Desde março de 2020 o Brasil e o mundo têm vivido momentos muito conturbados e únicos, não só na economia como na própria existência da humanidade. A pandemia de covid-19 provocou muitos estragos em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde provocou milhares de mortes e uma quebra brutal na economia, especialmente pelas medidas de restrição obrigatórias.
Com isso, empresas foram obrigadas a rever seus métodos de funcionamento, seja diminuindo seu quadro de funcionários ou até mesmo fechando as portas. Se antes, no Brasil, a economia engatinhava para uma recuperação depois de anos de crise, com a pandemia a taxa de desemprego, de empresas falidas e de famílias entrando na linha da pobreza, nunca foi tão alto. No entanto, apesar de todo esse caos, a pandemia tem ensinado muito sobre finanças e remodelando a forma como podemos lidar com dinheiro.
O mundo precisou se readaptar
Na fábula da Cigarra e da Formiga, enquanto a primeira passava o dia cantando no verão, a segunda trabalhava arduamente e juntava alimentos para quando o inverno se aproximasse. E foi na estação mais fria, que na história também caia neve, que a cigarra se viu sem alimentos disponíveis para consumir e sem reservas para sobreviver a ocasião. E pediu ajuda a formiga, que precavida, estava com sua família bem protegida dos problemas externos.
É claro que a pandemia do covid-19 também atingiu pessoas que possuíam reservas e outras fontes de renda, mas é inevitável remeter a essa história, já que não há precedentes históricos no Brasil, de uma situação semelhante. Mesmo se anunciando em outros países, não cabia ainda o pessimismo de acreditar que a pandemia poderia durar mais do que três a quatro meses.
Mas no Brasil, mesmo com a vacinação tardia, ainda não é possível prever quando realmente a economia vai voltar a girar positivamente. O altíssimo número de mortes provocados pela doença, veio acompanhado de um número ainda mais elevado de pessoas desempregadas, de ruas vazias e lojas fechadas, sem perspectiva de quando a vida vai voltar a efervescer na cidade.
Muitos empreendedores conseguiram se antecipar a crise e criar mecanismos de sobrevivência. Aproveitando o momento totalmente diferente e com emergências diferenciadas, o olhar aguçado de quem está sempre atento as novidades ao redor, criou soluções para atender o seu público, diante da nova perspectiva.
Muitas empresas que adotaram o home office descobriram uma nova forma de trabalhar, muito mais econômica e enxuta. Sem precisar do espaço físico, elas adotaram espaços menores e restritos a eventuais reuniões físicas, enquanto os funcionários mantinham sua rotina de trabalho e metas em suas próprias casas. No final do mês, elas se depararam com um custo menor e uma produção positiva.
É claro que o home office não é a solução para todos os negócios e nem para todos os profissionais. Há os que não conseguiram se adaptar a essa nova estrutura de trabalho e entram com grande dificuldade em lidar com a rotina doméstica e profissional no mesmo espaço. Junto a isso, ainda há os filhos sem aulas presenciais, indóceis em terem que ficar trancados sem o contato com outras crianças.
Mudar a rotina e a mente
Assim como as empresas, o trabalhador se viu no meio de muitas dúvidas, medo, preocupação diante do que estava por vir. Nesse momento drástico e dramático, as lições sobre finanças nunca foram tão úteis. Mas mesmo para quem sempre foi disperso sobre o quesito financeiro, sem dúvida, o momento vem trazendo muitos ensinamentos sobre economia.
Se o desemprego bateu em sua porta ou o receio de perdê-lo, o dia de amanhã ainda parece mais incerto do que sempre foi o dia a dia. Para quem mantinha uma economia mensal de reserva para emergências, pode respirar um pouco mais aliviado para manter a sobrevivência da família. Além disso, investindo em outros trabalhos mais adequados para o momento pandêmico.
O fato é que a pandemia tem nos ensinado muito sobre finanças. Como acontece com todas as crises e até em momentos de desespero, as lições podem ser muito uteis para nosso desenvolvimento. Por isso, nada mais importante do que estar aberto ao aprendizado e as mudanças.
Para começar, a expressão “viver um degrau abaixo” precisa ser realmente praticado. Um dos erros mais comuns na finança dos brasileiros é ter um custo de vida mais alto do que seus recebimentos. O descontrole começa quando não se tem noção exata de quanto e com o que se gasta durante o mês, fazendo sempre faltar dinheiro para pagar tudo que é necessário.
Dos custos fixos, ou seja, valores que não se alteram nos meses, assim como as variáveis, onde entra a conta de luz e do cartão de crédito, até os custos mais despretensiosos como um cafezinho a tarde, um lanche, uma nova peça de roupa, um sapato e por aí vai. Durante a pandemia, foi preciso rever cada centavo gasto para ter condições de cortar ou diminuir o valor daquilo que fosse possível, até caber na nova realidade financeira.
A lista de recebimentos e custos pode provocar sustos. Quase sempre ninguém consegue dimensionar o quanto gasta com superficialidades e de como pode ser realizado cortes no orçamento com coisas que não são utilizadas ou que não precisariam gastar tanto, diminuindo muito seus gastos sem maiores sacrifícios.
A compra do necessário também foi um belo aprendizado oferecido pela pandemia. Durante todo o processo, não houve falta de produtos e alimentos nas prateleiras dos supermercados, que tivessem sido relevantes. Embora a cesta básica tenha subido muito, foi emergencial comprar o necessário e evitar futilidades. Se o orçamento já estava curto, com os aumentos apertou ainda mais as contas no fim do mês.
Para quem depende apenas de uma fonte de renda, mesmo que mais estável como um emprego de carteira assinada, acaba ficando restrito a esse recebimento mensal. Se for demitido do emprego, com uma outra fonte de renda, não ficará tão desamparado e poderá dar ainda mais gás no outro trabalho, até que algo melhor possa surgir.
Sem dúvida, nunca foi tão óbvio o quanto ter uma reserva pode salvar uma família. Por isso, começar a economizar não tem dia ou hora marcada, pode começar agora mesmo. Para isso, realinhe suas finanças mensais, corte os custos desnecessários e evite se endividar para pagar juros, reservando sempre uma porcentagem dos seus ganhos para investimento.
Não importa se o valor for alto ou baixo. O importante é sempre economizar, de forma disciplinada e constante, até se tornar um hábito natural. Só assim será possível não sofrer com as variações e surpresas da vida, passando sobre elas de forma mais amena e inteligente.
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