É crescente o número de profissionais autônomos no Brasil, surgidos em parte pelas crises econômicas e políticas, assim como pelo alto índice de desemprego. Diante da dificuldade em pagar as contas, o brasileiro procura outros métodos de obter renda e acaba entrando na autonomia e caindo no mercado.
Com isso, muitas empresas estão se preparando para absorver suas demandas, incluindo a criação de empréstimos específicos que podem ajudar a dar suporte ao trabalho ou às contas pessoais. Porém, algumas profissões de autônomos ainda não estão disponíveis para empréstimos. Confira, abaixo quais profissionais da categoria podem solicitar um empréstimo.
Autônomos X Profissionais liberais
A autonomia se caracteriza como a ausência de vínculo empregatício com uma empresa, mesmo que realize trabalhos para alguma. O trabalho não é contínuo, não há obrigatoriedade de horários e nem um pagamento fixo contratual que se assemelhe a um salário. Um autônomo pode realizar serviços para uma empresa, desde que se configurem como eventuais.
Há uma diferença entre o autônomo e o profissional liberal. Em geral, o autônomo não tem uma formação específica profissional e possui um trabalho mais artesanal. Já o profissional liberal tem formação técnica ou superior e está vinculado a um órgão de proteção a sua profissão, que requisita registro.
O autônomo possui liberdade de horário de trabalho e local, e pode fazer Home Office e tirar folga em dias não comuns, como segunda-feira. A maior dificuldade para esse profissional é a drástica alteração financeira que pode vivenciar. Ele pode pegar vários trabalhos que lhe garantem uma boa renda durante um período e no momento seguinte estar sem nenhum, ficando desprotegido financeiramente.
O controle das finanças e o planejamento é ainda mais importante para esse tipo de profissional. Ele precisa aprender a conviver com momentos financeiros bons e ruins, para manter sempre as contas em dia e não se ver em uma montanha russa de dívidas. Dessa forma, ele precisa aproveitar a conta positiva para economizar, fazer suas reservas e não gastar aleatoriamente, para que possa utilizar esses valores em épocas de recessão do mercado.
Todos os profissionais autônomos podem ser aptos a pedir um empréstimo, desde que façam um formulário com todos os seus dados, não estejam negativados nos órgãos de proteção ao crédito, possam comprovar uma média de renda, tenham endereço fixo e um bom score de movimentação de crédito.
A instituição financeira avaliará o perfil do autônomo da mesma forma como de todos os outros profissionais. Têm mais chances de conseguir aqueles que já tiverem conta em banco e um bom histórico de pagamentos em dia.
Quais os empréstimos disponíveis para autônomos?
Há várias modalidades de empréstimo que o autônomo pode utilizar, mas nesta lista não está incluído o consignado. Como esse tipo de empréstimo tem juros mais baixos, exatamente pela segurança do desconto na folha de pagamento, para o autônomo se torna inviável pela ausência de vínculo com empresas, funcionalismo público ou aposentadoria.
As instituições bancárias e financeiras estão se adaptando a grande demanda de autônomos, ao oferecer as seguintes modalidades de crédito:
- Empréstimo com garantia: quando é negociada uma Alienação Fiduciária, ou seja, quando o solicitante oferece um bem para garantir o pagamento do valor requisitado. Há vários tipos de bens que podem ser alienados, como carros, imóveis e joias, desde que o valor total supra o que foi requisitado, acrescido de juros. O bem continua em posse do solicitante, mas caso o pagamento não seja cumprido a empresa pode recolhê-lo;
- Microcrédito: voltado para microempreendedores individuais, seu fundamento é para incentivar a formação de novos negócios. Sua proposta é aumentar o capital de giro, ampliar seus serviços, comprar maquinário ou até pagar dívidas com juros altos;
- Empréstimo pessoal: é o mesmo oferecido para pessoa física que tem conta numa instituição bancária. Os juros são altos, mas a liberação do dinheiro é mais rápida e menos burocrática. Como o risco de inadimplência é maior, os bancos se previnem acrescentando juros mais altos do que outras modalidades de crédito;
- Cheque especial: possui um dos juros mais altos do mercado, exatamente pela insegurança dos bancos de seu pagamento. Dessa forma, deve ser usado com cuidado e só em momentos emergenciais, para evitar cair em dívidas gigantescas;
- Cartão de crédito: quando utilizado corretamente, o cartão de crédito é um excelente parceiro para controlar as contas, levando a um prazo de até 40 dias para o seu pagamento. O risco é sempre dos excessos e de contas acumuladas. Quando isso acontece o limite estoura e só há dinheiro para pagar o mínimo. Os juros anuais de dívidas de cartões de crédito são gigantescos e um grande risco para o orçamento;
Uma dúvida recorrente do autônomo é de como ele poderá comprovar sua renda, se não possui contracheque. Os bancos e empresas que trabalham com crédito aceitam a apresentação de extrato bancário com pelo menos seis meses de movimentação, que comprove depósitos e transações de uma média de valor. A apresentação de contratos e recibos de serviços prestados para empresas também pode servir para os bancos.
Outra possibilidade de comprovante de renda é a apresentação dos rendimentos anuais do imposto de renda. Nele estão inseridos os valores mensais recebidos, de onde vieram e sua constância de pagamento. Há ainda a possibilidade de apresentar a Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (Decore) solicitado por um contador.
Se não for para aprimorar seus negócios, o ideal é que os empréstimos sejam solicitados em situações de emergência, como problemas familiares graves, imprevistos médicos, quitação de dívidas com juros incontroláveis ou investimento em educação de curto, médio ou longo prazo.
O importante é ficar atento e solicitar um empréstimo somente quando tiver certeza de que terá condições de pagá-lo. Mais do que os outros trabalhadores, o autônomo precisa de muito controle sobre suas entradas e saídas, para evitar qualquer surpresa negativa e não correr perigo de afetar os negócios. Para não ter dúvidas, faça uma planilha de gastos de cada mês, incluindo as despesas periódicas, para ter uma exata noção do que tem disponível antes de arcar com essa nova despesa.
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