Empréstimo para autônomo: como funciona ?

O alto índice de desemprego originário da crise econômica e das políticas públicas vem levando profissionais a trabalharem por conta própria, ou seja, sem vínculo empregatício com empresas. Cada vez mais crescente no Brasil, o trabalho autônomo já atrai o mercado financeiro pela forte presença na economia do país, com opções de crédito e empréstimos.

empréstimo para autônomo

Sendo formalizados por meio do MEI ou não, os autônomos podem usufruir dos mesmos benefícios financeiros de profissionais de CLT. A diferença é a forma como é feita a análise de crédito e os tipos de empréstimos oferecidos, já que pode existir uma variação da taxa de juros e das parcelas. Sempre vale a pena checar as empresas e comparar suas ofertas.

O que o autônomo precisa para ter crédito na praça

O profissional autônomo se caracteriza pela ausência de vínculo empregatício, mesmo que preste serviços a uma empresa. O trabalho é independente e o profissional assume todos os riscos inerentes a ele, sem nenhum tipo de segurança das leis trabalhistas e garantias, ficando vulnerável à variação de recebimentos mensais.

O que determina o emprego é o comprometimento não eventual de um serviço, fazendo o empregado ficar dependente do salário mensal acordado e seus descontos. Há uma diferença pontual entre o autônomo e o profissional liberal, embora ambos trabalhem de forma independente. O autônomo pode não ter uma qualificação e o profissional liberal tem formação técnica ou acadêmica, sendo vinculado a um órgão ou conselho ao qual faz um pagamento anual que permita exercer sua profissão.

Esse é o caso de contadores, médicos e dentistas, por exemplo. Mas, a diferença também interfere no tipo de imposto a ser pago, na documentação e na avaliação para adquirir um empréstimo, já que o profissional liberal é visto como pessoa jurídica, na maioria das vezes. A requisição de um empréstimo pode ser fundamental para iniciar o negócio e ter uma estrutura financeira para dar o pontapé inicial.

Como não há contracheque e a garantia de um salário fixo por mês, a principal arma do autônomo é ter o nome limpo, livre dos órgãos de proteção ao crédito e um bom score. Como o score é uma espécie de pontuação criada a partir do comportamento financeiro do consumidor, sobretudo se paga as contas em dia, se tem dívidas, se possui nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito ou até se houve pesquisa sobre o CPF.

Outro ponto avaliado pelas empresas é o tipo de trabalho realizado, capaz de demonstrar mais facilidade ou dificuldade em manter clientela. Como tudo hoje já é informatizado, raramente a empresa que está avaliando o crédito pede o envio de um documento e o acerto é feito todo on-line . O autônomo faz seu cadastro, preenche o formulário com detalhes sobre sua documentação, interesse, vida cotidiana e perspectivas, para que seja devidamente atualizado, assim como as atividades financeiras por meio do score.

A comprovação de renda sempre foi a maior barreira do autônomo para requisitar um crédito, afinal, sem uma renda fixa é difícil para a instituição ter segurança de que as parcelas acordadas serão pagas. Dessa forma, o consumidor pode acabar passando para outra instituição menos rigorosa para conseguir o crédito. Há aquelas que só trabalham com bens que possam leiloados, como imóveis e carros.

A comprovação de renda de um autônomo, como não é com um contracheque, requer o comprovante da declaração do imposto de renda ou os extratos bancários que comprovem a movimentação de recebimentos mensais. Os profissionais que têm notas fiscais dos serviços também podem apresentá-las como forma de evitar dúvidas sobre seu perfil econômico.

É importante ficar atento ao mercado, porque as empresas estão olhando com mais atenção para os autônomos e oferecendo diversos serviços financeiros para eles. Os bancos digitais e fintechs estão expandindo as ofertas, com melhores condições do que os bancos tradicionais e financeiras.

As parcelas acordadas devem caber no bolso, para evitar prejuízo financeiro e até um endividamento desnecessário. É preciso ser mais pessimista sobre a renda mensal, colocando sempre um valor médio menor na hora de avaliar o limite das parcelas. Dessa forma, as chances de surpresas negativas caem consideravelmente.

Tipos de crédito oferecido aos autônomos

Há cerca de cinco anos as instituições financeiras passaram por transformações, especialmente a área de crédito. Empresas digitais surgiram e as fintechs são as que mais disponibilizam ofertas para autônomos, com melhores condições de pagamento e juros. O foco é desburocratizar ainda mais a utilização de crédito, tornando cada dia mais pessoas habilitadas para movimentar o mercado. Nos processos digitais, o acordo do contrato é selado com respostas via SMS, e-mails ou ligação telefônica. Mas, nas instituições tradicionais há a formalidade de assinatura do acordo e até a comprovação dos documentos declarados no formulário de requisição. Como o CPF é o primeiro dado a ser avaliado, procure se informar antes se está tudo ok com ele, para evitar uma tentativa fadada ao insucesso. Apesar de comprometer muito a possibilidade de um empréstimo, o autônomo negativado pode ainda tentar com algumas empresas que aceitam fazer negócio para esse perfil de consumidor. O processo é bem mais difícil, em que o histórico do cliente é avaliado com rigor e também seus bens. O cadastro positivo pode abreviar essa jornada, permitindo um acordo com menor risco para ambas as partes. Entre as modalidades de empréstimos para autônomos, podemos listar:

Microcrédito

É a modalidade mais usada e conhecida, já que oferece uma quantia menor de dinheiro e menos burocracia. Sua média de juros é de 4% ao mês, sendo perfeita para resolver pequenos problemas financeiros na montagem da empresa.

Empréstimo pessoal

Menos burocrática e mais rápida, a instituição exige a comprovação dos rendimentos e é facilitada para correntistas do banco. O empecilho são as taxas de juros, que são das mais altas para crédito.

Penhor

É um tipo de crédito que não exige comprovação de rendimentos e nem análise de crédito, podendo ser utilizado para negativados. Porém, é preciso que o contratante tenha um bem quitado em seu nome, para colocá-lo como garantia. Além de imóveis ou carros, as joias são as mais utilizadas para esse tipo de empréstimo. O valor liberado de crédito não abrange a totalidade do bem, mas pode chegar até a 80% e as taxas de juros para o pagamento são consideradas baixas, com média de 2%.

Para evitar cair em fraudes ou fazer um péssimo negócio, antes de escolher a empresa onde fechará o empréstimo, procure informações sobre ela e fuja daquelas sem nenhum telefone de contato ou e-mail em seu site. Jamais feche negócio com alguma instituição que exija um depósito de dinheiro, como desculpa para liberar o montante requisitado, que nunca chegará a conta corrente informada.

Com o alto índice de autônomos, a possibilidade de empréstimo é muito positiva para movimentar os negócios e até organizar a vida financeira. Para ficar mais informado sobre assuntos financeiros, econômicos e investimentos, leia os artigos da AnjoCred!