotado de enorme complexidade. No âmbito da economia doméstica, o planejamento é algo bastante simples. Consiste em montar uma planilha com duas colunas. De um lado, você coloca as suas receitas (salário, aposentadoria, pensão e dividendos, por exemplo) e, de outro, as suas despesas e gastos.

Se suas despesas e gastos forem maiores que as suas receitas, a consequência natural é você se endividar. É onde entram o cartão de crédito e o cheque especial, de que falaremos mais adiante.

O planejamento consiste em você equilibrar o que entra e o que sai. Não pode sair mais dinheiro do que aquele que entra. Melhor que isso só se você tiver maior entrada do que saída de dinheiro, o que significa que você está economizando. Ao economizar, guardar e investir, você estará dando um passo significativo para a tão sonhada construção de patrimônio.

Antecipar quais serão os gastos, despesas e receitas é o que chamamos de fazer orçamento. Você pode fazer o orçamento anual e mensal. Caso você faça o seu orçamento mensal e constate que os gastos e despesas estão maiores que os seus ganhos, é hora de cortar gastos.

As despesas são aquelas que incidem mensalmente, como conta de luz, telefone, internet, alimentação ou aluguel, por exemplo. Os gastos são aqueles que são opcionais. Faça um levantamento durante três meses de quais são seus gastos, como idas ao cinema, lanches na rua, viagens e compra de bens de consumo, como roupa, sapato, bebidas, refrigerantes e supérfluos de todo tipo.

Caso a soma das despesas com os gastos supere os seus ganhos, corte os gastos. Para fazer isso melhor, crie uma hierarquia nas suas despesas e gastos. Coloque no topo aquilo que é essencial. Abaixo, coloque o que é importante, seguido do que é supérfluo. Nessa hierarquia um gasto não pode ficar acima de uma despesa. Caso corte uma despesa no lugar de um gasto, você estará fazendo um corte ilusório, pois acabará trocando uma despesa por uma dívida. É o que acontece, por exemplo, quando você deixa de pagar o aluguel para curtir duas ou três noites de balada, que acabarão sucedidas por noites mal dormidas.

Para quem trabalham os juros?

Quando você estiver preparado para responder a essa pergunta, sua visão das finanças e da economia doméstica mudará drasticamente.

Você sabe o que acontece quando você usa parte ou totalidade do limite do cheque especial? Os juros trabalham para o banco, e olha que eles são altos. O cheque especial é a corda disponível mais apropriada para as pessoas se enforcarem financeiramente.

Você já reparou que as pessoas trocam o salário pelo cheque especial? Vão usando, usando, usando… e, finalmente… não conseguem pagar. Então, elas trabalham para pagar o cheque especial. Só que, com isso, perdem parte do salário para o banco, que fica muito agradecido com os juros que elas pagam para ele.

A mesma coisa é o cartão de crédito no rotativo. Funciona igualzinho ao cheque especial. Não caia nessa. Caso vá usar o cartão de crédito, use-o para parcelar as compras, cuidando para que as parcelas caibam no orçamento. Se você estiver pendurado no cheque especial, tome um empréstimo parcelado em que as parcelas caibam no seu orçamento, quite o cheque especial e livre-se dele para sempre.

Por outro lado, quando você aplica seu dinheiro no mercado financeiro, mesmo que seja na caderneta de poupança, os juros trabalham para você.

Adote o consumo consciente

Tem uma coisa que escapa um pouco ao nosso tema, mas é importante para reforçar a importância da economia doméstica. Quanto mais você consome, mais a indústria produz para atender ao seu consumo. Isso significa que a indústria precisará utilizar mais recursos naturais, seja como fonte de energia, matéria prima ou suprimentos.

Sabe quem sai perdendo com isso? O meio ambiente e você, porque todos os recursos são finitos e as gerações futuras sofrerão com isso. Já você, sofrerá agora, porque o consumismo faz com que as pessoas não consigam fechar a conta no final do mês.

Vamos mudar a forma de consumir produtos? Será que você precisa mesmo ter tantas peças de vestuário? É necessário mesmo comprar aquela bolsa ou aquele sapato? Quanto você economizaria abrindo mão de três ou quatro idas ao restaurante, ao teatro, ao cinema ou ao futebol? E aquela cervejinha de lei? Que tal fazer uma emenda para transformar essa lei em algo menos dispendioso?

Não estamos querendo dizer aqui que você deva abrir mão dos prazeres, mas eles precisam caber no seu orçamento.

Construção de patrimônio e reservas para emergência

O resumo da boa gestão da economia doméstica é:

  • ganhar;
  • gastar;
  • economizar;
  • investir.

Já falamos sobre ganhar e gastar. Sabemos que os gastos precisam caber nos ganhos. Já falamos sobre economizar. Agora, vamos falar sobre o que fazer com o dinheiro economizado para a construção de patrimônio e de reservas para emergência.

O que acontece quando você tem um gasto inesperado e inevitável? Caso você não tenha reservas de emergência, o caminho natural é você se endividar, correto? Para evitar as dívidas, pois nós não gostamos delas, o ideal é que você tenha reservas financeiras para enfrentá-las. O nome disso é gestão de riscos. Em outras palavras, é você se antecipar a um possível problema futuro.

Tomara que o imprevisto não venha e suas economias fiquem intactas. Lembra-se do que nós falamos sobre os juros trabalharem para você? São os tais dos juros compostos, que são acumulativos.

Você quer comprar um apartamento? Apartamento é um patrimônio, logo você está num bom caminho, inclusive porque, ao contrário dos automóveis, que são uma verdadeira fonte de despesas e gastos, os imóveis podem se valorizar e ainda livrar você da despesa com aluguel.

O problema é que a maioria das pessoas recorre a financiamentos de longo prazo para adquirir seus imóveis. É claro que há situações em que comprar o apartamento é uma necessidade e você não tem dinheiro à mão, logo a solução é recolher ao financiamento. O problema é que ao final de sabe-se lá quantos anos, você terá pago mais que o dobro do valor do imóvel. Se você decidir vendê-lo no dia seguinte, sairá no prejuízo.

Quando, ao contrário, você aplica o dinheiro no mercado financeiro, é bem provável que você adquira um apartamento de R$ 300 mil por R$ 250 mil. São números hipotéticos, sem compromisso com precisão, mas a possibilidade é real, dependendo do quanto, com que frequência e por quanto tempo você investiu.

Por que isso acontece? Simples. É que você investiu, ao longo do tempo, R$ 250 mil, mas os juros trabalharam para você, ao ponto de, em determinado momento, você ter R$ 300 mil aplicados. Repare que o seu apartamento de R$ 300 mil, que sairia por mais que o dobro no financiamento, sairá por R$ 250 mil.

Resumo

Em resumo, caso você esteja pensando em usar a economia doméstica para investir na construção de patrimônio, os procedimentos a serem seguidos são:

  • gaste menos do que você ganha;
  • tente consumir somente o que realmente precisa;
  • fuja das dívidas, do cheque especial e do cartão de crédito rotativo;
  • economize;
  • invista seu dinheiro;
  • prefira juntar dinheiro para comprar bens de alto valor a fazer financiamento.

Vai uma dica extra e valiosa para concluirmos. Investir em qualificação profissional e conhecimento é uma das melhores formas de investimento. Aliás, investimento é aquele dinheiro que vai e retorna. Quando você investe em qualificação profissional e conhecimento, está contribuindo para a sua economia doméstica e para a construção de patrimônio, pois estará criando oportunidades para aumentar seus ganhos, recuperar o investimento e ter uma vida mais confortável.

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