Os impactos que a inflação traz para as finanças pessoais

Vamos falar um pouco sobre os impactos que a inflação exerce sobre as finanças pessoais. Ainda que os índices inflacionários apontem uma variação baixa dos preços dos bens e serviços, mesmo essa pequena mudança afeta o nosso orçamento, embora nem sempre essa influência seja percebida.

inflação e finanças pessoais
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Suponhamos que você tenha uma despesa fixa, como aluguel ou mensalidade da academia, é muito comum, ao final de cada ano que os preços sejam reajustados, enquanto o seu salário permanece inalterado. Nesse caso, você terá um aumento nas despesas, o que afetará seu orçamento.

Suponhamos que você tenha uma despesa fixa, como aluguel ou mensalidade da academia, é muito comum, ao final de cada ano que os preços sejam reajustados, enquanto o seu salário permanece inalterado. Nesse caso, você terá um aumento nas despesas, o que afetará seu orçamento.

é muito comum, ao final de cada ano que os preços sejam reajustados, enquanto o seu salário permanece inalterado. Nesse caso, você terá um aumento nas despesas, o que afetará seu orçamento.

Nesse caso, seu dinheiro estará perdendo em poder de compra o equivalente ao aumento sobre o valor anterior. Você pagava R$ 800,00 de aluguel, mas o preço foi aumentado para R$ 820,00. A partir disso concluímos que você teve um aumento de 2,5% sobre o aluguel. Se a sua renda é de R$ 4 mil, quer dizer que houve um aumento de 0,5% nas suas despesas, o que significa dizer que houve uma inflação de 0,5%, caso o restante das suas despesas permaneça inalteradas.

Do ponto de vista macroeconômico, a inflação está presente quando a variação geral de preços ocorre para cima. Essa variação é calculada pela média das variações de preço, para baixo ou para cima. Há casos em que seu orçamento pode não ser afetado pela inflação. Isso ocorre quando o seu mix de consumo inclui mais produtos que variaram para baixo do que para cima.

Sim, essa questão sobre como a inflação afeta suas finanças pessoais é complexa, o que nos leva a obter uma visão mais clara sobre o tema tratando do que seja um ambiente inflacionário, em que os preços sobem de forma quase que uniforme. Isso acontece, por exemplo, quando ocorre um aumento súbito no preço do combustível ou da energia elétrica.

Como são insumos essenciais para a fabricação, transporte de produtos e funcionamento das empresas, a alteração no preço desses produtos gera uma onda inflacionária, pois o aumento das despesas gera um custo maior para essas empresas, que, para preservar sua margem, transferem o aumento para os preços de seus produtos.

Por que a inflação acontece?

A verdade, no entanto, é que o tema não é tão simples como possa parecer. Há uma série de fatores que podem desencadear a inflação. Um deles é a variação cambial.

Empresas que dependem da importação de bens de produção de outros países acabam prejudicadas quando ocorre uma alta do dólar, pois esses insumos se tornam mais caros para elas.Esse encarecimento desses insumos impacta diretamente o custo da empresa, que se vê obrigada a aumentar os preços ao consumidor para recuperar sua margem.

A principal razão para que um processo inflacionário se instale na economia é o desequilíbrio entre a oferta e a procura, lei básica da economia de mercado. Quando muitas pessoas têm dinheiro e desejam comprar, mas a oferta de bens não atende a essa demanda, as empresas veem a oportunidade de aumentar seus ganhos por meio do aumento dos preços dos produtos.

Essa situação se agrava quando esse fenômeno ocorre com a oferta e demanda por alimentos. Nesse caso, a inflação se dá sobre o preço dos alimentos, afetando de forma incontornável o orçamento familiar, uma vez que estamos tratando de gêneros de primeira necessidade. Por isso, é tão importante que o Estado implemente políticas de incentivo à produção agropastoril, como é o caso do Plano Safra.

Se o Brasil, nos dias atuais, apesar de todos os problemas econômicos, não enfrenta maiores problemas com os índices inflacionários, grande parte do mérito deve ser atribuído a esse tipo de iniciativa governamental, que levou o país à condição de autossuficiente na produção de alimentos.

Papel do Banco Central no controle da inflação

A importância do papel do governo na contenção de ondas inflacionárias se dá não só com medidas estratégicas, como também por meio do controle exercido pelo Banco Central sobre as variáveis financeiras.

O BC é responsável pelo equilíbrio financeiro da economia. Entre suas múltiplas atribuições, está a emissão de moeda e o estabelecimento das políticas de crédito e taxa de juros. O controle sobre a emissão de moeda é fator-chave para o combate à inflação. A emissão de moedas sem lastro levaria a um processo inflacionário, em razão do excesso de dinheiro em circulação, sem que houvesse o equivalente em produtos.

Do ponto de vista das taxas de juros, o principal propósito do BC é gerar uma política que atenda aos mais diversos interesses. Enquanto o governo precisa financiar suas políticas emitindo títulos, que os investidores compram em troca de juros, o setor produtivo recorre a financiamentos para ampliar sua capacidade produtiva. Da mesma forma, o consumidor recorre ao crédito para consumir bens e serviços.

Quando existe o risco de inflação, o BC aumenta a taxa de juros básica da economia, a Selic, com a finalidade de restringir o consumo e, com isso, controlar os preços. Com os juros em alta, os investimentos tornam-se mais interessantes e as pessoas preferem, ou deveriam, investir o dinheiro no mercado financeiro a lastrear seus gastos.

O Brasil da hiperinflação

O melhor exemplo histórico de como a inflação pode destruir a renda das famílias e bagunçar a economia do país é o que aconteceu no Brasil na década de 1980.
Na ocasião, a inflação mensal chegou à casa dos 80%. Isso quer dizer, em outras palavras, que você comprava um quilo de feijão por R$ 2,00 hoje e, quando fosse comprar novamente 30 dias depois, o mesmo produto estaria custando R$ 3,60. Já pensou?

Para protegerem-se da inflação, as pessoas compravam produtos essenciais em grande quantidade quando recebiam seus salários. Esse comportamento levava a uma escassez de alimentos no mercado, o que, consequentemente, elevava ainda mais os preços. Toda a cadeia econômica repassava a inflação para os preços, ampliando ainda mais a onda inflacionária.

Para proteger os trabalhadores, os sindicatos obtinham o compromisso das empresas de reajustar os salários no mesmo patamar da inflação. Em consequência, as empresas repassavam esse aumento de custo aos preços, gerando mais inflação.

Numa outra esfera, o Brasil tinha déficit na produção de alimentos e produtos industrializados, enquanto adotava barreiras à entrada de produtos importados de alto valor agregado, visando, assim, proteger as empresas nacionais, embora não tivesse o mesmo ímpeto para investir na modernização do parque industrial.
Foram anos vivendo essa ciranda, levando ao agravamento da pobreza e aumento do custo de vida para a classe média.

É claro que ninguém quer mais reviver esses dias e o Brasil construiu fundamentos econômicos nas últimas décadas capazes de dotar o governo de mecanismos para evitar que quadro semelhante se repita.

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