A educação financeira é algo essencial na vida de todas as pessoas, e algo que deve ser ensinado desde cedo, uma vez que as crianças podem crescer com uma melhor compreensão deste conceito e, assim, se tornarem adultos muito mais conscientes financeiramente. No entanto, falar com crianças sobre finanças é um desafio muito grande para muitas pessoas.
Um pensamento incorreto, que faz com que muitos adultos não falem de finanças com os seus filhos é imaginar que estas crianças não possuem o entendimento necessário para compreender o que lhes é ensinado sobre este tema. Diferente disso, é justamente na infância que a educação financeira pode ser enraizada na mente de uma pessoa, para que seja algo que faz parte de sua vida de maneira natural.
Desta forma, o ideal é que, sim, a educação financeira seja algo ensinado às crianças por meio de conversas sobre finanças, para que possam começar a compreender, desde cedo, quais são os valores a serem respeitados e a forma como o dinheiro deve ser utilizado.
Saiba a partir de qual idade começar a falar de finanças com as crianças
Um dos principais motivos para que muitas pessoas não falem sobre finanças com os próprios filhos é por não saber qual o momento ideal para iniciar este tipo de conversa. Em geral, há um pensamento de que é preciso que a criança esteja mais próxima da adolescência para que comece a lidar com o dinheiro.
Entretanto, a idade ideal para que se comece a falar com as crianças sobre finanças ocorre bem mais cedo do que isso, logo aos três anos de idade. Embora seja uma idade em que a criança ainda tem pouca compreensão sobre quase todos os assuntos, é neste período em que, geralmente, se iniciam os pedidos por diferentes coisas que podem ser compradas.
Na grande maioria dos casos, a resposta é muito simples e objetiva, ou tem o objetivo de ludibriar a criança, como a promessa de que será comprado, para que o assunto seja simplesmente esquecido. Isso, porém, não faz com que a criança comece a ter um aprendizado financeiro, pois respostas evasivas, ou a simples espera pelo esquecimento fazem com que o cenário se repita.
Assim, o ideal é que se converse com a criança, obviamente com uma linguagem simples e que lhe permita começar a compreender pequenas coisas. Boas alternativas para pedidos de compra por algum brinquedo, por exemplo, são palavras como esperar o papai ou mamãe ganhar dinheiro, ou não ter dinheiro agora.
Isso poderá começar a criar na cabeça da criança, ainda de forma involuntária, que a negativa existe em razão da falta de dinheiro para isso no momento. Conforme crescer, esse pensamento será mais facilmente compreendido pela criança, de forma que se consiga ensinar, com um pouco mais de idade, a educação financeira de forma mais completa.
Outro ponto importante a ser compreendido pelos adultos é que este tipo de fala sobre finanças, não apenas com crianças bastante novas, mas com crianças um pouco mais velhas, de cinco, seis ou sete anos, por exemplo, não gera impacto imediato. Ou seja, a criança voltará a fazer pedidos por brinquedos, alimentos ou outros itens, de forma que o ensinamento financeiro deve ser repetido, para que seja cada vez mais compreendido por estas crianças.
Isso significa que falar de finanças com crianças é, acima de tudo, um exercício de paciência e repetição, pois apenas com o tempo estas mensagens começarão a fazer mais sentido para as crianças. O resultado é que, em uma fase mais madura, estas crianças se tornarão pessoas mais inteligentes financeiramente, que terão maiores chances de manter uma boa vida financeira.
Como falar com crianças sobre finanças
No caso de crianças mais novas, ainda em fase apenas de pedido de brinquedos, comidas ou quaisquer outros itens, apenas falar sobre não poder, ou precisar esperar por conta do dinheiro é um bom caminho, apenas para gerar um início deste tema na relação. Porém, com crianças um pouco maiores, é preciso utilizar meios mais efetivos para falar sobre finanças.
Uma boa alternativa para ensinar conhecimento financeiro a crianças é o uso de mesadas, que são pequenas quantias dadas pelos pais a seus filhos para que utilizem como desejar. Isso poderá fazer com que as crianças compreendam que o que podem fazer com o dinheiro depende do quanto possuem e de quanto economizam ao longo de um mês.
Assim, ao dar uma mesada a uma criança, é preciso explicar o que ela pode fazer com o dinheiro. Caso a criança deseje um brinquedo muito caro, por exemplo, é possível ensinar quantos meses de sua mesada ela precisaria economizar para conseguir comprar este brinquedo, de forma que compreenda o valor do dinheiro de acordo com a sua realidade.
Desta forma, ao utilizar pequenas quantias, fazer economias pontuais e compreender que quanto mais gastar menos dinheiro terá disponível, a criança começará a adquirir uma maior experiência financeira, para que, no futuro, compreenda como lidar com quantias mais altas.
O exemplo para as crianças
Para complementar as formas de se ensinar sobre finanças para crianças, é preciso mencionar, ainda, o exemplo que os pais dão a seus filhos. Isso porque não adianta esperar que as crianças aprendam a economizar e controlar os seus gastos se os pais não fazem isso e possuem muitas dívidas acumuladas.
Mais do que teorias e conversas, as crianças se espelham nos exemplos de adultos próximos, especialmente os pais, e reproduzem grande parte de seus comportamentos. Assim, pais endividados tendem a gerar filhos que seguirão pelo mesmo caminho e terão uma vida financeira mais conturbada no futuro.
Para evitar este tipo de problema, antes de pensar em ensinar seus filhos sobre educação financeira, finanças em geral e economia de seu dinheiro, é preciso que se faça uma avaliação de sua própria vida financeira. Caso você tenha uma boa saúde financeira e saiba lidar bem com o dinheiro, então sim, pode ser o momento ideal de falar com as crianças sobre finanças e educação financeira.
Agora que você sabe como falar sobre finanças com as crianças, utilize esse conhecimento e passe a ensinar desde cedo a seus filhos sobre a melhor maneira de como lidar com o dinheiro. Com este cuidado, as chances de que sejam adultos mais bem estabilizados financeiramente serão muito maiores.
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