Ter o nome limpo é fundamental não só para obter crédito na praça, mas para realizar qualquer outro negócio e até mesmo conseguir um emprego. Diante do quadro de inadimplência que ganhou números recordes nos últimos anos, as empresas ficaram mais rigorosas para conceder créditos e vantagens e não ficar acima do prejuízo calculado.
Mas pode acontecer de uma pessoa ter seu nome inserido nos cadastros de restrição ao crédito, sem que esteja consciente. Por não ter recebido o aviso prévio da situação ou por já ter quitado sua pendência financeira e mesmo assim ter ido erroneamente para o cadastro. Para evitar passar por situações constrangedoras, é possível acessar o portal do Serasa e conferir seu cadastro.
Como saber se o nome está negativado?
A crise econômica que o Brasil sofreu na última década, provocou altos índices de desemprego e, consequentemente, inadimplência. Diante da dificuldade em manter suas contas em dia, inúmeras famílias se viram marcadas pela inclusão no cadastro de restrição ao crédito.
A restrição do CPF acontece quando o consumidor deixa de pagar uma dívida e acaba tendo seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito. Essas instituições em conjunto, são responsáveis por manter informações financeiras dos brasileiros, incluindo as dívidas, que são repassadas para bancos e empresas que querem saber sobre as pendências do cidadão.
Ter o nome incluído nos órgãos de defesa do consumidor é uma forma de pressioná-lo a efetuar o pagamento o mais rápido possível, para evitar permanecer sofrendo as inúmeras sanções que a situação oferece.
O chamado “nome sujo”, que nada mais é que ser oficialmente chamado de mal pagador, pode impactar profundamente a vida financeira, já que pode ocorrer o cancelamento da conta bancária e do cartão de crédito, dificuldade em realizar crediário, assim como abrir uma conta em serviços essenciais como luz e telefone.
Muitas empresas fazem uma investigação nos candidatos a uma vaga de emprego, incluído uma pesquisa no cadastro de restrição ao crédito. Segundo especialistas, a prática pode ser configurada como discriminação e passível de queixa no Ministério do Trabalho e até um processo. Mas para isso é preciso provas concretas da ação.
As empresas justificam a prática alegando avaliar melhor o comportamento do possível funcionário, atribuindo a negatividade do CPF a incompetência em organizar suas finanças com possíveis consequências ao seu emprego. Algumas vão além e justificam como desvio de caráter, algo ofensivo diante da lei.
Mesmo que essa prática não seja correta, ela vem ganhando cada vez mais adeptos. Muitos concursos públicos também apresentam essa exigência para admitir um novo funcionário. A diferença da legalidade dessa prática é que as vagas públicas não são regidas pela CLT e obedecem às regras do órgão em questão. Cabe ler o edital para saber se esse item faz parte da seleção.
É claro que a melhor forma de evitar passar por situações de restrições é manter suas contas e dívidas em dia. Caso a dificuldade financeira do momento demonstre ser inviável manter o pagamento em dia, procure a empresa e busque negociar prazos e valores para evitar o pior.
Caso já esteja com o nome negativado, as empresas de cadastro fazem “feirões” com promoções excelentes, com até 80% de desconto do valor original. Uma forma eficaz de limpar o nome e voltar a ter crédito.
Há também a possibilidade da pessoa ser incluída no cadastro de proteção ao crédito de forma indevida, sem que exista dívidas pendentes. Isso pode ocorrer por dívidas já pagas e não informadas, fraude no cartão de crédito, equívoco da empresa ou mesmo após cinco anos de inclusão, já que após esse prazo o nome tem que sair do cadastro.
Para saber se o seu CPF possui restrições, os procedimentos são mais simples do que parece. Hoje a consulta está disponível na internet, fornecendo informações rápidas e também as possíveis soluções.
Há três órgãos de proteção ao crédito: o Serasa, o SPC e o SCPC do Boa Vista. O Serasa e o SCPC oferecem o serviço gratuitamente para a própria pessoa e tem um serviço de consulta paga para empresas. Já o SPC cobra uma taxa para realizar a pesquisa.
O SERASA disponibiliza um portal onde apresenta se o CPF informado está ou não negativado. E, se for positivo, informa o valor, a data de inclusão, a empresa e o contato para que seja possível uma negociação. No portal há também o Serasa Score, com dicas para melhorar sua pontuação na avaliação de crédito.
O SCPC Boa Vista, também possui um portal de fácil navegação. Também é preciso fazer um cadastro para então pesquisar o próprio CPF e as possíveis dívidas. Tal como o Serasa, o Boa Vista informa os dados da pendência, se houver, assim como o score de crédito.
Já o SPC obedece aos mesmos critérios do Serasa e do Boa Vista, mas cobra uma taxa que hoje é de R$ 9,00 por consulta. O consumidor pode escolher dentre as opções de planos, que incluem outros serviços.
O impacto da inadimplência na vida do cidadão
O Brasil vinha a alguns anos com um crescimento recorde de inadimplência, que deixou o mercado em grande expectativa sobre o seu provável aumento na pandemia. Mas os bancos anteciparam as providências para evitar que esse número explodisse como uma bomba na economia, oferecendo oportunidades de crédito e prazos diferenciados.
Conscientes do provável quadro econômico, as instituições financeiras foram influenciadas pelo que já vinha acontecendo na Europa e Ásia, que logo repercutiria no Brasil. Afinal, muitas empresas fecharam as portas logo no começo do loock down e famílias perdem emprego e renda, sem encontrar saídas para manter as contas em dia.
O colapso era eminente e se as instituições financeiras não se antecipassem a elas, o caos seria estabelecido. De março a dezembro foram concedidos mais de 2,9 trilhões em concessões de crédito tanto para empresas quanto para pessoas físicas. Mesmo consciente da ressaca de inadimplência que pode surgir em 2021, a maior apreensão dos bancos é o aumento da dívida pública, que reverbera em toda a economia do país.
Essa empreitada foi bem-sucedida e fez o número de inadimplentes cair de 17,3% em 2020, numa comparação com 2019. Já havia uma projeção de ligeira queda para o ano, mas com a pandemia houve dúvidas de que ela se concretizaria. Segundo o SPC, de 61,3 milhões de pessoas tiveram seu nome incluído no cadastro em 2020.
Um projeto de lei que corre no senado, proíbe a inclusão do nome e CPF do endividado, que tenha sido feita durante a pandemia. Ainda não houve uma votação a respeito.
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