O MEI, microempreendedor individual, é um perfil empresarial em expansão, especialmente pelo momento atual com as altas taxas de desemprego do país. Com uma estrutura pequena que pode comportar o trabalho em home office e até dois funcionários, muitas vezes é preciso um valor inicial de investimento para que o negócio possa se concretizar.
O mercado financeiro está atento a essas necessidades, criando linhas de crédito para o MEI e outros produtos que possam oferecer assistência e sejam capazes de agilizar o negócio. O foco é aproveitar esse perfil de clientes, através de propostas personalizadas e mais ágeis para seu tipo de negócio.
As vantagens de ser MEI
O MEI foi criado para tirar da formalidade, profissionais autônomos e oferecer a eles uma série de vantagens que podem dinamizar seus negócios. Diferente de uma microempresa, não é preciso pagar qualquer taxa de registro e nem se envolver com um processo burocrático até obter o CNPJ. Tudo pode ser feito online e gratuito, basta apenas preencher um formulário básico com informações como nome completo, documentação, endereço, tipo de atividade entre outros.
Nem todas as profissões podem ser aplicadas ao MEI. A Resolução CGSN nº 140, de 22 de maio de 2018 determinou uma lista de atividades permitidas. Assim como é preciso ter um faturamento anual máximo de R$ 81 mil, equivalente a R$ 6.750,00 por mês.
Após uma média de 15 minutos respondendo às perguntas do formulário, o CNPJ é emitido na hora e já pode ser utilizado. Em seguida, são liberados boletos para pagar o único imposto obrigatório, do INSS, cujo valor é de 5% do salário mínimo vigente, que pode variar em média a R$ 50,00. O sistema calcula a partir do perfil do negócio, mas não oferece surpresas com valores altos, já que em outros tipos de empresa o trabalhador tem que pagar 11% do salário recebido.
O pagamento do INSS oferece ao Microempreendedor Individual benefícios semelhantes aos profissionais de CLT, ou seja, registrados com carteira assinada. Esse valor paga a previdência social, que capacita a receber auxílio-doença, aposentadoria por idade ou invalidez, assim como salário maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão.
Com o CNPJ MEI, é possível contratar um funcionário de carteira assinada, que pode receber um salário mínimo mensal. Esse funcionário será descontado de 11% de seu salário, para pagar 8% ao FGTS e 3% a previdência.
Outra vantagem de ser MEI é não ser necessária a contratação de um contador para lidar com impostos, taxas, multas e pagamentos. O único pagamento mensal pode ser impresso no site e pago em agências bancárias credenciadas. Com o CNPJ é possível emitir nota fiscal, o que facilita a contratação de serviços terceirizados para empresas.
Facilidade para empréstimos
Ter um CNPJ pode abrir muitas portas para o desenvolvimento do negócio. Além de sair da formalidade e ser possível emitir notas fiscais, há a possibilidade de obter empréstimos personalizados em diversas instituições financeiras.
Começar um negócio sempre requer algum tipo de investimento, mesmo que ele seja baseado na casa do microempreendedor e use seu conhecimento e não materiais para ser exercido. É preciso ter capital de giro, comprar equipamentos e materiais, investir em publicidade e marketing, até mesmo terceirizar alguma atividade.
Os bancos e empresas fintechs (instituições financeiras exclusivas para o ambiente online), podem abrir uma conta específica para o MEI, assim como conceder empréstimos e outros produtos como cartões e uma rede de investimentos. Dessa forma, o profissional que estava acostumado a realizar seu trabalho sem ter noção de organização empresarial acaba sendo direcionado a obter conhecimento.
Em geral, essas empresas requisitam o comprovante de renda do cliente, durante a requisição do empréstimo. Mas no caso do MEI, que não possui contracheque, a opção é avaliar o extrato bancário com a movimentação mensal ou a guia de recebimentos do imposto de renda. Tudo isso porque o empréstimo quase sempre não é concedido pelo CNPJ do MEI, mas sim pelo CPF do microempreendedor.
Dessa forma, caso o CPF do microempreendedor estiver negativado, dificilmente o empréstimo será concedido, salvo por algum tipo de garantia oferecida a instituição. Há diversas linhas de crédito para MEI, que podem ser adequar a sua atividade e realidade financeira, sem causar prejuízos ao seu orçamento e ao credor.
Quais os critérios para liberação do crédito
Os critérios de análise de crédito são semelhantes ao de pessoa física, inclusive nos dados do score, seja do CNPJ ou do CPF. Já as taxas de juros dos empréstimos concedidos podem apresentar uma boa variação entre as instituições. Sem dúvida, se o microempreendedor tiver um bom perfil de pagador, pode conseguir uma taxa de juros mais interessante, já que apresenta menos riscos ao credor.
Outro fator que pode aumentar muito o valor do empréstimo é o Custo Efetivo Total, o CET. Em muitos casos, o cliente acaba decidindo realizar seu empréstimo com uma empresa que oferece uma taxa de juros menor, mas não leva em consideração o valor do CET, que pode aumentar ainda mais o custo total do empréstimo e das parcelas.
O CET é uma taxa equivalente a todos os encargos bancários, assim como suas despesas relativas a esse tipo de operação. Como esses valores não são fixos, a sua variação pode ser grande entre as instituições financeiras, mas tendem a ser menores em casos de fintechs, exatamente por não possuírem agência bancária e terem os mesmos custos de uma. Essa vantagem é repassada ao cliente, percentualmente.
Assim como a empresa faz uma rigorosa análise de crédito do interessado, é preciso também fazer o mesmo com as empresas. Afinal, é preciso levar em conta não só as taxas de juros e do CET, mas também os valores parcelados, os prazos, o tempo de liberação do dinheiro e, principalmente, se a empresa é cadastrada no Banco Central e pode realizar esse tipo de serviço. Como são grandes as possibilidades de golpes, conferir sua idoneidade pode garantir sua segurança.
Pensar antes de fechar negócio
Como na requisição de qualquer empréstimo, é preciso repensar bem sobre sua real necessidade. Isso evita entrar numa dívida desnecessária e que possa acarretar aperto orçamentário e até inadimplência, caso exista desequilíbrio nos recebimentos. O ideal é realizar projeções de rendimentos sobre o empreendimento, para avaliar quanto é previsto para receber mensalmente.
Separe também todas as finanças da empresa e pessoais, para evitar conflitos. Assim como é fundamental pesquisar mais sobre as oportunidades de empréstimos, até chegar a mais vantajosa no geral para sua necessidade. Lembrando que o valor máximo disponível é de R$ 20 mil,
Procure mais informações sobre empréstimos, finanças, educação financeira e até mesmo empreendedorismo, através dos artigos da AnjoCred. São informações pontuais sobre assuntos relevantes e que podem ser úteis antes de tomar decisões.