Afinal, crédito imobiliário vale a pena?

Adquirir um imóvel é o sonho da maior parte dos brasileiros, mas muitas vezes ele parece fora da realidade, ainda mais para pagamento à vista. A especulação imobiliária e a crise econômica afastam ainda mais essa aquisição, mas nem tudo é desapontamento, e as instituições financeiras vêm oferecendo boas opções de financiamento imobiliário.

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Há muitas dúvidas sobre financiamento imobiliário e nem todos sabem que podem recorrer a ele para obter sua casa própria. Há ainda receios sobre o tempo de pagamento, as taxas de juros e quais os critérios para aprovação do cadastro, mas na verdade, as boas oportunidades de financiamento vêm ajudando a realizar o sonho de milhares de pessoas anualmente.

Quando decidir pelo financiamento

Há várias oportunidades de financiamento imobiliário oferecidos por bancos privados e públicos. Logo após encontrar o imóvel que deseja, é muito importante ir a instituições financeiras para fazer simulações de financiamento. Assim, será possível verificar quanto é possível dar de entrada, qual seria o valor das parcelas, por quanto tempo deveriam ser pagas e, principalmente, quais as taxas de juros cobradas. Há ainda, as formas de crédito, cujas opções são o Sistema Financeiro da Habitação, para imóveis de até R$ 750 mil e o Sistema de Financiamento Imobiliário, para os que estão acima desse valor.

A opção do financiamento tende ser uma boa alternativa, especialmente se comparado com os consórcios, já que oferecem taxas de juros menores e longo prazo de pagamento das parcelas. O crédito imobiliário, também chamado de financiamento, além da casa ou apartamento próprio em construção, novo ou usado, pode ser usado para compra de sala comercial, realizar uma reforma ou na construção em um terreno.

Para requerer um financiamento é preciso ter maioridade civil, comprovação de renda e não ter o CPF negativado em órgãos de proteção ao crédito. O cadastro será avaliado pelo banco até ser aprovado. Caso esteja tudo ok, o banco faz um pagamento à vista para o dono do imóvel ou a construtora, enquanto o empréstimo é pago com um valor de entrada mais o pagamento das parcelas pendentes. O banco ganha por receber um valor percentual de juros, que já é acordado no ato do contrato.

Quem tem dúvidas se vale ou não a pena enfrentar um financiamento, é importante avaliar o quanto se paga de aluguel. Há pessoas que desejam morar no mesmo bairro e ficam décadas pagando um aluguel de uma casa que nunca será sua e ainda ficam vulneráveis a decisões do proprietário. Se houver um valor de entrada significativo, que possa incluir o FGTS, o financiamento já estará valendo a pena.

Mas para quem se muda com frequência de cidade por causa do trabalho, não paga nada pela moradia por viver com a família ou tem um valor mensal de aluguel bastante irrisório, vale mais a pena passar um tempo juntando dinheiro maior para dar entrada. Dessa forma, as parcelas são amortecidas e fica muito mais fácil de serem pagas.

Se houver dificuldades em pagar as parcelas ou desejo de adquirir um outro tipo de imóvel, ele poderá ser vendido em financiamento, recuperando parte do que já foi pago. O novo comprador arca com a responsabilidade das parcelas restantes e ainda paga o excedente do valor do imóvel. Mas nesse tipo de venda, quem deseja comprar o imóvel também precisa passar pelo crivo da instituição financeira para ter seu contrato aprovado.

O ritual seguido pelo financiamento após a aprovação do crédito é a assinatura de contrato entre o comprador e o vendedor original do imóvel. Nessa etapa, é paga a taxa de Transmissão de Bens e Imóveis, que equivale a 2% do valor total do imóvel, além de registrar o bem em cartório. Depois de todas as parcelas quitadas, o banco fornece um documento que comprova o fim do financiamento e o comprador levará ao cartório para selar a escritura definitiva do imóvel.

Após selarem a compra, o contrato registrado é enviado ao banco, que liberará o valor do crédito imobiliário em seguida. O prazo médio é de cinco a dez dias úteis, de acordo com a instituição financeira escolhida. É o vendedor quem receberá o valor do crédito, que não passa na conta do comprador.

Mesmo durante o financiamento, impostos como o IPTU, devem ser pagos normalmente e o nome do novo proprietário deve ser alterado na Prefeitura do seu município. Cobrado anualmente, o valor pode ser parcelado e, caso não seja pago, pode estar sujeito a processo na justiça de leilão do imóvel.

Com esses juros, vale a pena entrar no financiamento?

A maior preocupação de quem está interessado em adquirir uma casa própria sob financiamento, é se terá condições de pagar mensalmente as parcelas acordadas. Os juros mudam em cada banco e, quanto maior forem as taxas, maiores serão as parcelas. A simulação do financiamento ajuda muito a escolher qual o mais adequado à sua realidade, e as diferenças podem ser surpreendentes.

A composição de cada parcela do financiamento é feita por amortização, taxa de juros e seguros. A amortização é o valor integral concedido, que é corrigido pelas taxas de juros anuais que cobrem qualquer perda inflacionária. Já os seguros, ocupam uma pequena parcela desse valor, que incluem Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos do Imóvel (DFI), que são uma garantia para ambas as partes.

As taxas de juros dos financiamentos de imóveis obedecem à tabela Price, ao Sistema de Amortização Crescente ou ao Sistema de Amortização Constante, e alguns bancos utilizam todas as opções.

A tabela Price (Sistema de Amortização Francês) mantém as prestações pré-fixadas no mesmo valor. O comprador saberá exatamente quanto pagará mensalmente, sem ter nenhuma surpresa sobre taxas. Porém, o cálculo é baseado entre o valor de saldo devedor e a sua amortização, e o comprador acabará pagando mais parcelas para quitar os juros cobrados.

O Sistema de Amortização Crescente (SACRE) é o menos utilizado e altera o valor das parcelas ao longo dos anos. O comprador começa pagando um valor menor das parcelas e elas vão aumentando até um teto predeterminado, para então, voltar ao valor mais baixo no final.

Já o Sistema de Amortização Constante (SAC), é o mais usado nos financiamentos e considerado o mais favorável para o cliente. O valor das parcelas iniciais apresenta os valores mais altos até um determinado período, para então ir baixando até seu final. Ele é indicado para quem está vivendo uma condição financeira estável e pode arcar com um valor mais alto no momento, porém prefere se prevenir contra inadimplências no futuro com um valor mais baixo.

Fazer um financiamento imobiliário é mais fácil do que parece, mas é preciso prestar bastante atenção nos juros de cada parcela para não ser pego de surpresa. Antes de fechar seu financiamento, faça simulações em algumas instituições financeiras. Confira no site da AnjoCred dicas valiosas para fazer sempre um bom negócio.