Como a bolsa de valores interfere na vida dos brasileiros

Todos os movimentos políticos noticiados pela TV, sobretudo os mais polêmicos, sempre são acompanhados da informação de que a as ações tiveram uma queda ou alta no mercado financeiro. Mesmo sem saber muito bem o que isso significa, muita gente teme as consequências dessas variações, que refletem direta ou indiretamente na economia do país.

bolsa de valores

Os crescimentos dos índices da Bolsa de Valores brasileira costumam ser comemorados até por quem não tem investimentos. É ali que está o valor das empresas que possuem suas ações abertas para negociação, cujo crescimento é determinante não só para quem investiu em suas ações e ganha os lucros, mas para a economia em geral, que dá indícios de que o país está mais receptivo ao investimento estrangeiro.

Mas o que é a bolsa de valores?

A Bolsa de Valores sempre foi vista como um local onde só quem tem muito dinheiro pode se aventurar. Considerado um dos investimentos mais rentáveis do mercado financeiro, é também dos mais arriscados, por causa das suas variáveis.

A Bolsa de Valores é o espaço, físico ou virtual, onde são negociadas ações de uma empresa. Há também a comercialização de commodities, títulos de renda fixa e outros ativos. O ponto principal dessas negociações é quando um investidor decide comprar ações de uma empresa, enquanto outros desejam vendê-las.

As ações são as menores partes de uma empresa. Quanto mais ações adquiridas, maior será participação do investidor na empresa. Já o B3, antiga Bovespa, é nome da bolsa de valores brasileira, enquanto em Nova Iorque há a New York Exchange e a Nasdaq, que cuida exclusivamente de negócios que envolvam tecnologia.

É no ambiente da Bolsa de Valores que ocorre o encontro entre quem procura e quem oferece. Ela garante que o investidor receba pela venda de suas ações, assim como as ações possam passar para o nome do comprador logo que a negociação é oficializada. Todas as ações são guardadas e protegidas pela CBLC, uma empresa do Grupo Bovespa.

As regras e estruturas da Bolsa de Valores permitem dar segurança a todos, através de forma mais segura, justa e eficiente de negócios. Se antes ela realmente era um local para poucos, pela forma complicada de sua atividade e também pelo acesso restrito, hoje é acessível para qualquer pessoa que deseja investir neste mercado. A partir de R$ 2.000,00 já é possível começar a investir em ações.

Para entender o investimento e sua rentabilidade, é preciso saber como surgem as ações. Para entrar para esse mundo financeiro, uma empresa precisa fazer um IPO (uma sigla em inglês que significa Inicial Public Offering) após cumprir uma série de requisitos, como ser constituída como S/A (sociedade anônima), assim como auditoria de relatórios financeiros, ter governança corporativa, controles internos rigorosos, aspectos fiscais bastante específicos, recursos humanos enquadrados e uma estrutura de sócios adequada a nova realidade.

Como não é um procedimento simples, para uma empresa realizar um IPO ela precisa estar mais madura e estruturada com um bom planejamento a longo prazo. Um IPO pode durar em média oito meses a quatro anos até acontecer, principalmente pelo processo de auditoria rigorosa que a empresa precisa passar. São necessários, no mínimo, três balanços auditados. Se a empresa já possuí esse hábito, será bem mais rápido o processo.

Há ainda uma definição criteriosa entre os sócios, sobre as características da operação. Tanto sobre o volume de recursos a ser captados, a composição das ações que serão disponibilizadas e até se essas ações serão de novos papeis ou adquiridas pela venda de antigos investidores.

São realizados roadshow para a apresentação da empresa para o mercado financeiro. As empresas que assessoram esse procedimento, organizam encontros com corretoras de valores, analistas financeiros e investidores, para prestar informações detalhadas sobre a empresa, seus produtos, administração e finanças, com a finalidade de despertar o interesse.

