O que esperar do mercado financeiro para 2021

Se é verdade que a crise econômica e sanitária que se instaurou em 2020 é, em muitos aspectos, sem precedentes, nunca os governos e companhias reagiram tão rápido. Isso é, com certeza, um reflexo das lições aprendidas com a recessão de 2008, quando, por exemplo, os Estados Unidos precisaram socorrer o sistema financeiro e os empreendimentos. Somente assim se evitou uma quebra da economia mundial.

O que o boletim Focus diz sobre o o mercado financeiro para 2021

Sobre o que esperar do mercado financeiro para 2021, informações publicadas no boletim Focus projetam que a Selic chegue a 3,13% no fim do próximo ano. No momento, a taxa básica de juros brasileira está em 2% ao ano, o menor patamar da história. Por conseguinte, na última revisão de 2020, o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) indicou que pode encerrar a política de juros baixos em um futuro próximo.

O consenso entre os economistas é de que o Banco Central terá de elevar a já mencionada taxa Selic para conter a alta da inflação. A dívida é acerca do tamanho e da velocidade dessa alta. No que se refere ao dólar, caso tudo ocorra conforme a perspectiva aponta no momento, certos analistas veem a possibilidade da dívida estadunidense ficar próxima de R$ 4.

Entre notícias capazes de animar e preocupar o mercado, será imprescindível que o governo federal consiga articular medidas como uma boa reforma administrativa e também a reforma tributária. Isso porque o Brasil tem de contornar a tendência de crescimento de sua dívida pública, que em 2020 deve corresponder a 90% do PIB do país.

Como os novos hábitos de consumo indicam o que esperar do mercado financeiro para 2021

Para além das avaliações sobre investimentos financeiros, é importante considerar as mudanças recentes nos hábitos de consumo. Por exemplo, os negócios que melhor responderam às limitações impostas pela pandemia foram aqueles que investiram no e-commerce. Afinal, com as medidas que determinaram os fechamentos de lojas físicas, o comércio virtual se apresentou como a melhor alternativa para o público. Mesmo quem não tinha o hábito de comprar pela internet passou a utilizar esse recurso.

Não é à toa que os resultados de sites como Magalu superaram as expectativas apesar do cenário geral desfavorável para a maioria dos setores. No caso do Magazine Luiza, em particular, o avanço das vendas online no terceiro trimestre foi de 148,5%, representando 66,3% das vendas totais. No período, a varejista teve lucro líquido de R$ 206 milhões.

Contudo, esse não é o fim das lojas físicas. O desafio daqui adiante será a readequação do papel do varejo para as companhias. Agora, é necessário que os comerciantes vejam os espaços físicos como locais que proporcionem experiências e serviços para as pessoas.

Nesse contexto, os administradores precisam realinhar a finalidade das lojas entre os indicadores de performance da firma. Somente assim será possível direcionar os recursos financeiros e humanos de modo eficiente, mesmo em circunstâncias adversas.

Em adição, os ambientes de trabalho devem se reestruturar para garantir a segurança dos colaboradores e clientes. Conforme as atividades presenciais retornarem, medidas de higienização e distanciamento ainda serão observadas. Sendo assim, é tarefa dos gestores fazer as mudanças necessárias para que todos se sintam à vontade.

O mercado financeiro nacional e internacional em 2021

De acordo com especialistas, os resultados mais positivos provavelmente virão a partir do segundo semestre de 2021, quando a vacina estiver disponível para uma parcela significativa da população.

A perspectiva mais otimista sempre considera o potencial das vacinas para destravar a economia, tanto do Brasil, quanto das demais nações. Na metade final de 2021, há grande probabilidade de um chamado “efeito rebote”, em razão de a uma demanda reprimida. Resta saber se os retornos serão suficientes para beneficiar as categorias mais fragilizadas pela pandemia, como turismo e entretenimento.

Por sua vez, as categorias que demonstraram um crescimento inesperado no período, caso da construção civil, devem se estabilizar. São essas respostas que dirão o que esperar do mercado financeiro em 2021.

Ainda no tópico sobre o que esperar do mercado financeiro para 2021, cabe conferir as projeções de algumas entidades de destaque. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o crescimento da economia nacional está projetado para 1,7%. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Brasil cresça 6,5%, após um ano definido pela pandemia da Covid-19.

Dito isso, é válido apontar que os números mais confiantes do FMI contrastam com os do Governo e da Comissão Europeia, que indicam, ambos, um crescimento de 5,4% para o PIB. O Conselho das Finanças Públicas (CFP), no entanto, espera uma recuperação de 4,8% em 2021.

Tendo em vista que persistem as dúvidas sobre dúvidas sobre a curva da pandemia, bem como sobre o acesso à imunização no Brasil, qualquer panorama para o futuro segue incerto. Por isso, é necessário se manter informado para entender melhor o que esperar do mercado financeiro para 2021.

É difícil achar um economista ou gestor que não leve em conta os trilhões de dólares que os bancos centrais injetaram nas economias de seus países. E ainda que boa parte desse dinheiro já tenha sido aplicada em 2020, os seus efeitos devem ser sentidos também em 2021. É apropriado mencionar aqui que existem diversos fatores externos contribuem para esse quadro, como o excesso de liquidez no mundo. Por exemplo, a Europa tem alcançado baixíssimos crescimentos desde a crise de 2008. Agora, a tendência é que o excesso de liquidez perdure, o que beneficia o mercado de capitais. Portanto, se o Brasil souber aproveitar, o capital internacional virá.

Em especial, o impacto do aumento de liquidez global potencializado pelas ações do banco central estadunidense (Fed) será duradouro. Como resultado, a bolsa dos Estados Unidos deve continuar em alta, o que pode respingar nas ações brasileiras.

O que esperar da inflação e das bolsas de valores em 2021

Como os ciclos dos preços das ações estão cada vez mais rápidos do que os ciclos econômicos, é provável que vejamos novas máximas nos preços das bolsas antes mesmo das economias se reabilitarem. Porém, o perigo é que essa trajetória se transforme em inflação no Brasil, como uma medida do mercado para corrigir uma distorção significativa entre os ativos financeiros e reais. Se, em algum momento, a bolsa dos Estados Unidos estiver supervalorizada, o Brasil possivelmente importará a inflação refletida no resto do mundo.

Qualquer previsão sobre o que esperar do mercado financeiro para 2021 tem de considerar que a bolsa brasileira não está barata para compra, mas o fluxo de liquidez levará os preços a subirem mais.

Com base nas análises descritas acima, você já sabe o que esperar do mercado financeiro para 2021. Com o início da vacinação contra Covid-19 e a expectativa de reformas tributárias no Brasil, há sinais de que o próximo ano será menos turbulento do que 2020. Por fim, se você quiser ler mais textos sobre economia, recomendamos que visite o site da AnjoCred.