Por que uma boa educação financeira é importante para os jovens?

A juventude é o símbolo do futuro, já que nela está a esperança da construção de novos caminhos para a sociedade. Mas dispersa por natureza e forçada a fazer escolhas sobre sua carreira, na prática ela se apresenta alheia de fato a tudo relativo ao futuro, principalmente quando o assunto é dinheiro.

A falta de rotina sobre o assunto vem tornando os jovens despreparados para lidar com suas finanças. O Brasil não possui uma cultura de educação financeira nas escolas e em casa, tornando o assunto quase um tabu, fazendo com que se tornem adultos com graves dificuldades em ter controle sobre seu orçamento.

A visão do dinheiro na sociedade

Oferecer educação financeira para crianças e jovens é um grande presente para eles. O assunto deve envolver vivências, estímulos, correção, incentivo e confiança, para que eles possam se sentir inseridos no contexto financeiro e entender que dinheiro pode e deve ser usado ao nosso benefício.


Na prática atual, jovens de 15 a 24 anos estão com dívidas e gastam o dinheiro que recebem de forma impulsiva e desregrada. E os bancos vêm oferecendo várias vantagens para os jovens, principalmente os universitários, disponibilizando cartões de crédito e cheques especiais sem comprovação de renda.


O número de brasileiros negativados vem batendo recordes em 2019 e chega a 63 milhões, sendo 5 milhões de jovens. Os índices apontam que 40% deles estão ou já estiveram com o nome negativado em órgãos de proteção ao crédito, apontando para a gravidade da atual geração.


A educação financeira é subestimada, se tornando um desafio desenvolver uma visão mais ampla sobre o dinheiro. Esse tipo de educação não se fixa apenas em ensinar como poupar, mas diz respeito sobre qualidade de vida, perspectivas sobre o futuro e a ter uma vida tranquila até a aposentadoria.


A maior parte dos jovens não sabe o que é poupar, muito menos investir para ter mais segurança no futuro. Eles só visam o momento presente, não por inspiração pela fase da juventude, mas por falta de um direcionamento adequado sobre o assunto.


O curioso é que as informações sobre educação financeira não são restritas, mas disponíveis em sites, livros, cursos e uma variedade de formatos na maior parte gratuitos. Pessoas bem-sucedidas oferecem dicas de como atingiram seus objetivos e sempre há um bom exemplo de quem sabe viver bem a vida, sabendo economizar.


A dificuldade em assimilar os conhecimentos oferecidos tem a ver com o tabu social sobre o dinheiro. Segundo pesquisas realizadas nos EUA, 44% dos americanos não conseguem falar sobre dinheiro e acreditam ser mais difícil do que abordar a morte e a política, assuntos considerados complexos para a sociedade. Esses dados são muito semelhantes ao perfil da população brasileira.


O assunto raramente é abordado em conversas coloquiais entre amigos e familiares, salvo quando alguém está com alguma pendência financeira e precisa de apoio. Ou seja, o dinheiro só é comentado quando é algo sofrido e preocupante, salvo quando se sonha com algum prêmio.


Como o dinheiro é visto como um tabu, as crianças não possuem uma relação positiva com ele através de seus familiares. Enquanto muitos lares não possuem um orçamento doméstico e as contas parecem ser maiores que o salário, crianças e jovens assistem seus pais preocupados em como vão conseguir pagar suas pendências. Ainda presenciam discussões iniciadas por motivos financeiros e uma série de reclamações sobre gastos.


Mas e quando o assunto é economizar? Como a educação financeira não faz parte da maioria do cotidiano das pessoas, poucos entendem a importância de economizar e investir. Eles se baseiam no velho jargão de “não sobre nada no fim do mês”, ignorando o ato de poupar como uma prioridade.


Ainda rotulam de “pão duro” ou “mão de vaca” aqueles que separam religiosamente uma porcentagem de seus ganhos para poupar e não costumam gastar com supérfluos. Como se manter o controle das finanças fosse algo digno de deboche e menosprezo. E ignoram o fato de que quem prefere um padrão de vida mais condizente com seus ganhos e se preocupa com o futuro, deseja construir uma vida mais aprazível no futuro e sem preocupações.


Enquanto o jovem vê a seu redor quem associa dinheiro a problemas e tem mais dívidas que patrimônios, esse tipo de exemplo o leva a prosseguir com as mesmas práticas. Ele não entende é o seu comportamento sobre a abundância ou ausência é que o torna um problema de fato ou algo tão importante.

Como inserir educação financeira na vida de um jovem

Quem controla o que ganha e gasta, organiza suas finanças e faz investimentos, não tem retorno apenas daqui à trinca anos, mas consegue garantir uma segurança imediata de ausência de dívidas. Viver se preocupações se vai ou não conseguir pagar a conta de luz é algo muito satisfatório e, infelizmente, não tão comum atualmente.


Educação financeira pode e deve começar a qualquer hora da vida e quanto mais cedo melhor. Se o jovem ainda não teve essa experiência, este é o momento para que siga dicas simples, mas fundamentais, que descrevemos abaixo:

1 – Como está sua situação atual?

Seja sincero sobre sua realidade financeira e responda questões como “tem dívidas?”, “Há algum dinheiro a receber para o próximo mês?”, “Como vem gastando o seu dinheiro?”. De acordo com as respostas o seu perfil financeiro será definido e também um plano de ação próximo de sua realidade.

2 – Planejamento

O primeiro contato do jovem com dinheiro é quando recebe uma mesada dos pais. Nesse momento ele pode identificar o quanto possui, o que pode gastar e como deve economizar para comprar algo mais caro do que o valor que recebe.


Depois eles podem começar a receber bolsas, realizar estágios e pequenos trabalhos que lhe garantem remuneração enquanto estudam. Esse volume maior de dinheiro pode deslumbrar alguém que não tem contas importantes para pagar e pode gastar tudo com o seu prazer.


E nessa hora que é preciso planejar seus gastos e entender que quando o dinheiro acaba, não há outro imediato a repor. Ou a frase popular que “dinheiro não dá em árvore”. Mas ele pode se multiplicar, desde que exista um planejamento de quanto vai receber, o quanto pode reservar para poupar e o que se vai gastar.


E entender que se deseja fazer uma viagem, basta fazer cálculos básicos e economizar mensalmente para atingir esse objetivo. O mesmo acontece com os sonhos de ter o primeiro carro, custear a faculdade, montar um escritório após a formatura ou apenas manter uma reserva para quando for necessário.

3 – Invista

O primeiro investimento é sempre abrir uma conta poupança. Embora ela seja o investimento com menor retorno percentual, também é fácil de abrir e entender. Através dela é possível manter uma reserva mensal e saber que está seguro sobre o dinheiro.

4 – Corte os supérfluos e não gaste mais do que ganha

A possibilidade de ter cartões de crédito e cheques especiais é sedutora, mas apenas um artifício que pode trazer dívidas difíceis de serem sanadas. Procure sempre gastar dentro dos seus ganhos e faça uma análise do que tem gasto, para cortar o que é supérfluo.


Não que seja proibido gastar com saídas em restaurantes e boates ou até mesmo uma roupa desejada, mas ela não deve ser prioridade. Manter uma vida mais simples e focada ajuda a manter as finanças, mas dentro do orçamento é preciso disponibilizar uma reserva para manter seu estilo de vida e laser.


A educação financeira é essencial para pessoas de todas as idades, mas especialmente nos jovens, ela representa uma nova visão sobre sua qualidade de vida e projeção para o futuro. Confira no AnjoCred a importância da educação financeira para a juventude.