Desde a inserção da tecnologia nas instituições bancárias, não param de surgir novidades que mudam completamente a relação com o cliente. Em geral, as mudanças são positivas e agilizam os serviços, incluindo uma maior segurança nas transações. Mas desde o surgimento dos fintechs, bancos totalmente digitais, que as grandes instituições viram a necessidade de encontrar novas facilidades para manter seus clientes.
Uma delas foi o PIX, um grande sucesso lançado ao fim de 2020 e que já possui ramificações para dinamizar ainda mais as transferências. A mais recente inovação foi o lançamento do Open Banking, método que facilita a comunicação entre os bancos, permitindo que as informações do cliente sejam partilhadas entre as instituições financeiras, a partir da sua autorização prévia.
Uma novidade para reaquecer o mercado bancário
Quando um cliente tem uma conta em um banco, a instituição financeira não tem acesso a forma como o mesmo se relaciona com outros bancos. Isso impede que ele ofereça serviços mais competitivos e atraentes, de acordo com o perfil do correntista e de suas necessidades.
A criação do Open Banking surgiu exatamente para facilitar essa competitividade. Para isso, o próprio correntista precisa dar sua autorização para que as instituições financeiras ligadas ao Banco Central, possam se conectar entre si para acessar os dados permitidos do cliente.
Embora a competitividade seja um dos pilares do Open Banking, há ainda a facilidade do próprio cliente em obter informações suas, caso tenha mais de uma conta corrente. Dessa forma, se ele usa um banco com mais frequência, mas fez um empréstimo em outro, ele pode obter informações de ambas de uma vez só.
Para exemplificar as suas vantagens, basta ver um cliente que há décadas pertence a um banco. Lá ele obteve crédito, fez investimentos e sempre pagou suas pendências em dia, mantendo um excelente relacionamento com seu banco. Mas ao criar uma nova conta em outro banco, precisa partir do zero, sem obter vantagens e outros benefícios como no banco anterior.
Isso acontece porque as instituições não mantinham nenhum tipo de comunicação e não era possível para o banco, analisar o perfil do novo cliente a partir de seu histórico em outra conta corrente. Afinal, a única informação partilhada é se há alguma pendência em serviços de proteção ao crédito.
A proposta do Open Banking é levar todo o histórico do cliente, para qualquer outro banco que ele desejar migrar, desde que ele autorize o compartilhamento dessas informações. Essa autorização, inclusive, pode ser cancelada quando o cliente desejar. O sistema de Open Banking já foi implantado em países como o Reino Unido, mas outros já avaliam a implantação do sistema.
Mas cada país tem suas próprias regras de compartilhamento de informações, mesmo que o objetivo seja o mesmo. A transparência do novo sistema é um atrativo a mais, permitindo que novos produtos e serviços possam surgir, com o intuito de facilitar a vida do correntista e oferecer maior comodidade e praticidade no seu dia a dia.
Os dados que podem ser compartilhados entre as instituições são os pessoais, como nome completo, CPF e endereço, informações sobre renda, faturamento e perfil de consumo, assim como produtos e serviços consumidos e sua forma de lidar com eles, como pagamentos em dia ou em atraso, tempo de duração, etc.
A segurança dessas informações se dá através de uma tecnologia padrão entre as instituições financeiras, que simplifica a comunicação entre elas. Chamada de API (Application Programming Interface), ou seja, Interface de Programação de Aplicativos, que padronizam a programação de qualquer plataforma na internet. O API também permite uma diminuição de custos em sistemas de segurança.
Dentre esse processo de segurança, há regras mais claras que impedem o mau uso dos dados do cliente. Inclusive, com o corte de acesso a esses dados, caso seja o desejo do cliente.
Em 2022, a busca por sua estabilidade
O Open Banking tem como princípio que o cliente é proprietário de seus próprios dados e não a instituição financeira. Essa liberdade de fornecer suas informações para outros bancos a partir de sua autorização, permite que o cliente tenha vantagens significativas.
Uma delas é não ser refém do banco onde tem conta a mais tempo. Isso porque, após anos de relacionamento, é comum que se obtenha benefícios importantes como um bom crédito e outros produtos específicos. Sem o compartilhamento de informações, dificilmente seria possível manter o mesmo padrão de vantagens do antigo banco, em uma nova conta corrente de outra instituição.
Só com o compartilhamento de dados do Open Banking é possível manter o mesmo padrão de vantagens e até mesmo obter novas. Afinal, conhecer um bom cliente é sempre importante para um banco, que se sente mais seguro em oferecer produtos mais competitivos.
O cliente pode até mesmo criar seu próprio banco com o Open Banking, já que pode utilizar as melhores vantagens dos bancos em que possui conta corrente. Dessa forma, pode usar o cartão de crédito de um, obter empréstimo em outro e manter seus rendimentos numa terceira, com taxa de juros mais sedutora. Uma experiência muito mais autônoma para o cliente.
O Open Banking foi dividido em quatro fases de implantação. A primeira foi iniciada em 01 de fevereiro de 2021, com a padronização das instituições para a troca de informações, apresentando seus canais de atendimento, aplicativos, produtos e serviços. Nenhum dado dos clientes foram compartilhados no período.
A segunda etapa, realizada em 13 de agosto de 2021, os dados pessoais dos clientes foram incluídos, podendo ser compartilhados após sua autorização. Durante esse período, já era possível receber ofertas personalizadas e mais acessíveis.
Já na terceira fase, iniciada em 29 de outubro de 2021, as instituições começaram a utilizar o PIX como forma de pagamento entre bancos. Dessa forma, o cliente pode fazer pagamentos de uma instituição, mesmo estando no aplicativo de outra. Também foi iniciado o encaminhamento de crédito, onde os bancos podem oferecer propostas de crédito baseados no histórico do cliente. Com isso, a gama de possibilidades para o correntista aumenta significativamente.
A última fase de abertura do Open Banking foi iniciada em 15 de dezembro de 2021, marcando a sua transição para o Open Finance. Dessa forma, não só os bancos podem ter acesso aos dados e histórico do cliente, mas também para instituições de seguros, investimentos, câmbios e outras mais que venham a ter autorização do Banco Central.
Em um ano, o conceito do open banking foi informado e debatido junto ao cliente, até que fosse estabilizada as regras principais. Com isso, a perspectiva para 2022 é de uma expansão ainda maior do seu uso, aperfeiçoando as suas ferramentas e ampliando funções.
Dentre as perspectivas, há a de transferência direta para pagamentos de TED, pagamento de boletos e débito em conta, ampliação do encaminhamento de crédito e maior entendimento do processo no dia a dia.
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