Em seguida, a empresa dá sequência a parte burocrática da transição, primeiro solicitando o registro a Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado de capitais, assim como também requisitam autorização para abrir a venda das ações para o público. Por fim, a empresa requisita entrar para a listagem da B3, que vai permitir que as ações sejam disponibilizadas a venda.

Há ainda a criação e apresentação de um prospecto, documento com informações amplas sobre a companhia. Nele está contido dados sobre a empresa, assim como a situação que ela está diante da concorrência e do mercado. Também vem descrito ali os riscos possíveis do negócio, as condições da operação, a administração etc.

Os grandes investidores demonstram logo seu interesse, ao assistirem o roadshows. Mas para pessoa física cadastra, é necessário entrar no período de reserva de ações, onde os pedidos para compra são enviados. Enquanto a quantidade de ações que querem comprar faz parte do chamado bookbuilding, para que então seja estabelecido o valor dos papeis.

Por fim, é instituído o Dia D, onde as ações começam a ser negociadas no pregão da bolsa de valores. E é nesse ponto onde o desempenho de compra e vendas, como a valorização ou desvalorização dos papeis, são o motivo de entusiasmo ou desespero dos investidores.

O mercado de ações na vida dos brasileiros

O Ibovespa é uma outra empresa do B3, importantíssima para o Brasil e que faz todos ficarem de olho para identificar o futuro do mercado financeiro. Trata-se de um indicador que mostra o desempenho das ações e onde é possível observar como o mercado está reagindo no momento. Ele mede o nível de confiança no país, a partir de uma carteira de ações teórica, que agrega o maior movimento de dinheiro que está no mercado.

Os fundos de investimento e investidores em geral utilizam muito o Ibovespa para definir o rendimento de suas carteiras. Como não é possível definir um valor justo para uma ação, o Ibovespa é tão volátil quanto o mercado de ações, cuja variação é norteada pela especulação a partir de uma análise de como a empresa está se desenvolvendo no mercado e a sua provável reação diante das políticas.

Quando há expectativas futuras positivas a respeito das empresas brasileiras, o índice estará em alta, o que incrementa a busca por investimentos no país. Porém, o contrário também acontece e se a expectativa é ruim ou obscura, o mercado reage e pode causar prejuízos em cadeias.

Um exemplo de como o Ibovespa reage e repercute na vida dos brasileiros, logo no começo da pandemia de covid 19, o índice teve uma queda de 15 mil pontos. Tudo porque houve uma necessidade de reclusão, o que causou o fechamento de empresas e uma queda muito alta de lucros, especialmente de empresas menores. Consequentemente, o valor das ações caíram vertiginosamente.

Para quem investe no mercado de ações, naturalmente sofrerá com as alterações da bolsa de forma mais imediata e direta. Mas toda a população reage a essa movimentação. Quando uma empresa está sendo apontada pelo mercado como franca em crescimento, há um estímulo para novos investimentos pela queda de juros no crédito, já que ela está com valorização em alta.

Com isso, a mesma empresa pode abrir mais posições de trabalho e contratar, pode adquirir ainda mais materiais para fomentar sua produção, fazendo com que empresas ligadas a ela possam também crescer e há uma injeção de novos produtos na praça, o que estimula ainda mais o comércio.

Logo, se o Ibovespa sobe, a economia aquece, o desemprego tende a cair e mais e melhores produtos podem estar disponíveis ao cliente. Mas se ela estiver em queda, o contrário também é proporcional, com aumento da taxa de desemprego, retração econômica e perdas substanciais.

Sem contar que quando a economia está pujante, há a cobrança de impostos, que permite uma maior entrada nas contas do governo municipal, estadual e federal. Com mais dinheiro em caixa, é possível investir em infraestrutura do país, pagar dívida pública e desenvolver projetos para a sociedade.

Em geral, quando a bolsa sobe, o dólar desce. Raramente ambos tem um desenvolvimento semelhante. O motivo principal é que para o investidor estrangeiro efetuar a compra de ações brasileiras, é preciso converter dólar em dinheiro e com os valores altos faz com que o real seja valorizado, derrubando o dólar.

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