É difícil encontrar alguém que não fique estressado diante de uma dívida. Afinal, além da dificuldade em pagar o compromisso financeiro em dia, os juros cobrados podem prejudicar muito todo o orçamento familiar e levar as finanças ao caos. A melhor forma de se livrar desse incomodo é renegociar os valores, para ajustá-los às contas mensais.
Há quem acredite que diante de uma dívida impossível de ser paga no momento, a melhor saída é esperar o tempo passar. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o nome do consumidor só pode ficar negativado por até cinco anos.
Nesse período, o score diminui e fica muito difícil conseguir crédito, financiamento e empréstimos. Mas para quem renegocia a dívida e cumpre o acordo, tem imediatamente seu nome retirado e já pode voltar a ser ativo no mercado.
O fundamento da inadimplência
Atualmente, quase 64 milhões de brasileiros estão com o CPF negativado em órgãos de proteção ao crédito, segundo dados do Serasa. Os números são recordes que superaram o ano anterior e refletem a crise que se estabeleceu no país, levando ao desemprego e altas taxas de juros.
É bastante comum que um cidadão que sempre pagou suas contas em dia, ao ser demitido e sem conseguir uma colocação rapidamente, acaba atrasando ou simplesmente não pagando as suas contas.
O perfil do inadimplente vem se diferenciando na última década e vai muito além daquela pessoa caracterizada como mau pagador. A média tem a idade de 31 a 40 anos, vive no Sudeste, tem renda de até dois salários mínimos, apenas uma dívida e a maior parte com bancos ou cartões de crédito.
Os idosos não são a principal faixa etária, mas já se destacam pelo crescimento de suas dívidas, especialmente por se endividarem por terceiros.
A instabilidade econômica e política é um dos principais fundamentos para o crescimento da inadimplência, mas é importante salientar que os consumidores têm características que podem estimular a dificuldade em pagar suas dívidas.
Se não é cultural ensinar educação financeira desde a infância, sob essa perspectiva, é natural que brasileiro adulto não saiba lidar com sua renda e muito menos entenda a importância de poupar, mesmo que esteja trabalhando e com um bom salário.
Perfis de consumidor como o “viciado” não tendem a emaranhados financeiros, mas é comum que atrasem o pagamento por pura desorganização. Já o “ocasional”, é bastante organizado, se desdobra para manter as contas em dia, mas por uma situação específica fica inadimplente. Esses dois tipos de inadimplentes se preocupam em pagar suas dívidas e são mais acessíveis a propostas de renegociação.
Mas o perfil “negligente” é totalmente desorganizado com as finanças e só cobranças mais intensas fazem com que pague suas dívidas. Enquanto o “mau pagador” é o tipo de inadimplente mais difícil, por não se preocupar em manter suas contas em dia e nem se estará negativado. Com ele, nem a cobrança mais efetiva funciona, sendo necessário levar o caso aos meios jurídicos.
As empresas vem investindo bastante na inteligência de dados, para conseguir identificar o perfil do seu consumidor.
O princípio da previsibilidade é uma das tendências do mercado que vem causando polêmicas, já que pode levar a um pré-julgamento sem que exista de fato algo concreto para consumá-lo. São as fontes do Big Data que podem garantir uma melhor assertividade sobre a análise. Ele oferece informações que se cruzam, de forma dinâmica e eficaz.
A importância da renegociação
Estar endividado pode ser algo passageiro e facilmente contornável, desde que se procure a empresa para fazer uma renegociação da dívida. Esse é um dos passos mais importantes para estabilizar os juros, tirar o nome da negativação e superar a pendência por meio de uma efetiva organização financeira.
A falta de dinheiro pode ser um empecilho, mas ainda assim, é possível renegociar sem ter um valor extra do seu orçamento. Abaixo, listamos algumas dicas para fazer uma boa renegociação e sair do estresse de como vai conseguir quitá-la:
1 – Não espere o prazo da dívida expirar
Os órgãos de proteção ao crédito deixam o nome negativado por até cinco anos. Depois desse prazo o CPF sai do cadastro, com a dívida quitada ou não. Porém, enquanto o nome fica considerado “limpo” para pesquisa, permanece em dívida para a empresa.
Dessa forma, se a dívida é com um cartão de crédito, só será possível ter um novamente da mesma bandeira se a pendência for acertada. Mas se a dívida for renegociada e as parcelas começarem a ser pagas, o nome sai da negativação até mesmo para a empresa e o cliente pode voltar à ativa no mercado.
2 – Aceite a dívida
Há quem não aceita estar em dívida, mesmo que o nome esteja negativado. O melhor é encarar a realidade, buscar onde falhou com o pagamento das pendências e corrigir os erros. Buscar o credor é uma das melhores atitudes de reconhecimento de dívida.
3 – Esteja atualizado
A ignorância sobre assuntos financeiros pode deixar o inadimplente perdido sobre as taxas de juros que acaba sendo submetido.
Saber sobre suas contas é importante para não perder a data de vencimento, os dias em que houve atraso no pagamento, o valor que aumenta com o atraso, as formas de renegociar a dívida, possíveis descontos existentes etc. Se informar sobre assuntos econômicos ajuda também a não pagar juros sobre juros e ser lesado na cobrança.
4 – Fazer uma avaliação total das finanças
A dívida surgiu por algum motivo que precisa ser avaliado com bastante racionalidade. O salário está curto e as contas aumentaram? Houve uma conta extra? Aconteceu alguma situação emergencial? Existe um fundo de emergência?
Esse tipo de check-up ajuda a direcionar a renegociação, já que após enxugar as contas e entender as prioridades, dá para encaixar o valor da parcela a ser paga, sem se prejudicar. Esse momento é ótimo para reavaliar os hábitos de consumo e ver quantos erros são cometidos no dia a dia, que prejudicam o orçamento familiar.
5 – Renda extra
Se só o salário não dá conta de todas as pendências, que tal buscar uma renda extra para aliviar as contas? Depois de avaliar a importância de tudo que é pago mensalmente e fazer os cortes necessários, é hora de usar suas habilidades a seu favor. Há pessoas que são ótimas na cozinha e podem fazer bolos, doces ou outras comidas para vender para amigos e vizinhos. Enquanto outras são craques no artesanato, na marcenaria, pintura, costura e até nas vendas.
Identifique seu potencial, que além de ajudar no orçamento pode também estimular sua experiência pessoal e profissional, dando alicerce para uma nova visão de trabalho.
Renegociar as dívidas é uma ótima forma de reorganizar seu orçamento familiar. Uma avaliação justa e realista dos gastos e ganhos pode levar a uma situação financeira mais controlada e satisfatória, longe da preocupação com as dívidas. Busque nos artigos da AnjoCred, informações relevantes sobre educação financeira, que ajudarão a mudar positivamente seu quadro econômico.