Desde de setembro de 2020, estão em vigência uma série de diretrizes para os BDRs. Portanto, o momento não poderia ser propício para você conhecer melhor essa categoria de aplicação. A partir da deliberação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os investidores do varejo podem negociar ativos do exterior por meio dos recibos de ações internacionais.
Para saber o que essa medida significa em termos práticos, prossiga com a leitura do artigo. Na sequência, nós abordaremos tópicos relevantes como os diferentes tipos de BDRs disponíveis e as vantagens de se investir nesses papéis.
Mas afinal, o que são os BDRs?
Definimos como Brazilian Depositary Receipts, ou apenas BDRs, os ativos a partir dos quais os brasileiros conseguem investir que reproduzem as ações de bolsas estrangeiras diretamente no mercado nacional.
Os fundamentos de um papel local que tem lastro no exterior podem parecer complexo, mas é na verdade bem simples.
Conforme o nome já aponta, os BDRs são recibos que replicam ações emitidas por companhias de fora do país.
Sendo assim, mesmo que o indivíduo não esteja comprando aqueles ativos de modo direto, ele investe na posse a partir de certificados assegurados por instituições financeiras, que são as custodiantes.
No Brasil, a mediação é conduzida por outras instituições financeiras que são responsáveis por conceder os BDRs no país.
Aqui, a venda desse certificados na B3 é liberada após um registro no programa de distribuição da CVM.
Como os BDRs funcionam
No cenário atual, o BDR é tido como um excelente produto para o público brasileiro que quer aplicar em companhias estrangeiras.
Como mencionamos anteriormente, ele permite o investimento de capital em organizações do exterior no próprio mercado local. Ainda assim, quem pretende aplicar seu dinheiro em BDR deve primeiro entender as peculiaridades dessa estratégia.
Em oposição aos investimentos diretos em ações, é mais correto comparar os certificados aos fundos que dispõem de ativos internacionais na sua carteira. Isso porque o investidor que adquire BDRs passa a ter papéis na empresa, porém não se torna sócio da organização.
Ou seja, quem mantém a posse acionária real é a empresa de custódia e não o comprador do certificado.
Saiba quais são os principais tipos de BDRs
Em geral, os BDRs são divididos em dois grupos distintos: os patrocinados e os mais patrocinados.
Essa classificação é realizada com base em como os papéis são trazidos para as transações dentro da bolsa do Brasil.
Se você ainda está confuso, fique tranquilo porque explicaremos em mais detalhes a seguir.
• BDRs Patrocinados
Nomeamos de BDRs patrocinados aqueles que apresentam uma influência direta da firma emissora ao longo de todo o procedimento.
Via de regra, isso acontece quando a empresa possui interesses específicos no mercado nacional e quer aumentar a sua presença aqui de maneira ativa.
Nesse cenário, é bem usual que a própria emissora se responsabilize por contratar a instituição depositária para conduzir a mediação.
É importante falar também que os BDRs patrocinados são separados em três níveis, segundo a quantidade de informações que serão partilhados com os investidores e o tipo de distribuição disponível para cada interessado.
• Nível I
No nível I, os Brazilian Depositary Receipts não requerem um registro da empresa na CVM para serem operados.
Por sua vez, a transação só pode ocorrer em setores da bolsa desenvolvidos especialmente para essa finalidade ou em outros ambientes com mercado de balcão não organizado.
Se a distribuição for efetuada por meio de oferta pública, esse procedimento será feito por “esforços restritos”. Isso significa que a negociação é regulada pela Instrução 476/09 e procura um público-alvo determinado, que são os chamados investidores qualificados.
Em adição, os BDRs patrocinados de nível I impõem um limite para o número de investidores: devem ser 50 interessados, no máximo.
No que se refere à transparência, o regulamento obriga que a depositária compartilhe no mercado local todos os dados divulgados pela emissora no seu mercado original. Portanto, não é preciso converter as demonstrações financeiras para a moeda nacional.
• Níveis II e III
Já os BDRs patrocinados de nível II e III apresentam características bem semelhantes e por isso podem ser explicados em grupo.
Em ambas as categorias, a companhia emissora deve concluir o registro na CVM para ser autorizada no mercado do Brasil.
Outro aspecto que os distingue dos títulos patrocinados nível I é que os dois subgrupos podem ser operados diretamente no pregão da bolsa, não sendo necessário criar um segmento especial para a sua negociação.
Para assegura a transparência do processo, é obrigatório que as empresas emissoras observem as mesmas diretrizes válidas pra entidades nacionais de “Categoria A”, que reúne as marcas mais conhecidas do mercado, como Itaú, Vale e Petrobras.
No caso se ofertas públicas, vale notar uma distinção entre as duas categorias: os BDRs de nível II somente podem receber ofertas públicas com os já citados “esforços restritos”, enquanto o nível III aceita ofertas amplas, desde que certificadas pela CVM.
• BDRs Não patrocinados
O segundo grande grupo é dos BDRs não patrocinados, que são aqueles em que a decisão de lançar os títulos no Brasil não parte da empresa emissora, mas da instituição depositária.
Sendo assim, a depositária também se encarrega de publicar por aqui os relatórios, balanços e demais informações importantes sobre a companhia emissora.
Hoje, esse é o tipo de ativa que representa a maior parte dos certificados de depósitos negociados na bolsa brasileira.
As vantagens de se investir em BDRs
A maior vantagem de se investir em BDRs é que essa modalidade simplifica bastante a vida de quem deseja acessar ativos no exterior.
Apesar de se tratar de um papel com rastro fora do país, a sua negociação acontece na moeda local, o que elimina uma série de burocracias e taxas no procedimento.
Essa solução é particularmente atrativa no momento atual, tendo em vista que os ativos no mercado nacional não têm trazido o retorno esperado pelo público. É por isso que a AnjoCred decidiu tratar desse tema e torná-lo mais acessível para os nossos clientes.
Assim, os BDRs ampliam as alternativas dos investidores, que passam a direcionar as suas aplicações para os mercados estrangeiros.
Os desafios do investimento em BDRs
A despeito dos pontos positivos de se investir em BDRs, é fundamental falar sobre os desafios de tal modalidade. Por estarem vinculadas às ações, aplicações desse tipo são afetadas pela volatilidade do mercado e da renda variável. Para reduzir os riscos, conheça bem o seu perfil como investidor e selecione uma corretora de confiança. Priorize também o investimento em marcas internacionais sólidas e que tenham gerado bons dividendos nos últimos anos.
E esteja atento às tributações dos BDRs, pois essa categoria é taxada em 15% sobre os ganhos obtidos no período referente à declaração do IR. Diferentemente das ações, não existe isenção para negócios de até 20 mil reais, portanto, mesmo os investimentos menores pagam imposto.
Agora que você conhece as principais características do BDR, já está apto para avaliar se esse investimento é o mais adequado para os seus objetivos. Com as informações acima, esperamos ter mostrado os vários benefícios desse caminho financeiro.
Para concluir, nós, da AnjoCred, convidamos você a visitar o para ler mais sobre outros assuntos de economia.