Com todas as conturbações do dia a dia e o crescimento de inúmeras doenças mentais, é emergencial cuidar de si mesmo. Tanto no aspecto físico quanto da saúde mental, a busca tem sido grande por métodos que ajudem a superar os estresses do dia a dia e a não sucumbir a eles. Mas não é só do corpo e da mente que se refere o autocuidado, mas todos os mecanismos que o indivíduo exerce para cuidar de si e de sua qualidade de vida.
O autocuidado vai muito mais além e é um mecanismo fundamental para melhorar a autoestima, ter mais firmeza e assertividade em tomar decisões diante dos desafios que surgem no dia a dia. Com isso, aprimorar o próprio estilo de vida e torná-lo mais funcional, leve e eficaz. O autocuidado financeiro se trata de ter uma relação mais saudável com o dinheiro e fazer com que ele atue a seu favor, sem que seja um motivador de estresses e problemas, mas sim a solução para uma vida mais plena e tranquila.
Entender o dinheiro e aprender a lidar com ele
Não manter uma relação saudável com o dinheiro é fator crucial para gerar estresses que afetam a saúde física e mental. Sem uma educação financeira adequada e a falta de foco em entender o significado do dinheiro, o indivíduo está sempre vulnerável as dificuldades de reservar, economizar, cortar gastos e saber usufruir de forma equilibrada e positiva do que o dinheiro pode oferecer.
É importante compreender que a relação estabelecida com o dinheiro está ligada diretamente, a tranquilidade na vida financeira. Equilibrar receita com gastos é um dos principais pilares para um futuro promissor e satisfatório, sem ser pego de surpresa com dívidas e outros transtornos.
Vivemos num mundo consumista, que transborda tentações em inúmeras mídias. E com o tempo mais acelerado e agitado da vida cotidiana, é muito mais fácil e rápido cair em tentações que possam levar ao arrependimento no final do mês. Os círculos viciosos estão presentes na rotina da maior parte das pessoas, que não percebem o quanto já estão imersas neles e por isso, não entendem o perigo que correm.
Muita gente entra num círculo vicioso que precisa trabalhar mais, fazer extras, para poder suprir os gastos com consumo. Em grande parte, o dinheiro a mais não é exatamente para pagar contas essenciais e muito menos para economizar. Mas sim para comprar mais, manter um padrão de vida que não necessariamente é o seu, simplesmente para se sentir bem e ser melhor aceito na sociedade.
Mas será que vale mesmo a pena tanto esforço para comprar roupas de marca e usar aplicativos de serviços sem necessidade? Comprar eletrodomésticos desnecessários e ir a locais que são mais caros que o seu padrão de vida, colocando em risco sua saúde como um todo?
Quando uma pessoa entra em dívidas ela não prejudica só seu bolso, mas também sua saúde física e mental, com a preocupação de perder crédito, da cobrança maçante das instituições financeiras e de ficar devendo a alguém, sujando seu nome com os excessos.
Por isso, antes de realizar qualquer compra que seja, faça as seguintes perguntas: Eu preciso mesmo disso ou eu quero? Eu tenho como pagar por isso no momento? Eu posso adiar essa aquisição sem ter prejuízo? As respostas vão ajudar muito a controlar o supérfluo.
É fato que quanto mais e melhor se conhece das próprias despesas, mais fácil é conhecer a si mesmo. Sua própria personalidade, hábitos, vícios e desejos estão ali nas planilhas onde são expostos sua renda e gastos. Enquanto há pessoas que deixam de lado as contas básicas para custear os extras, há os que primeiro quitam tudo que é fundamental para então usar o que é possível com aquisições não emergenciais.
Veja tudo com mais clareza e pare de se enganar
Há quem fuja de dívidas simplesmente ignorando sua existência, sem se preocupar em buscar uma solução para acabar com elas. Essas pessoas são as mesmas que acreditam que dinheiro é um problema e que sempre vai viver numa situação de dificuldade, a não ser que a sorte aconteça.
