Em especial nos últimos anos, estamos ouvindo quase diariamente que o dia a dia está mais complicado e mais caro por culpa da inflação. Tudo parece aumentar de preço: transporte, alimento e serviços, por exemplo, têm passado com frequentes reajustes de valores.
O campo econômico está repleto de termos como IPCA, que, aliás, ganhou bastante destaque nos noticiários recentemente. Talvez você saiba que o termo em questão esteja relacionado à inflação e que por isso ele é tão mencionado pelos especialistas no Brasil. Ainda assim, muitas pessoas não estão cientes de como o índice tem reflexos na rotina da população.
No presente artigo, nós, da AnjoCred, iremos abordar tudo o que você precisa saber sobre o IPCA 2022. Tem interesse em dominar esse assunto? Então continue com a leitura.
Mas afinal, o que significa o IPCA 2022?
Antes de nos aprofundarmos no impacto do IPCA no seu cotidiano, precisamos primeiro definir bem o que a sigla representa.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) é um dos mais antigos e fundamentais indicadores de inflação do Brasil. Criado pelo IBGE em 1979, ele tem como finalidade mensurar a oscilação dos valores de diversos itens essenciais de varejo consumidos por famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos.
Sendo assim, o indicador apresenta enorme abrangência, pois abrange 90% da população residente em áreas urbanas em todo território nacional. Ele é, portanto, chamado de “amplo” e seus resultados assinalam se houve elevação média, estabilidade ou redução de preços a cada mês.
Nesse contexto, o IPCA pode ser considerado uma medida para inflação no país. É baseado nele que os profissionais da área conseguem analisar como anda o poder de compra do público em um período.
Da mesma forma, o mercado financeiro fica de olho no IPCA, pois o seu resultado influencia na taxa básica de juros, a famosa Selic. Ele também é empregado como índice pós-fixado para as aplicações de renda fixa. Ou seja, quem planeja investir deve estar atento ao IPCA 2022.
Mas se você segue pouco confuso, não se preocupe, pois na sequência explicaremos com mais detalhes todos os conceitos financeiros relevantes.
Apenas com a breve introdução que fizemos aqui, a relevância do IPCA 2022 no seu planejamento orçamentário já deve estar bem evidente.
E como o se calcula o IPCA?
Para saber tudo sobre o IPCA 2022, é fundamental entender como funciona o seu cálculo.
Com o objetivo de se chegar ao acumulado da inflação, é necessário reunir os preços do 1• ao último dia de cada mês. Esse levantamento é conduzido em lojas, estabelecimentos que prestam serviços, internet e fornecedoras de utilidades públicas (água e energia elétrica).
É válido dizer que o conjunto de itens – produtos e serviços – pesquisados a cada mês são de naturezas diversas. Nesse grupo, estão englobados o arroz, o feijão, bem como os artigos eletrônicos, as mensalidades escolares, as consultas médicas, certas atividades de lazer, entre outros. Sua importância para IPCA está de acordo com a frequência média de consumo dos indivíduos. Não é de se estranhar então que a alimentação tenha um peso maior do que os demais produtos.
Agora que você está familiarizado com o IPCA 2022, com certeza já percebeu como essas simples letrinhas influenciam a sua vida. Portanto, compreender o conceito em questão pode ajudá-lo na hora de organizar o orçamento doméstico ou mesmo a logística de um negócio.
O índice que mais se aproxima do IPCA é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Todavia, o INPC é aplicado para calcular a inflação para os domicílios com renda menores, ou seja, de um a cinco salários mínimos por mês. Isso porque o grupo em questão é mais suscetível às variações de preços impostas pela inflação.
A distinção aqui está no termo “amplo” que citamos acima, já que o IPCA envolve uma parte maior da população do Brasil. E, por se tratar de um índice oficial, é ele que funciona como referência para mudanças nas taxas de juros e também para as metas da inflação.
Conheça quais são os artigos para se calcular o IPCA
Para se construir o IPCA 2022, há um número de itens que funcionam como base e que apresentam um peso específico para o resultado final. Os valores que cada um deles é reunido em cidades que compõem as regiões metropolitanas, bem como nos maiores centros urbanos do Brasil. A seguir, veja quais são os itens e também quais são seus percentuais de influência na soma do IPCA, por ordem de peso:
• alimentação e bebidas: 23,12%;
• transporte: 20,54%;
• habitação e moradia: 14.62%;
• cuidados pessoais e saúde: 11.09%;
• despesas pessoais: 9,94%;
• vestuário: 6,67%;
• comunicação: 4,96%;
• educação: 4,37%.
Ainda que o IPCA se trate de um índice nacional, as regiões contam com pesos variados para a sua composição. Em uma cidade como São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo, esses valores são mais significativos em comparação com municípios menores. Então se pode dizer que o peso é maior. Esse resultado reflete o custo de vida mais elevado que é característico das localidades mais populosas.
O IPCA e as metas de inflação
O Brasil é uma das muitas nações que estabelecem uma chamada meta de inflação. Criada em 1999, todo ano ela é submetida a revisões para se adaptar ao cenário econômico e político daquele momento, bem como aos acontecimentos internacionais. Afinal, em um mundo globalizado, eventos em qualquer lugar podem causar oscilações no mercado.
A meta, que integra a política monetária, define uma faixa de inflação que deve ser alcançada entre janeiro e dezembro. Como resultado, o governo tem que desenvolver ações que assegurem uma inflação dentro desse patamar desejado.
E é exatamente por causa da meta de inflação que o Banco Central mexe na taxa Selic, que funciona como a taxa básica de juros da economia nacional. Essa tomada de decisão se dá a cada 45 dias, durante as reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária). Nos encontros, estão presentes o Presidente do Banco Central e os seus diretores.
Conforme explicamos acima, o COPOM é o órgão responsável por ditar o valor da taxa Selic. Por ser a taxa básica de juros do Brasil, a Selic influi em todos os créditos autorizados no país, tendo em vista que as instituições financeiras a usam como base para determinarem as suas taxas de juros próprias.
Conclui-se assim que quanto mais elevada estiver a taxa Selic, mais dispendioso é para o contratante obter um empréstimo ou financiamento de qualquer espécie. Fica fácil de entender então que com o crédito mais caro, os indivíduos irão comprar menos. Quando o consumo cai, há uma tendência de retração econômica, levando a uma queda nos preços de serviços e mercadorias, como maneira de motivar o reaquecimento do mercado.
Em contraponto, a taxa Selic mais baixa contribui para movimentar a economia porque os juros dos financiamentos e empréstimos ficam mais baixos, fazendo com que os indivíduos comecem a comprar mais. Dito isso, os investimentos de renda fixa são os mais vantajosos em períodos de Selic elevada, tendo em vista que a sua remuneração está atrelada à taxa básica de juros.
Esperamos que o conteúdo que apresentamos tenha esclarecido tudo o que você precisa saber sobre o IPCA 2022 e as consequências desse índice na vida dos brasileiros.
Para prosseguir com o seu aprendizado, convidamos você a acessar o site da AnjoCred e ler nossos outros textos sobre finanças.