Saiba como a inadimplência prejudica as suas finanças pessoais

Por muitos anos a inadimplência era sinônimo de maus pagadores, mas essa ideia foi sendo alterada a partir do perfil das pessoas que atrasam pagamentos. O descontrole financeiro ainda é o fator que mais impulsiona a dificuldade em cumprir os prazos, mas situações específicas como o desemprego e problemas inesperados podem levar a essa situação.

A inadimplência pode se tornar uma bola de neve se não for resolvida rapidamente. Além dos juros altos e acumulativos, há a falta de crédito na praça e dificuldade em controlar o orçamento mensal. Sem possibilidade de crédito e com a urgência de pagar as dívidas, pode surgir dificuldade em conseguir manter as finanças mensais sob controle.

A importância de manter o controle

Até meados do século passado, os pequenos comerciantes possuíam um caderno de anotações, onde nele estavam os clientes que compravam seus produtos para pagar depois. O conhecido “caderno de fiados” ainda convive harmoniosamente com as máquinas de cartões em pequenas localidades e para clientes selecionados.

O método artesanal e próximo de compras a prazo era um sinal da necessidade do consumidor em obter crédito para seu dia a dia. E serve como uma das bases para a criação dos cartões de crédito, cheque especial e outras opções de empréstimos rápidos.

Com o passar do tempo e o crescimento da população, a inadimplência passou a ser uma dura realidade para o comércio. Com dificuldades em manter os padrões de cobrança, os cadernos foram sendo substituídos por métodos mais seguros de compras a prazo.

As crises econômicas têm como uma de suas principais consequências o aumento da inadimplência. Além do desemprego cada vez maior e o aumento de trabalhos informais, sem salário fixo, o consumidor tem muitas dificuldades em manter seus pagamentos básicos em dia e não conseguem atender aos estímulos do comércio para o consumo.

Mas nada é mais pontual do que a dificuldade crescente de ter controle sobre as finanças pessoais. A abertura do comércio, a expansão da tecnologia e as opções de crédito, criaram necessidades de compra que não existiam até pouco tempo. E sem o preparo organizacional, o consumidor virou uma presa fácil do endividamento.

A falta de educação financeira é cultural. Em muitos países ela é uma disciplina escolar e oferecida desde crianças pequenas, mas no Brasil falar de dinheiro ainda é um tabu entre amigos e familiares. A ideia é que falar de dinheiro é como expor uma fragilidade financeira, que abala a sua reputação, enquanto na prática ela é exatamente o oposto.

Aprender a entender o dinheiro e torná-lo uma forma de benefício é fundamental. Só assim é possível identificar oportunidades de economizar, evitar o desperdício e poupar. Com essa consciência, fica muito mais fácil passar pelas situações de crise e evitar o caos nas finanças.

A inadimplência pode até acontecer por motivos específicos como o desemprego, perda de dinheiro por roubo ou situações adversas como doenças. Mas na maior parte das vezes é fruto do descontrole com as finanças pessoais, que levam ao endividamento.

Juridicamente, a inadimplência é caracterizada como um débito em aberto, mesmo que o nome do consumidor não esteja negativado nos órgãos de proteção ao crédito. O não pagamento após o vencimento, mesmo que seja apenas um atraso, já é caracterizado dessa forma.

Além disso, quando o nome é negativado e ele permanece por cinco anos pendente, só saindo após esse prazo ou com o pagamento da dívida. Estar com o nome “limpo” não significa sem nenhuma pendência, já que a dívida permanece no local onde foi feita, até que seja quitada definitivamente.

Como proceder para evitar a inadimplência

As contas não param de chegar e as que possuem um valor variável, estão aumentando sem que o salário acompanhe. É muito comum que o salário acabe antes do fim do mês e mal dê para pagar todas as contas, fazendo com que ocorram atrasos e renegociações.

Esse quadro não ocorre apenas com pessoas com um salário baixo, ela é democrática e qualquer pessoa pode se ver a beira do abismo financeiro. A diferença ocorre entre pessoas que conseguem ter um planejamento financeiro, das que passam distante disso.

A inadimplência, também conhecida como insolvência, pode acontecer até mesmo com pessoas que não estão com excesso de gastos e falta de dinheiro. O descontrole sobre o orçamento mensal pode fazer com que as datas de pagamento sejam esquecidas, assim como situações emergenciais que provoquem uma despesa ou o repentino desemprego.

Como consequência, a pessoa inadimplente pode ter restrições imediatas de crédito, não conseguir solicitar um empréstimo, ter dificuldades em abrir uma conta bancária, ser impedida de realizar um financiamento, não conseguir fazer compras a prazo, além de outras questões, como conseguir uma vaga de trabalho.

A inadimplência também afeta a economia do país, já que sem o pagamento dos compromissos, os preços sobem, as compras diminuem, o comércio vende menos, as indústrias perdem a produção e cresce o desemprego. Ela também impulsiona as taxas de juros, tornando a pendência uma bola de neve.

Para conferir se o nome já está no cadastro dos órgãos, a consulta é gratuita e pode ser feita online. Para isso é preciso fazer um cadastro, criar login e senha e ter as informações sobre as pendências financeiras, os valores e locais onde elas podem ser negociadas.

Para evitar que essa bola de neve cresça, é preciso tomar algumas medidas no dia a dia e impedir que a inadimplência impacte ainda mais no orçamento. As consequências podem ser dolorosas, principalmente pelo valor alto de juros a ser pago, que muitas vezes também inclui multas.

Não deixar que a inadimplência aconteça é uma missão que todos podem conseguir conquistar. Elaborar um planejamento financeiro permite esteja sempre muito nítido as entradas e saídas, ou seja, os valores recebidos entre salários e benefícios, com tudo o que é gasto.

Dividir o recebimento em porcentagens é o primeiro passo para entender onde cada gasto deve ser realizado. Na prática, uma porcentagem deve ser direcionada para investimentos, outra parte para o pagamento de contas como compras do mês, luz, água, aluguel e telefone, enquanto o restante fica para diversão, roupas entre outros.

Parece impossível para quem mal consegue chegar ao fim do mês com o salário, mas tudo depende da forma como se lida com ele. Se tudo estiver anotado, é fácil identificar onde estão indo gastos desnecessários e que poderiam ser cortados. Outra forma muito eficaz de não esquecer as datas de vencimento, é colocar tudo em débito automático no dia posterior ao recebimento do salário. Isso evita que o banco cobre o valor da conta, sem que tenha dinheiro suficiente e acabe não efetuando o pagamento.

Diante de uma situação inusitada e a inadimplência chegar, realizar um empréstimo pessoal pode ser uma boa saída. Saiba mais sobre as suas possibilidades e como melhorar a organização de seu orçamento, através do blog da Anjocred.