Enquanto outras perdem noites de sono, sofrem de ansiedade, estresse e até depressão por causa das dívidas e dificuldade em fechar as contas no fim do mês. Inclusive, essa é uma das principais causas de doenças como enfarte e AVC, como uma espécie de bomba alimentada diariamente pela inabilidade com o dinheiro.
Ter tranquilidade financeira tem muito mais a ver com consciência do que sorte. Na verdade, ela pouco influencia nisso. Muita gente vive o momento atual e acha que pensar no futuro é só buscar mais preocupação, o que não é real. Com um esforço menor do que se imagina, é possível reorganizar sua vida financeira e se programar para no futuro para viver bons momentos sem preocupações.
O autocuidado financeiro é exatamente um conjunto de ações que visam atingir o bem-estar financeiro, não só no presente mas também no futuro. Há quem acredite que ter um bom salário já é a solução, mas é uma ilusão. Para quem já enfrenta problemas em lidar com dinheiro, o volume do salário apensa faz aumentar o consumo e, consequentemente, as dívidas.
Sem dúvida, é importante cumprir as obrigações financeiras permanentes, como contas de água, luz, condomínio, aluguel, escola, plano de saúde, alimentação e transporte. Mas é preciso colocar no mesmo peso a porcentagem direcionada para investimentos. Mesmo que seja um valor mínimo, como de dez por cento ao mês, manter essa rotina de economia permite ver o futuro com mais tranquilidade.
Na verdade, não há uma receita ideal para o autocuidado financeiro. Elas vão além da criação de planilhas de entradas e saídas e controle de gastos. Pode ser bastante subjetiva na sua concepção, podendo ser difícil entender no início como realizar essa tarefa. Mas é relevante ter consciência que o autocuidado financeiro tem a ver com o que é bom para si mesmo, tal como a prática de atividades físicas e de uma boa alimentação.
Para ajudar a entender e praticar o autocuidado financeiro, listamos 4 dicas para serem iniciadas agora mesmo:
1 – Identifique padrões de gastos
Além das despesas comuns como água e luz, há gastos que se repetem todos os meses e não estão incluídos na lista de essenciais. Isso inclui a compra rotineira de comidas em restaurantes, roupas, sapatos, livros, assinaturas de streaming, artigos de decoração, doces, etc. Não é errado comprar e gastar dinheiro com nada disso, mas é muito importante refletir sobre o quanto se despende das finanças para bancar esses gastos.
E eles podem também indicar padrões da personalidade, já que em alguns casos podem ser uma necessidade de aplacar seu sentimento de solidão, as crises de ansiedade, a vontade de se sentir mais adequada ao grupo que está vivendo entre outros motivos, que nem sempre são saudáveis.
2 – Confera seu saldo
É comum sair gastando sem saber quanto há disponível para isso. É preciso manter uma rotina de conferência de saldo para entender quando ele está diminuindo em velocidade ou se está saindo do planejado e pode causar um déficit nas contas essenciais.
Entrar em cheque especial é sempre um risco alto de dívidas que consomem não só nosso dinheiro, mas também a saúde. Todo cuidado é pouco para evitar essa cilada.
3 – Crie metas com seu dinheiro
Ter metas é um estímulo a economia. Se deseja viajar no fim do ano ou adquirir algo mais caro e precisa economizar para isso, toda vez que tiver vontade de gastar dinheiro com algo desnecessário, vai pensar antes de fazer.
É uma forma sensata de controlar os impulsos e no final, pode proporcionar ótimos momentos e realizar desejos guardados na gaveta e que pareciam impossíveis de serem conquistados.
4 – Aprenda a dizer não
Saber dizer não é uma sabedoria e faz parte de uma boa disciplina conseguir dizer não para aquilo que não deseja, não é útil e não faz bem. Não precisa aceitar um convite para sair que será oneroso e não está com vontade de fazer, simplesmente porque não saber rejeitar a proposta.