A pandemia virou o mundo de pernas para o ar. Se antes tudo parecia ser controlado e nossa rotina seguia como o planejado, a necessidade de restrições e distanciamentos mudou a sociedade. O vírus da covid-19, que muitas vezes parece apenas com uma gripe ou nem isso, em outros casos é fatal. Como não é possível prever quem pode ou não sobreviver a ele e ainda há o cuidado em não deixar a fila para uma vaga nos hospitais públicos e particulares crescerem, foi preciso segurar o freio.
E as sociedades se viram no dilema entre cuidar de sua população com o máximo de restrições e ao mesmo tempo fazer com que a economia não desande. Ou pelo menos não desabe. Porém, as restrições trouxeram fechamentos temporários e terminais para muitas empresas, fazendo com que o número de desempregados estourasse o que já estava alto. Mas nem tudo é pessimismo, afinal, a população mundial e brasileira já está se vacinando e novos ventos começam a soprar na economia também.
Quando a economia deu um nó
Enquanto a pandemia estava presente apenas do outro lado do mundo, a vida corria normal no Brasil. Até que ela foi avançando e em pouco tempo foi preciso parar tudo, para evitar um mal maior. O Brasil parou, nada funcionava a não ser serviços essenciais e as ruas mais movimentadas do Centro da cidade passaram a apresentar uma paisagem única de pleno deserto.
Sem poder sair de casa e o medo das consequências de um vírus até então desconhecido, fizeram com que todos se mantivessem o máximo possível em casa. Para amenizar o impacto das restrições presenciais, a esperança de que isso logo iria passar. Afinal, a ciência iria oferecer soluções tão rápidas quanto eficazes para que a vida pudesse seguir seu rumo ativo de antes.
Mas depois de três meses de restrições e o número crescentes de contaminados e, pior, mortos, o sonho de voltar a rotina de antes começou a se distanciar. E hoje ela ainda parece impossível de acontecer, diante de tanta coisa que mudou na vida de cada um, nas empresas, nas ruas e na economia.
É fato que a sociedade não será mais a mesma depois que a pandemia passar. E nem a economia. Mas isso não significa que será negativa, já que junto a dor e as perdas, também surgiram muitos aprendizados e conhecimentos sobre a própria sociedade.
Em 2019, o Brasil fechou o ano com uma ótima alta na sua Bolsa de Valores, com auspiciosas previsões para 2020. Até que a pandemia chegou em terras tupiniquins e o mercado financeiro foi bravamente desafiado. A impressão de caminhar rumo ao desconhecido, o que de fato era uma realidade, muitas vezes foi motivo de pânico para os investidores, principalmente os que estavam começando a iniciar no mercado de ações. As grandes oportunidades se tornaram um obscuro deserto de risco.
O PIB brasileiro teve uma de suas maiores quedas e se aproximou de momentos críticos para o Brasil como o da década de 1939 e de 2009. Mesmo com uma melhora leve no terceiro trimestre, a realidade é que o mercado está em pânico. As conceções de crédito diminuíram, as operações financeiras estão mais arriscadas, alto índice inadimplência, investidores estrangeiros pulando fora do mercado brasileiro e outras questões que envolvem polícia e a crise sanitária.
Mesmo que muitos já digam que “o pior já passou”, os economistas mais prudentes não se entregam tanto ao otimismo. Nem tampouco ao pessimismo, porque realmente, hoje é possível lidar melhor com a crise e se adaptar a ela, mas não é prudente fazer uma previsão confiante de onde tudo isso vai parar.
O tombo para os otimistas ocorreu quando havia a perspectiva de a população começar a ser vacinada no final de 2020 e início de 2021, acelerando o retorno a vida cotidiana e a melhora da economia. Mas mesmo com várias vacinas já sendo disponibilizadas, o Brasil demorou a fazer a aquisição necessária para vacinar sua população os números pioraram de vez.
Tudo porque, sem vacina e com as novas variantes do vírus, o Brasil teve uma segunda onda ainda mais forte que a primeira, explodindo o índice de infectados e mortos. Em abril, o mês mais letal da covid-19 no Brasil, os hospitais já estavam em colapso e chegou a mais de quatro mil mortos por dia.
Curiosamente, o número de mortes aumentou tanto quanto abaixou a idade média das vítimas. Enquanto a vacinação avançava lentamente e já atingia os idosos em maior profundidade, os mais jovens ignoravam as normas de vigilância sanitária e procuravam uma vida “normal”, sendo alvo principal da fatalidade.
E logo esses mais jovens, os que em geral são mais produtivos para a economia, gestores de empresas e chefes de família. O que fez a economia perder novamente a perspectiva positiva que vinha nutrindo, reservando os momentos de maior entusiasmo para quando a maior parte da população, inclusive os jovens, já estivessem vacinados.
Meu primeiro subtítulo
Sem dúvida, o setor que melhor apresenta recuperação no Brasil em 2021 é o bancário. As taxas de juros tiveram uma alta, o que melhorou a rentabilidade dos produtos financeiros oferecidos. A procura por empréstimos, financiamentos e seguros também aumentou, assim como os grandes bancos foram ainda mais fundo na sua reestruturação, enxugando mais as agências e investindo maciçamente no atendimento digital.
Era a oportunidade que eles precisavam para se aproximar de uma concorrente pequena, porém voraz, que são as fitntechs. Elas se popularizaram ainda mais no período de pandemia, já que suas facilidades e acesso para todos os perfis de investidores, permitiu que mais pessoas tivessem acesso aos produtos bancários, com menor taxa de juros e taxas administrativas.
O Pix foi uma forma das grandes incorporações se aproximarem das pequenas, já que começou a ser possível fazer transferências entre bancos, qualquer hora do dia, quase sempre sem cobrança de taxas ou valores mínimos. E a adesão foi imediata.
A perspectiva é que novos itens dessa transformação sejam ainda mais bem-sucedidas, como o Open Banking e o Blockchain. Que já começam a serem anunciadas e estão prestes a se tornarem públicas. Tudo para diminuir os custos, agilizar e melhorar a experiência do cliente com a empresa, trazer mais segurança tecnológica para as movimentações e serviços digitais.
A forma como o brasileiro está lidando com o dinheiro também mudou, de forma positiva. A necessidade de enxugar ao máximo suas contas, seja pelo desemprego ou apenas com medo do futuro próximo, o fez ficar mais atento aos seus gastos e recebimentos mensais, assim como entender a importância de economizar, para ter uma reserva em casos emergenciais.
O comércio mundial foi profundamente afetado, já que a cadeia de relações necessárias para o desenvolvimento dos negócios, sofreu rupturas vindas de restrições da pandemia, alterações econômicas e o foco em produtos mais básicos. Se um país precisa de mais restrições que o outro, toda a cadeia ficará prejudica e precisará ser revista com urgência. Se os itens básicos da cesta básica e do cotidiano se tornaram essenciais, assim como investir para ter mais segurança em médio e longo prazo.
O que se pode dizer é que ainda não se pode dizer com mais clareza, os rumos que a sociedade e sua economia tomarão. Afinal, o processo de prevenção é longo e não finda com a vacinação da população. Há setores que já ficaram irremediavelmente afetados, enquanto outros apresentaram espantoso crescimento.
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