Quando o casal decide se divorciar é sinal de que o casamento chegou ao fim por falta de amor, incompatibilidade, infidelidade ou dificuldades financeiras. Principal motivo de brigas e desentendimentos, a falta de planejamento financeiro pode afetar gradualmente o casamento e tornar o convívio inviável, até levar a sua ruptura de forma drástica e frustrante.
As dificuldades financeiras surgem muitas vezes no início do casamento, em que ambos estão começando a se estruturar numa vida em comum. O mesmo ocorre com casais mais jovens, com pouca experiência em lidar com o próprio dinheiro e que precisam lidar com a responsabilidade do lar no inicio de sua carreira. Outras situações mais graves podem surgir como a perda de um emprego, tornando a vida do casal uma verdadeira prova de convivência e equilíbrio.
As crises geradas por dívidas e desempregos
Os votos de casamento feitos durante a cerimônia fazem com que os noivos façam promessas bastante rigorosas sobre a convivência. O “amar e respeitar, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza”, serão postas em provas em muitos momentos do casamento onde uma das partes ou ambos enfrentarão dificuldades e caberá ao outro dar o suporte necessário para que a supere.
Mas na prática o romantismo pode virar um drama e o compromisso firmado pode ser abalado por inúmeras provações. Uma das mais comuns e cruéis é a dificuldade financeira, gerando endividamentos, cortes e crises que abalam a estrutura emocional de ambos, tornando-se um estopim para muitas brigas.
Os casos em que ocorre o desemprego, toda a família sofre, principalmente se a perda for da principal fonte de renda. Quem perdeu o emprego pode entrar num estado emocional angustiante, pessimista e estressante, diante da dificuldade em retornar ao mercado e manter as contas em dia. A falta de bom humor e tranquilidade são ingredientes eficazes para iniciar discussões pelos motivos mais simples e que poderiam ser resolvidos com uma simples conversa, além de colocar em risco a amabilidade do casal e sua vida sexual.
Situação semelhante acontece cm endividamentos. O arrocho nas finanças e os cortes podem ser rigorosos demais e tirar do casal seus momentos de relaxamento, como passeios culturais e viagens. Manter o cotidiano com restrições e até com cobranças externas que podem colocar em risco bens da família repercute como verdadeiras catástrofes na convivência dos casais.
Outro motivo que abala a confiança do casal é a traição financeira de uma das partes. Contrair dívidas sem informar ao outro, emprestar dinheiro em segredo, assim como fazer uma compra muito cara que abalará o planejamento financeiro, pode tirar a confiança da outra parte e gerar outros tipos de brigas. Há indicativos que esse tipo de traição tem o mesmo dado que a conjugal e se transformar num caminho para a separação, sendo muito mais comum do que se imagina. Pesquisas recentes afirmam que 40% dos brasileiros casados não informam ao cônjuge sobre compras e dívidas que contraem.
O casal precisa aprender a lidar com o que é de ambos e o que é individual. O compartilhamento do fluxo financeiro é fundamental para a saúde do casamento, independente da forma como decidem dividir os custos. Mas também tem o mesmo grau de importância a consciência da sua própria individualidade. Enquanto compartilham gastos e investimentos em comum, individualmente também podem ter suas dívidas e isso pode influenciar na estabilidade do casamento.
Manter o controle dos gastos é essencial para manter o equilíbrio da relação do casal com o dinheiro. Buscar negociar dívidas em conjunto, estar sempre alerta sobre os contratos firmados e saber economizar com compras no dia a dia é uma forma de manter o respeito ao outro e ao próprio casamento.
Porém a maior dificuldade entre os casais tem sido a discordância sobre a divisão de despesas. Como o casamento atual direciona para o compartilhamento também das finanças, fazer um planejamento financeiro ajuda a descrever os gastos e recebimentos para que sejam divididos de forma mais justa possível. Mas nem sempre é assim que acontece e é comum a discordância dessa divisão.
Enquanto um acredita que o ideal é que as contas sejam distribuídas, o outro acredita que é melhor que exista uma separação entre o pagamento das contas e os investimentos. Dessa forma, uma parte paga todas as contas e a outra usa o mesmo valor para investir. Em outras situações o casal opta por dividir igualmente as pendências, mesmo que exista uma discrepância salarial entre ambos, fazendo um sempre ter mais dinheiro que o outro.
Não existe uma divisão ideal para todos os casais, mas aquelas em que ambos considerem certo. O importante é que encontrem uma forma satisfatória de lidar com as finanças do casal, sem que isso seja um estímulo para futuras brigas.
É possível transformar o dinheiro em felicidade
A visão romântica do casamento encobre o fato de que ambos formaram uma espécie de sociedade, que exige transparência para ambos. A discordância na divisão de despesas, os endividamentos secretos, o desemprego e a falta de reservas são fatores graves na vida conjugal e motivos suficientes para brigas.
Ter objetivos em comum é uma das bases sólidas de um casamento e ela muito se configura com as metas financeiras. Se uma das partes deseja adquirir um imóvel para se sentir seguro e o outro acha melhor viajar pelo mundo, configura com uma grande dificuldade em manter um planejamento financeiro em comum e que possa gerar satisfação para ambos. A dificuldade em conversar sobre dinheiro pode ser muito prejudicial para o casal, que precisa encontrar soluções e definir planos para alcançar seus objetivos em comum. Em casos extremos, a conversa pode ocorrer apenas quando a situação já ultrapassou o limite e dificilmente cabe uma conciliação.
Pode acontecer também de uma das partes se sentir sufocada com os gastos exagerados do parceiro, mas enquanto deveriam conversar para superarem a fase juntos, acaba cedendo a extravagâncias para encobrir a situação e piorando-a ainda mais. Se a proposta é esbanjar com presentes caros para comprar e supostamente alimentar o amor, é preciso rever seus conceitos sobre amor já que a felicidade do casal está em questões muito mais relevantes e práticas. Quanto mais o casal se importa com dinheiro, maior é a tendência a brigas e dificuldades na relação.
Reunir a família para fazer um planejamento financeiro pode diminuir os desentendimentos, assim como a encontrar novos caminhos de interesse. O diálogo pode estimular o casal a encontrar soluções criativas para seus problemas financeiros, fortificando o companheirismo e o interesse em manter uma relação sólida e confiável. Nem sempre ambos possuem a mesma forma de lidar com dinheiro e só com uma conversa é possível encontrar um entendimento harmonioso.
O dinheiro é um dos grandes motivadores de brigas entre casais, que podem até mesmo levá-los a separação. Para evitar situações conflitantes, são fundamentais o diálogo franco e a vontade de encontrar um caminho pleno e satisfatório para o fortalecimento da relação. Navegue agora mesmo pelo site da AnjoCred e encontre outros artigos sobre finanças que poderão contribuir com o casal.