Poupança: ainda vale a pena investir nessa modalidade?

A poupança é o método mais popular de investimento, pelas facilidades em abrir uma conta com pouco capital e sem burocracia. Mas também é o terror dos investidores, por ser o rendimento mais baixo do mercado financeiro, por se basear na taxa Selic com crescimento de 8,50% ao ano.

O investimento já foi alto no período de sua criação e teve picos de crescimento em algumas fases da economia brasileira. Mas atualmente, com a facilidade de acesso para outros investimentos, depositar dinheiro na poupança pode representar uma perda significativa de rendimentos, que poderiam ser melhor usufruídos por outras opções.

Sugestões para fugir da poupança

Criada a mais de 150 anos por D. Pedro II durante a fundação da Caixa Econômica Federal, o nome da aplicação foi dado por serem usadas cadernetas onde eram anotadas as quantias poupadas e os juros. Seu objetivo era captar recursos para investimentos nas classes mais pobres, com a promessa de 6% de juros anuais e sob a garantia do Governo Federal.
Por um bom período a poupança foi muito atraente até mesmo para pessoas jurídicas. Seus rendimentos anuais giravam em torno de 6,17%, considerado alto pela falta de variedade em investimentos, e com o benefício de ter isenção no imposto de renda. Outra grande vantagem é que o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento, sem necessidade de um período de quarentena.
Com as regras alteradas em 2012, a poupança passou a ser vinculada com a taxa básica Selic mais a variação da Taxa Referencial. A porcentagem anual se mantém semelhante a anterior, mas muito abaixo de outros investimentos de renda fixa, e a mensal é em média de 0,5%.
A taxa Selic já teve um excelente rendimento, porém o Banco Central e o Copon (Comitê de Política Monetária) reduziram a taxa em um ponto percentual, causando uma significativa queda nos valores totais. Hoje a taxa está ainda menor, com a determinação de novos cortes pelo Copom e que só vieram diminuir as taxas anuais.
A facilidade em acessar outros tipos de investimento e com as informações acessíveis pela internet, as pessoas começam a buscar novas possibilidades. A mais procurada após a poupança é o CDB, Certificados de Depósito Bancário que são emitidos pelos bancos, como métodos de obtenção de dinheiro para realiar as mais diversas atividades. Também oferecem boa segurança ao investidor, que ao depositar seu dinheiro age como se estivesse emprestando para o banco, que em troca acresce juros. Esse tipo de investimento requer que o dinheiro fique depositado por um tempo determinado, mas também são assegurados pelo Fundo Garantidor de Credito. Esse tipo de investimento é descontado do imposto de renda.
O LCI e LCA, Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito Agronegócio, são investimentos com procedimentos e características semelhantes ao CDB, mas o dinheiro investido serve para financiar as áreas imobiliárias e agronegócio. Ambos são isentos de imposto de renda, garantidos pelo FGC e tem uma variedade de rendimentos semelhantes ao do CDB.
Já o Tesouro Direto é um investimento do consumidor no Governo federal, a partir da compra de títulos públicos pela internet. É bastante prático e seguro, cujo valor inicial mínimo é de R$ 30,00. Esse tipo de investimento tem o mesmo modo de operação dos aanteriores, mas em geral pode apresentar ligeira vantagem nos juros. Ele tem sido indicado para quem utiliza a poupança, pelas facilidades em utilizá-lo e é o que mais tem crescido atualmente.
A bolsa de valores é mais arriscada, porém capaz de oferecer significativa rentabilidade. Para quem tem um valor para investimento, mas tem medo de perder tudo, há investimentos mesclados que garantem uma lucratividade mínima e mais segurança. O investimento numa bolsa de valores é bastante democrático, já que neles há pessoas de vários poderes aquisitivos e status social com a mesma capacidade de ganhar ou perder dinheiro. Para investir na bolsa é preciso ter conhecimentos prévios sobre seu funcionamento e as perspectivas das empresas, para evitar colocar dinheiro nas que estão em processo de falência ou em baixo rendimento. Essas empresas tendem a estar mais baratas no mercado, mas podem fazer o investidor perder dinheiro.
Com essas opções mais básicas de investimento, é possível dar adeus à poupança ou colocá-la de lado para experimentar novas experiências. Porém, o importante é começar a investir o mais rápido possível e iniciar uma vida de concretização de sonhos. As dicas acima podem valer para planos simples ou os mais elaborados, para tornar em realidade aquela viagem, o casamento, a compra do primeiro carro e muito mais. Avalie sempre as possibilidades e escolha as que sejam mais adequadas ao seu perfil, além de observar os juros oferecidos para confirmar se são compensatórios ou não.
O crescimento de investimentos pode servir como uma evolução e uma reorganização da forma como se lida com as finanças. Se manter sempre nos velhos hábitos, que incluem o uso da poupança, pode dificultar muito mais a concretização das metas estabelecidas. A mudança inclui também estar atento as renovações econômicas e identificar possibilidades mais concretas para investir, com mais segurança, tranquilidade e qualidade.

Quando a poupança vale a pena

Investir na poupança pode ter algumas vantagens, principalmente para quem tem baixa renda e pouco dinheiro para aplicar. Como não há um valor mínimo mensal para depósito e exclusão de qualquer tributo, é melhor utilizar a poupança do que deixar de investir ou deixar o dinheiro parado.
Ela pode ser um excelente caminho para quem deseja uma reserva de emergência, por ser possível seu resgate imediato e sem qualquer burocracia. A poupança é o método de investimento mais seguro do mercado, por possui a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Criado pelo Banco Central, o FGC protege o capital e a rentabilidade de quem poupa, caso a instituição financeira sofra falência ou liquidação extrajudicial, restituindo-o integralmente do que estiver depositado.
Criado em 1995 pelo Plano Real, o FGC não tem vínculo com o governo e é uma entidade privada. Seu objetivo é oferecer aos investidores a confiança necessária de que seu dinheiro estará protegido, independente do que possa acontecer com a economia, relembrando o confisco do Plano Collor, que impediu o saque de valores mais altos da poupança de pessoas físicas e jurídicas.
A poupança é o método de investimento mais acessível e democrático do país. Qualquer pessoa pode abrir uma conta poupança e investir o valor que puder, com a possibilidade de resgate sempre que for necessário. Porém a poupança é considerada o investimento com menor rentabilidade, mas ainda possui vantagens para quem decide poupar. Conheça outros tipos de investimentos e dicas sobre finanças pelo site da AnjoCred.